SóProvas


ID
4860673
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Itapemirim - ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e responda.


PENSE COMO UMA MONTANHA


A injunção de pensar como uma montanha se tornou intimamente associada com o conceito de “ecologia profunda” – termo cunhado em 1973 pelo filósofo e ecologista norueguês Arne Naess (1912- 2009). Ele usou o termo para ressaltar sua crença de que devemos primeiro reconhecer que somos parte da natureza, e não separados dela, se pretendemos evitar a catástrofe ecológica. Mas a noção de “pensar como uma montanha” remonta a 1949, quando foi formulada pelo ecologista norte-americano Aldo Leopold, no livro do mesmo nome, na tradução em português.

Trabalhando como guarda-florestal no início do século XX, Leopold atirou numa fêmea de lobo na montanha. “Alcançamos a velha loba a tempo de ver um brilho verde selvagem morrendo em seus olhos”, ele escreveu. “Percebi, então, e sei desde então, que havia algo de novo naqueles olhos, algo conhecido apenas pela loba e pela montanha”.

A partir dessa experiência, Leopold chegou à ideia de que devemos pensar como uma montanha, reconhecendo não apenas nossas necessidades ou as dos seres humanos, mas as de todo o mundo natural. Ele sugeriu que, com frequência, não percebemos as implicações mais amplas de nossas ações, considerando apenas o benefício próprio e imediato. Pensar como uma montanha significa se identificar com o ambiente mais vasto e estar consciente do seu papel em nossas vidas.

Naess adotou a ideia de Leopold ao propor sua “ecologia profunda”. Ele afirmava que somente protegeremos o meio ambiente, passando pelo tipo de transformação que Leopold descreveu. Naess nos conclamou a ver a nós mesmos como parte da biosfera. Em lugar de ver o mundo apartado de nós, devemos descobrir nosso lugar na natureza, reconhecendo o valor intrínseco de todos os elementos do mundo em que vivemos.

Naess introduziu o “eu ecológico”, uma percepção de “si” enraizada na consciência de nossa relação com uma “comunidade maior de todos os seres vivos”. Ele afirmou que a ampliação de nossa identificação com o mundo para incluir lobos, sapos, aranhas, e até montanhas, leva a uma vida mais prazerosa e significativa. 

A “ecologia profunda” de Naess teve um efeito poderoso na filosofia ambiental e no desenvolvimento do ativismo ecológico. Para quem vive na cidade, pode parecer difícil ou mesmo impossível se conectar com um “eu ecológico”. Contudo pode ser possível. Como escreveu o mestre zen Robert Aitken Roshi em 1984, “quando pensamos como uma montanha pensamos também como um urso negro, de modo que o mel escorre por sua pele enquanto você toma o ônibus para o trabalho.

(O Livro da Filosofia. Tradução Douglas Kim. S.Paulo: ed. Globo, 2011)

No trecho:


Sou ecologista. Tenho a natureza dentro de mim. Faço parte dela.


Os elementos coesivos que, de acordo com a norma padrão da língua, uniriam essas três orações, sem prejuízo do sentido, são, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • CONFORMATIVA - conforme, consoante, segundo, como, da mesma maneira ...que,

    CONCESSIVA - Posto que, mesmo que, por mais que, se bem que, ainda que, ,embora e conquanto

    CONDICIONAL - dado que, a não ser que, suposto que, salvo se, a menos, salvo se, exceto se, se caso conquanto que, dado que, a menos que, suposto que

    CONSECUTIVAS - de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte, de jeito que,

  • Isso é só a opinião da banca, não tem respaldo nenhum.

  • A questão pede para manter o mesmo sentido do texto. No texto o autor fala de como todos temos que pensar como ecologistas pois fazemos parte de um todo na natureza, logo todos deveríamos ser ecologistas. Preservando esse sentido a alternativa C é a que trás essa ideia.

     

    A - logo / no entanto.

    (Sou ecologista por tanto tenho a natureza dentro de mim mas não faço parte dela)

     

    B - se / porém.

    (Sou ecologista se tenho a natureza dentro de mim mas não faço parte dela)

     

    C - por conseguinte / porquanto.

    (Sou ecologista logo tenho a natureza dentro de mim já que faço parte dela)

     

    D - pois / quando.

    (Sou ecologista por que tenho a natureza dentro de mim quando faço parte dela)

     

    E - não obstante / porque.

    (Sou ecologista ainda assim tenho a natureza dentro de mim pois faço parte

    dela)