O olhar e o sorriso faceiro deixaram(-) ___ atordoado. deixaram-no
nunca os que a amaram e sugaram(-) ___ o leite .. *sugaram-lhe ( verbo sugar nesse contexto = VTDI ) OD = Leite / OI = Lhe
Imprudente ofício é ___, de viver em voz alta este * Para se referir a algo que será citado, deve-se usar “este”
E nesta maneira, Senhor, dou aqui a ___ Alteza conta do que nesta Vossa * Emprega-se Vossa Alteza quando se fala com a pessoa e Sua Alteza quando se fala sobre a pessoa.
A questão requer conhecimento acerca do emprego dos
pronomes pessoais (retos, oblíquos e de tratamento) e demonstrativos,
transitividade verbal e função sintática dos pronomes oblíquos como
complementos verbais (objeto direto e objeto indireto).
Função
sintática dos pronomes átonos “o, a, os, as, lhe, lhes" como complementos
verbais:
. o, as,
os, as: sempre objeto direto.
. lhe,
lhes: sempre objeto indireto.
Vamos à análise de cada
assertiva.
I- O olhar e o sorriso faceiro deixaram-no atordoado.
Verbos
terminados em “m" ou ditongo nasal + o, a, os, as formam no, na, nos, nas.
“Mim" é pronome pessoal oblíquo tônico. Os pronomes
oblíquos tônicos são sempre regidos de preposição. Como complemento verbal,
tais pronomes podem exercer, sintaticamente, a função de objeto indireto -
quando vêm após verbos transitivos indiretos - ou objeto direto preposicionado
- quando vêm após verbos transitivos diretos. Por isso, a lacuna da 1ª
assertiva poderia ser preenchida por: a mim, no
e me. Entretanto, não poderia
ser preenchida pelo pronome pessoal reto “ele",
pois este não pode exercer a função de complemento verbal.
II- “... nunca os que a amaram e sugaram-lhe o leite, tiveram sossego no seu
colo." (Lima Barreto).
O verbo sugar é
bitransitivo (quem suga, suga alguma coisa de alguém), exige dois complementos: objeto direto, representado por coisa, e objeto
indireto, representado por pessoa. Os únicos pronomes que poderiam preencher a
2ª lacuna são: lhe e a ela.
O pronome pessoal oblíquo átono “te" (2ª pessoa
do singular) não poderia ser usado porque a frase está se referindo à 3ª
pessoa.
III- “Tanto tenho falado, tanto tenho escrito.
(...) Imprudente ofício é este, de viver
em voz alta" (Rubem Braga).
O pronome
demonstrativo dêitico “este" foi empregado em referência a algo que
abrange o falante.
O pronome
“esse" só seria usado em referência a algo que abrangesse o interlocutor.
IV- “E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta terra vi."
(Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei D. Manuel).
O
enunciador está falando diretamente com o rei; nesse caso, usa-se o pronome de
tratamento “Vossa".
O pronome
de tratamento “Sua" só é usado quando se fala da pessoa, refere-se à
pessoa. Ao tratar diretamente com a pessoa, usa-se “Vossa".
Gabarito da Professora: Letra B.