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ID
5668384
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Telebras
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto CB4A1-I


    A comunicação tem-se transformado em um setor estratégico da economia, da política e da cultura. Da guerra, ela sempre o foi. A inclusão da informação e da comunicação nas estratégias bélicas tem aumentado no correr de milênios.

    No século VII a.C., o chinês Sun Tzu, em A arte da guerra, dizia que “toda guerra é embasada em dissimulação”, referindo-se à distribuição de informações falsas. Contudo, quem mais desenvolveu esse conceito foi o general prussiano Carl von Clausewitz, em seu amplo tratado Da guerra (Vom Kriege), publicado em 1832. No capítulo VI, Clausewitz afirma: “Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória, uma parte ainda maior é falsa e a maior parte de todas é incerta. Em suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade. As pessoas conscientes que seguem as insinuações alheias tendem a permanecer indecisas no lugar; acreditam ter encontrado as circunstâncias distintas do que imaginavam. Na guerra, tudo é incerto, e os cálculos devem ser feitos com meras grandezas variáveis. Eles direcionam a observação apenas para magnitudes materiais, enquanto todo o ato de guerra está imbuído de forças e efeitos espirituais”.

    Trata-se de desinformar, e não de informar. A desinformação é a informação falsa, incompleta, desorientadora. É propagada para enganar um público determinado. Seu fim último é o isolamento do inimigo em um conflito concreto, é o de mantê-lo em um cerco informativo. Os nazistas levaram essa estratégia do engano quase à perfeição.

    Atualmente, pratica-se tanto o cerco econômico, militar e diplomático quanto o informativo. Já não se trata apenas de isolar o inimigo. As novas tecnologias permitem aos militares intervir nos conflitos bélicos a distância, direcionando até mesmo os foguetes com a ajuda de GPS, a partir de um satélite. A telecomunicação militar apoiada em satélites e a eletrônica determinarão as guerras do futuro imediato. Fala-se já de bombas eletrônicas (E) que podem paralisar estabelecimentos neurais da sociedade moderna, como hospitais, centrais elétricas, oleodutos etc., destruindo os seus circuitos eletrônicos. Parece que hoje já se pode fazer a guerra sem bombas atômicas. As bombas E do tipo FCG (flux compression generator — gerador de compressão de fluxo), cujo emprego não está limitado às grandes potências bélicas, têm o mesmo efeito e fazem parte dos arsenais de alguns exércitos, e consistem em comprimir, mediante uma explosão, um campo eletromagnético, como um raio, sem os custos, os efeitos colaterais ou o enorme alcance de um dispositivo de pulso eletromagnético nuclear.

Vicente Romano. Presente e futuro imediato das telecomunicações. São Paulo em Perspectiva. Internet: <http://www.scielo.br/> (com adaptações)

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1-I, julgue o próximo item.


No trecho ‘Em suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade’ (segundo parágrafo), a vírgula empregada após ‘falsa’ justifica-se por separar orações com sujeitos diferentes. 

Alternativas
Comentários
  •  ‘Em suma, (a maioria) sujeito das notícias (é) falsa, e o medo (do ser humano) A.A reforça a mentira e a inverdade’ 

    "A maioria" sujeito do verbo "é".

    "O medo" sujeito do verbo "reforça".

    Gabarito: Certo.

    PPPE 2022.

  • Leia-se o trecho:

    "Em suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e ainverdade."

    Nesse período composto por coordenação, há duas orações conectadas pelo síndeto aditivo "e". Cada uma apresenta um sujeito, e o uso da vírgula para separá-los, em que pese não vir sendo obrigatório hodiernamente, pode ser feito sem nenhum prejuízo sintático. Veja um exemplo literário, em que a primeira vírgula separa dois sujeitos distintos:

    "O nosso recreio era situado numa nesga de quintal, e o único jogo permitido, a conversa." (José Lins do Rego, Doidinho)

    Quando há o mesmo sujeito, pode-se ou não inserir a vírgula. Veja este exemplo:

    "Dobramos os lençóis, e saímos com a bacia e o copo." (id., ibid.)

    É oportuna a ressalva: em certas situações, até mesmo se recomenda a inserção da vírgula a fim de dissolver possíveis anfibologias (ambiguidades).

    Certo.

  • Uso da vírgula antes do conectivo " E "

    Sujeitos diferentes + " E " = mas ( adversativo )

    Obs: Quando o conectivo " E " = aditivo , o uso é facultativo.

    Isso pode variar de acordo com a banca.

  • "A maioria" sujeito do verbo "é".

    " o medo " sujeito do verbo "reforça".

  • Gostaria de um realce nessa questão em específico. Para mim, o uso é facultativo. Então, ao meu ver, " não é justificável" e sim "pode justificar". Alguém poderia me explicar o motivo da questão estar certa?

  • sobre o que aprendi em relação ao uso de vírgula é que uma de suas funções é substituir o "E" na oração composta, quando se tratar do mesmo sujeito.

    porem, quando existir uma oração composta com sujeitos diferentes pode-se utilizar o E e a vírgula.

  • # Expressões partitivas – A formação se dá pelo sujeito constituído por uma expressão que denota “parte de algo” (a metade de, a maior parte de, grande parte de, a maioria de), seguida de um substantivo ou pronome no plural: O verbo poderá ser grafado tanto no singular quanto no plural.

    Na questão é facultativo o uso da vírgula nesse caso.

    mas como se trata de oraçãoes com sujeito diferentes é justificável a virgula depois do E.

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