SóProvas


ID
5582686
Banca
FCC
Órgão
MANAUSPREV
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, considere o trecho do livro O elogio do vira-lata e outros ensaios, de Eduardo Giannett.


   A ciência destrói o seu passado. Os clássicos da literatura científica, como os tratados hipocráticos, o Le Monde de Descartes ou a Philosophia Botanica de Lineu, foram obras que marcaram época, mas que a passagem do tempo reduziu à condição de peças de antiquário e objeto de interesse restrito a especialistas em história da ciência. Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina. 

    Com a filosofia é diferente. Os clássicos da literatura filosófica, como os diálogos platônicos, as Meditações de Descartes ou o Leviatã de Hobbes, são obras que parecem dotadas do dom da eterna juventude. Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado.

     A diferença, é certo, resulta em parte da ausência de um critério bem definido de progresso na história da filosofia. Mas não é só. A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. Como observa com certa malícia Adam Smith na Teoria dos Sentimentos Morais, ao comentar a dificuldade de refutar conclusivamente teorias no campo da ética, a progressividade das ciências naturais também reflete a sua maior vulnerabilidade e propensão ao erro.

(GIANNETTI, Eduardo. O elogio do vira-lata e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2018)

Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. (2° parágrafo)

Considerando o contexto, este trecho pode ser reescrito, sem prejuízo para o seu sentido, do seguinte modo: 

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    CUIDADO

    Os clássicos da literatura filosófica (...) são obras que parecem dotadas do dom da eterna juventude. Embora também [elas = obras] se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas [elas = obras] conseguem (...).

    JUSTIFICANDO

    a) [ERRADO] As obras científicas, posto que também se prestam à lupa antiquária do historiador de ideias (...). = = A partícula "posto que" é uma Conjunção Subordinativa que denota Causa. Em contrapartida, o termo "entretanto" é uma Conjunção Subordinativa Concessiva, , motivo esse pelo qual não pode ser substituído por "posto que".

    b) [ERRADO] As obras filosóficas, na medida em que também se prestam à lupa antiquária do historiador de ideias (...). = A partícula "na medida em que" é uma Locução Conjuntiva Subordinativa que denota Causa. Por outro lado, o termo "entretanto" é uma Conjunção Subordinativa que trás ideia de Concessão, motivo esse pelo qual não pode ser substituído por "na medida em que".

    c) [ERRADO] As obras científicas, por se prestarem também à lupa antiquária do historiador de ideias (...) = A partícula "por" - equivalente a "por isso" - é uma Conjunção Subordinativa que denota Causa. Por outro lado, o termo "entretanto" é uma Conjunção Subordinativa que trás ideia de Concessão, motivo esse pelo qual não pode ser substituído por "por isso".

    d) [CERTO] As obras filosóficas, ainda que também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias (...). = A partícula "ainda que" - equivalente a "apesar disso" e a "entretanto também" - é uma Conjunção Subordinativa que denota ideia de Concessão. Igualmente, o termo "entretanto" é uma Conjunção Subordinativa que trás a mesma ideia. Por isso, pode ser substituído por "ainda que".

    e) [ERRADO] As ideias do historiador, não obstante também se prestem à sua lupa antiquária (...) = A partícula "não obstante" - equivalente a "ainda que" - é uma Conjunção Subordinativa que denota ideia de Concessão, motivo esse pelo qual pode haver a substituição. Entretanto, o termo "as ideias do historiador" está empregado de maneira errada, visto que o referente do pronome "ela" é "obras" - o que torna a alternativa errada.

    BONS ESTUDOS E NUNCA DESISTAM!

  • Apenas 2 correções no comentário do colega Luan TRT:

    1 - a conjunção POSTO QUE, diferente do que ele disse, é Conjunção Subordinativa CONCESSIVA.

    ex.:

    Angélica, posto que muito emocionada, voltou-se para a rua.

    Pouco demorei, posto que muitos fossem os agrados.

    2 - Já a conjunção ENTRETANTO é uma Conjunção Coordenada Adversativa, e não subordinada concessiva, como ele falou na alternativa A. (Creio que o colega quis se referir à EMBORA).

    Diante do exposto, o que torna a alternativa A incorreta é o fato da alternativa se referir a obras científicas e não a obras filosóficas como está no texto, já que tanto a conjunção POSTO QUE quanto EMBORA são subordinadas concessivas.

    GABARITO D

    https://www.todamateria.com.br/conjuncoes-subordinativas/

    https://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes-subordinativas/

  • CONCESSIVAS:

    EMBORA

    AINDA QUE

    CONQUANTO

    MESMO QUE

    POSTO QUE

    MALGRADO

    SE BEM QUE

    NEM QUE

    APESAR DE QUE

    DADO QUE

    QUANDO MESMO

    SEM QUE

    NÃO OBSTANTE --> VERBO NO SUBJUNTIVO

  • Embora = Ainda que