SóProvas


ID
5221516
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
IBGE
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1A1-I

  Não sei quando começou a necessidade de fazer listas, mas posso imaginar nosso antepassado mais remoto riscando na parede da caverna, à luz de uma tocha, signos que indicavam quanto de alimento havia sido estocado para o inverno que se aproximava ou, como somos competitivos, a relação entre nomes de integrantes da tribo e o número de caças abatidas por cada um deles.
   Se formos propor uma hermenêutica acerca do tema, talvez possamos afirmar que existem dois tipos de listas: as necessárias e as inúteis. Em muitos casos, dialeticamente, as necessárias tornam-se inúteis e as inúteis, necessárias. Tomemos dois exemplos. Todo mês, enumero as coisas que faltam na despensa de minha casa antes de me dirigir ao supermercado; essa lista arrolo na categoria das necessárias. Por outro lado, há pessoas que anotam suas metas para o ano que se inicia: começar a fazer ginástica, parar de fumar, cortar em definitivo o açúcar, ser mais solidário, menos intolerante... Essa elenco na categoria das inúteis.
    Feitas as compras, a lista do supermercado, necessária, torna-se então inútil. A lista contendo nossos desejos de sermos melhores para nós mesmos e para os outros, embora inútil, pois dificilmente a cumprimos, converte-se em necessária, porque estabelece um vínculo com o futuro, e nos projetar é uma forma de vencer a morte.
   Tudo isso para justificar o que se segue. Ninguém me perguntou, mas resolvi organizar uma lista dos melhores romances que li em minha vida — escolhi o número vinte, não por motivos místicos, mas porque talvez, pela amplitude, alinhave, mais que preferências intelectuais, uma história afetiva das minhas leituras. Enquadro-a na categoria das listas inúteis, mas, quem sabe, se consultada, municie discussões, já que toda escolha é subjetiva e aleatória, ou, na melhor das hipóteses, suscite curiosidade a respeito de um título ou de um autor. Ocorresse isso, me daria por satisfeito. 
Luiz Ruffato. Meus romances preferidos.
Internet: <brasil.elpais.com> (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma proposta de reescrita que seja gramaticalmente correta e mantenha o sentido do seguinte trecho do último parágrafo do texto 1A1-I: “Ocorresse isso, me daria por satisfeito”.

Alternativas
Comentários
  • GAB C

     “Ocorresse isso, me daria por satisfeito”.= Me daria= Dá uma ideia de hipótese de CONDIÇÃO.

    Logo, apenas a alternativa "c)" possui essa ideia de condição, já que apresenta a conjunção causal "se".

    (Se= Caso, desde que, contanto que, a menos que, a não ser que...)

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Observe as outras alternativas:

    Enquanto isso acontecer, eu continuarei satisfeito. (TEMPORAL);

    Mesmo que isso acontecesse, estaria satisfeito. (CONCESSIVA);

    Assim que isso acontessa (esse aconteça doeu até na alma, veio assim mesmo rs !!!!!!) , ficarei satisfeito. (TEMPORAL)

    A Quando isso acontece, estarei satisfeito. (TEMPORAL)

  • Consegui resolver pelo tempo verbal dos verbos.

    Ocorresse = presente.

    Daria = futuro do pretérito. (Fato não concluído).

  • ''DELEITA-TE NO SENHOR E O DESEJO DO SEU CORAÇÃO SERÁ ESTABELECIDO.'' SALMOS 37,4.

  • Texto original: Ocorresse isso, me daria por satisfeito;

    É a mesma coisa que dizer: se isso ocorresse , me daria por satisfeito;

    Pretérito imperfeito do subjuntivo (SS) + futuro do pretérito do indicativo (RIA).

    Se isso acontecesse, eu me consideraria satisfeito.

  • Gabarito: C

    Percebe-se que se trata de uma contexto condicional, expressando um fato futuro duvidoso dependente de uma condição. Assim, usa-se o pretérito imperfeito do subjuntivo (-SSE) e o futuro do pretérito (-IA).

    Se isso acontecesse, eu me consideraria satisfeito. (conjunção "Se" indicando oração subordinada condicional.)

  • Minha contribuição.

    Conjunções / locuções conjuntivas subordinativas adverbiais condicionais: se, caso, sem que (com o verbo no subjuntivo), contanto que, desde que, a menos que etc.

    Ex.: Se você me ajudar, farei o que pede.

    Abraço!!!

  • Ocorresse está no campo da hipótese: (se) ocorresse.

  • se pudesse faria

    se puder farei

  • Fiquei em dúvida nesse "EU ME consideraria satisfeito."

  • existe uma condição...

  • Mas se começa uma frase com pronome oblíquo átono?

    Quando eu penso que apreendii, erro de novo!

