A questão é de pontuação e quer saber por qual motivo as vírgulas foram usadas em "Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam". Vejamos:
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A) Separar termos repetidos.
Errado. Não há que se falar em termos repetidos, mas, sim, em orações coordenadas assindéticas, conforme explicado na letra B.
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B) Separar orações coordenadas.
Certo. As vírgulas, nesse caso, foram usadas para separar orações coordenadas assindéticas (sem conjunções).
Oração coordenada é a que está ligada a outra de mesma natureza sintática.
No período composto por coordenação, as coordenadas são independentes (isto é, não funcionam como termos de outras) e se dizem:
- a) sindéticas, quando se prendem às outras pelas conjunções coordenativas. As orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções coordenativas que as orações coordenadas sindéticas iniciam. Podem ser, portanto, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas;
- b) assindéticas, se estiverem apenas justapostas, sem conectivo, como as duas primeiras orações do período abaixo. As orações coordenadas assindéticas são separadas por pausas, que na escrita se marcam por vírgula, ponto e vírgula ou dois-pontos.
"Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui." (Machado de Assis)
Inclinei-me: oração coordenada assindética;
apanhei o embrulho: oração coordenada assindética;
e segui: oração coordenada sindética aditiva.
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C) Separar o adjunto adverbial deslocado.
Errado. Não há que se falar em adjunto adverbial deslocado.
Adjunto adverbial: é sempre um advérbio ou uma locução adverbial. Caracteriza melhor a ação expressa pelo verbo, acrescentando ou especificando uma circunstância qualquer (modo, lugar, tempo...).
Ex.: Nós estudamos muito bem ontem no curso. (“muito” é adjunto adverbial de intensidade. “bem” é adjunto adverbial de modo. “ontem” adjunto adverbial de tempo. “no curso” adjunto adverbial de lugar.)
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D) Isolar o vocativo .
Errado. Não há que se falar em vocativo.
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos. Sempre vem isolado do resto da frase. É um “chamamento”, uma “invocação” com entoação exclamativa.
Ex.: Professor, gostaria que o senhor repetisse a explicação!
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Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
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Gabarito: Letra B