SóProvas


ID
5329237
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Crato - CE
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA À QUESTÃO QUE SE SEGUE:


     PROMETERAM PROTEGER SUA PRIVACIDADE. AGORA VAZARAM SUAS INFORMAÇÕES. Temer e Bolsonaro te obrigaram a ceder suas informações para bancos e corretoras de dados. Mesmo que você saia, já está tudo à venda.


    Se você é brasileiro e tem um CPF, provavelmente seus dados pessoais estão à venda em fóruns na deep web para qualquer um que tenha bitcoins suficientes para comprá-los. Tem de tudo: informações de trabalho, salário, histórico de pagamentos, fotos, perfil em redes sociais, perfil de consumidor e mais um monte de coisas.

    No maior vazamento de dados que se tem notícia por aqui, alguém teve acesso a uma base de dados de 222 milhões de brasileiros (incluindo mortos) e está ganhando dinheiro com a venda dessas informações. Elas incluem, além do que mencionei, também dados comportamentais das pessoas, classificadas em perfis que vão de "consumidores indisciplinados "a " aposentadoria dos sonhos". Essas categorias são criadas pelo serviço Mosaic, da Serasa Experian, que faz a segmentação do público para fins de marketing. É por isso que se suspeita que tenha sido a empresa a origem do vazamento - ou de pelo menos parte dele. Ela nega.

    Questionada, a Serasa me mandou a mesma nota protocolar que enviou a outros veículos: "conduzimos uma extensa investigação e neste momento nenhum dos dados que analisamos indicam que a Serasa seja a fonte. Muitos dos dados analisados incluem elementos que não temos em nosso sistema e os dados atribuídos à Serasa não correspondem aos dados em nossos arquivos".

    Ok. A minha pergunta, no entanto, não foi respondida: a base de dados inclui a classificação comportamental do serviço Mosaic, oferecido pela Serasa. Ainda assim, a Serasa nega que tenha sido a fonte. Que outras empresas e serviços, então, têm acesso à base de dados da Serasa? A Serasa comercializa ou cede essa base para terceiros?

    A Serasa respondeu outra coisa: afirmou que não há correspondência entre as pastas na web e os campos de seus bancos de dados e que a base vazada inclui elementos que não estão em seu sistema. Mais tarde, enviou uma terceira nota afirmando que o vazamento ter tido como fonte a Serasa é "infundada". A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida.

    Enquanto espero, vou contar como a gigante do crédito conseguiu acumular todas as informações possíveis sobre todos os brasileiros e transformar isso em um império de dados, com um apoio generoso dos governos Temer e Bolsonaro. Essa ajuda tem um nome: Cadastro Positivo.

    A Serasa Experian é uma das empresas que operam como data brokers - vendedores de dados - cujo modelo de negócio se baseia na coleta, análise e venda de informações sobre as pessoas. Você certamente a conhece por causa do cadastro negativo, aquele em que somos colocados se não pagarmos uma conta. Mas provavelmente não sabe que ela conhece muito mais segredos sobre você além dos seus boletos atrasados. Com diferentes bases de dados de diferentes fontes, cruzadas, a Serasa consegue fazer análises de crédito, de perfis de consumidores e traçar estratégias para expandir negócios de empresas. No ano final de 2020, a empresa foi investigada por colocar à venda um mailing com dados de 150 milhões de brasileiros. Cada pessoa custava R$ 0,98 na lista, que poderia ser personalizada com dados como localização, perfil financeiro, poder aquisitivo e classe social dos contatos à venda.

    Desde 2019, o volume de informações que a Serasa e outros data brokers coletam saltou consideravelmente. Com a aprovação das mudanças no Cadastro Positivo, todos nós fomos obrigados a entrar no enorme catálogo de brasileiros que visa mostrar aos bancos e outros operadores de crédito quem são os bons - e os maus - pagadores do país. O Cadastro Positivo foi criado em 2011 por Dilma Rousseff - mas, na época, ele era no sistema opt in. Se você costumava ter as contas em dia, podia pedir para entrar, concordava em ceder seus dados bancários e de transações financeiras e isso, em tese, facilitaria o seu acesso a crédito (como se o superendividamento não fosse um problema no Brasil, mas essa é outra história). Mas o Cadastro Positivo voluntário teve pouca adesão (por que será?).

    Em 2017, no entanto, um projeto de lei do Senado propôs mudar esse sistema: ele tornaria o cadastro compulsório ? todos os brasileiros com CPF seriam automaticamente incluídos nele. Quem quisesse, precisaria pedir para sair. O projeto foi apoiado ostensivamente pelo governo Temer e pelos bancos, que argumentavam que ele ajudaria a reduzir os juros e facilitar o acesso a crédito. Na época de sua tramitação, o projeto já levantava críticas por concentrar muitos dados nas mãos de poucas empresas, os chamados birôs de crédito (o Serasa e o SPC estão entre eles) e por oferecer riscos potenciais à privacidade dos consumidores.

