SóProvas


ID
74278
Banca
FCC
Órgão
TRT - 22ª Região (PI)
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leis para indigentes morais

Acaba de chegar a Massachussets um grupo de
adolescentes sudaneses que viajaram diretamente da Idade da
Pedra, ou quase, para a América do século XXI. São cinco mil
refugiados, que estão sendo distribuídos pelos EUA. Para
muitos, a viagem de avião é a primeira experiência em um
transporte motorizado.

Qual será o maior estranhamento para esses
jovens? A neve e a calefação? Os celulares? A Internet? (...)
O susto virá da quantidade de leis formais
detalhadas e explícitas que regram a vida americana, enquanto
a vida da tribo era regrada por poucas normas quase sempre
implícitas - ou seja, pela confiança de todos numa moral
comum tácita.

Nossas leis tornam-se cada vez mais detalhadas,
pois há a idéia de que um código exaustivo garantiria o
funcionamento de uma comunidade justa. De fato, essa
proliferação revela a angústia de uma cultura insegura de suas
opções morais. Por sermos indigentes morais, compilamos uma
casuística da qual esperamos que diga exatamente o que fazer
em cada circunstância. O dito legalismo da sociedade
americana, tão freqüentemente denunciado, é apenas o sinal
dessa indigência.

A tentativa de animar uma comunidade por uma
lengalenga de leis testemunha a fraqueza do vínculo social. Não
podemos confiar numa inspiração moral compartilhada, por isso
inventamos regras para ter, ao menos, muitas obrigações
comuns.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. S. Paulo: Publifolha,
2004, pp. 66/68)

Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela a fragilidade dos princípios morais.

Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

Alternativas
Comentários
  • questão confusa e mal elaborada.
  • Acho que foi grifado errado a parte "excessiva particularização", pois "a qual" refere-se a um termo anterior e não posterior.
  • A última parte grifada está incorreta. Os segmentos destacados do texto original da prova são:

    Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela a fragilidade dos princípios morais.

  • Casos que exigem Próclise:

    1 - Conectivos de oração subordinada (substantiva, adjetiva ou adverbial)

    2 - Advérbios, quando sem pausa (vírgula)  (QUANDO)

    3 - Pronomes indefinidos e demonstrativos (tudo, nada isso, aquilo, etc.)

    4 - "em" + pronome oblíquo átono + gerúndio (ex. em se tratando dos fatos)

    5 - "por" + pronome oblíquo átono + particípio (ex. por se tratarem das coisas)

    6 - Palavras com idéia negativa (não, nunca, jamais, etc.)

    Casos que exigem Mesóclise:

    1 - Futuro do presente (terminação rei)

    2 - Futuro do pretérito (terminação ria)Bizu: Quando o REI RIA põe no meio.

    Casos que exigem Ênclise:

    1 - Advérbio com pausa (ex. Aqui, reúnem-se alunos aprovados)

    2 - Imperativo (ex. Levante-se

    3 - Conectivo "e" (ex. Falou e disse-me verdades)

    Nunca utilizar pronome átono:

    1 - inicio de frase

    2 - depois de futuro (Rei - Ria)

    3 - depois de particípio (Ado - Ido)

  • Alguém sabe me explicar por que a expressão "as há" está correta?