  • Repare!

    Havendo palavra atrativa de próclise, a mesóclise é proibida.

    Ex.: Não falar-te-ia meus segredos. (errado)

    Não te falaria meus segredos. (certo)

    Eu falar-te-ia meus segredos. (certo)

    Eu te falaria meus segredos. (certo)

    Fonte: Alfacon, professor Alexandre Soares.

  • Letra C, família.

    SE na questão é CONJUNÇÃO CONDICIONAL e não pronome. Substituível por CASO e vice-versa. Lembrando que sempre terá que fazer a flexão do verbo.

  • Pelo tempo verbal e o sentido do texto você mata a questão, gabarito letra C!

  • Vivi pra ver o Cespe escrever "aconteSSa... na opção B

    que louco

  • Pretérito perfeito do subjuntivo, normalmente combina com futuro do pretérito.

  • Gabarito C

    A propósito o texto é muito bom !

  • Que falta faz um comentário de um professor! Alô QConcursos, essa prova já ocorreu há meses! Chama a prof Isabel Vega pra comentar!

  • O correspondente do subjuntivo SSE é o futuro do pretérito RIA.

    A única que tem Ria é a letra ''c''.

    “Ocorresse isso, me daria por satisfeito”.

    Se isso acontecesse, eu me consideraria satisfeito

    Assistam as aulas do professor Diogo Alves, youtube, melhor professor de português. FEIJUCAS.

  • Esta questão trabalha correlação verbal (correlação semântica entre tempos e modos verbais) e orações subordinadas adverbiais.


    No período “Ocorresse isso, me daria por satisfeito", há duas orações em que o verbo da primeira está flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo, tal tempo verbal indica uma possibilidade, hipótese, condição. O verbo da segunda oração (daria) está flexionado no futuro do pretérito do indicativo, exprime um fato futuro incerto ou hipotético, dependente de outro acontecimento.

    Quando o verbo da primeira oração está no pretérito imperfeito do subjuntivo, cuja desinência modo-temporal é sse, consequentemente o verbo da oração seguinte vem no futuro do pretérito do indicativo, cuja desinência modo-temporal é ria, ou vice-versa.


    A alternativa correta será aquela que contém uma oração a qual exprima uma condição ou hipótese necessária para que se realize ou não o fato expresso na oração principal. Para isso, é necessário também saber o valor semântico das conjunções/locuções conjuntivas subordinativas adverbiais.



    Alternativa (A) incorreta - O período está introduzido pela conjunção temporal “quando". Nesse caso, não mantém o mesmo sentido, visto que o sentido original é de condição ou hipótese. Ademais, o verbo da 1ª oração está no presente do indicativo, e o da 2ª no futuro do presente do indicativo. O ideal é o verbo da 2ª oração vir conjugado também no presente do indicativo porque são dois fatos que ocorrem no momento em que se fala.



    Alternativa (B) incorreta - O período está introduzido pela locução conjuntiva temporal “assim que". Nesse caso, não mantém o mesmo sentido, visto que o sentido original é de condição ou hipótese. Além disso, há problemas de correlação gramatical entre os tempos verbais e problema de grafia na flexão verbal “acontessa". A ortografia é “aconteça".



    Alternativa (C) correta - O período está introduzido pela conjunção condicional “se", mantendo o sentido original; além disso, os tempos verbais estão muito bem correlacionados - pretérito imperfeito do subjuntivo (sse) + futuro do pretérito do indicativo (ria). Resumindo, o período está coeso e coerente.

    Alternativa (D) incorreta - O período está introduzido pela conjunção proporcional “enquanto". Nesse caso, não mantém sentido original. Ademais, para manter um sentido coerente, os verbos deveriam vir conjugados no mesmo tempo verbal.



    Alternativa (E) incorreta - O período está introduzido pela locução conjuntiva concessiva “mesmo que". Nesse caso, não mantém sentido original.

    Gabarito da Professora: Letra C.

  • a gente sai dos comentários do qc abençoado

  • GABARITO C)

     “Ocorresse isso, me daria por satisfeito”.

    “Ocorresse isso" É uma hipótese

  • SSE + RIA = futuro do pretérito com tom subjuntivo por apresentar hipótese

  • Bizuzinho: SSE com RIA dá gol.

  • Que texto gostoso de ler

  • início com pronome oblíquo átono ?

  • Se essa rua fosse minha, mandaria ladrilhar.

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  • Terminação SSE : Pretérito imperfeito do subjuntivo. (futuro incerto, duvidoso).

    Terminação RIA : Futuro do pretérito (Condição).

  • Priscilla valente não é um pronome, mas uma conjunção condicional.

  • Eu acertei, mas assumo que achei meio que descabida essa resposta, mas, como já sabemos, é Cespe né.