(FONTE: The Intercept Brasil. Texto de Tatiana Dias. Disponível em < https://theintercept.com/2021/01/28/ prometeram-proteger-privacidade-informacoes-vazadas/>)

No trecho "A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida.", o elemento sintático destacado funciona como: 

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

    minha opinião, questão sem gabarito.

    Realmente, A oração adjetiva exerce a função sintática de adjunto adnominal, porém, ao falar que o termo em destaque é um adjunto adnominal de "pergunta", A questão peca.

  • CUIDADO

    A questão possui gabarito incorreto. Há comentários incautos.

    Solicita-se função do elemento destacado em:

    "A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida."

    Primeiro é importante perceber que a construção encontra-se em voz passiva analítica, tomando o verbo "responder", ainda que de forma imprópria, como transitivo direto. A respectiva voz ativa seria:

    "(Alguém) não respondeu a minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic."

    ----

    A construção indicada, introduzida pela preposição "sobre", complementa o sentido do substantivo "pergunta", assumindo função de complemento nominal oracional.

    É importante esclarecer aqui que estão incorretos os comentários que afirmam ser a construção adjunto adnominal. Os adjuntos adnominais, embora normalmente não preposicionados, apenas admitem a preposição "de" quando formados por locução adjetiva. Qualquer outra construção, complementando sentido de substantivo abstrato, introduzida por qualquer preposição que não "de", é complemento nominal.

    "É de extrema importância a descoberta do cientista." - Adjunto adnominal

    "É de extrema importância a descoberta sobre o cientista." - Complemento nominal

    Importante frisar que, adjuntos adnominais apenas aparecerão em forma oracional sob a classificação de oração subordinada adjetiva restritiva, introduzida, quando em forma desenvolvida, sempre por pronome relativo.

    "(Alguém) não respondeu a pergunta que fiz sobre o acesso às informações do Mosaic." - Aqui teríamos uma legitima oração com função de adjunto adnominal.

    No caso em tela, indiscutível a classificação da construção como complemento nominal do substantivo "pergunta".

    Gabarito da banca na alterativa A

    Gabarito correto na alterativa B

  • "A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida."

    Questão de difícil interpretação. Gabarito A

    Resolvi da seguinte forma: "pergunta" é um substantivo abstrato(deriva do verbo perguntar) então poderia ser adjunto adnominal ou complemento nominal, vai depender do termo preposicionado ser paciente ou agente ( se alguém teve acesso - agente - adjunto adnominal) ou (se alguém/algo foi acessado - paciente - complememento nominal)

    Nesse caso alguém teve acesso - o termo é agente - Adjunto adnominal.

  • O certo seria alternativa B Complemento nominal

    A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida.

    Pergunta sobre quem? Sobre quem teve acesso às informações do Mosaic

  • marquei B e to correto pois complemento nao e o sujeito de açao mas que recebe a açao

  • Também concordo

  • Acrescentando:

    1º O Adjunto pratica a ação!

    O ADJ TRABALHA COM SUBSTANTIVOS CONCRETOS E ABSTRATOS.

    O CN sofre a ação

    O CN SOMENTE SE LIGA A SUBSTANTIVOS ABSTRATOS, ADJETIVOS E ADVÉRBIOS

    O complemento nominal é necessariamente preposicionadoo adjunto pode ser ou não. Então, se não tiver preposição, não há como ser CN e vai ter que ser adjunto.

    Então, se o termo preposicionado se ligar a um adjetivo ou advérbio, não há dúvida, é complemento nominal.

    ..............

    Substantivo Concreto é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres.

    Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.

    ·        Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc.

    ·        Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc.

    Substantivo Abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir.

    Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). 

    Fonte: Só Português e meus resumos.

    Bons Estudos!

  • Gente.... os comentários nada tem a ver com a questão.... kkkkkkkkkkkkkkk

  • A dúvida na acentuação da palavra dói surge porque o atual acordo ortográfico aboliu o acento agudo de algumas palavras com o ditongo aberto oi.

    Segundo o acordo, todas as palavras paroxítonas deverão ser escritas sem acento gráfico no ditongo oi. Já as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos mantêm o acento agudo no ditongo oi.

    Dói, sendo um monossílabo tônico, deverá ser escrito com acento agudo.

    Fonte: https://duvidas.dicio.com.br/doi-ou-doi/

  • Resolução comentada: youtube.com/watch?v=WRKOJuk8P2U