SóProvas


ID
812470
Banca
AOCP
Órgão
TCE-PA
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Chaplin e Camões na chuva

Eduardo Escorel

1.° Meia hora de chuva moderada foi suficiente para alagar a rua Luís de Camões, no centro do Rio. Para ir a pé até lá, saindo da Rua da Assembleia, foi preciso atravessar a Avenida Rio Branco, seguir pela rua da Carioca, dobrar na Ramalho Ortigão, contornar a igreja São Francisco de Paula, passar em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, cruzar a avenida Passos e chegar ao nº 68, sede do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, instalado em um edifício neoclássico, onde foi aberta em 6 de março a exposição Chaplin e sua imagem. 
2.° No caminho, além do aguaceiro, pessoas vindo em sentido contrário, ou seguindo na mesma direção, mas andando devagar – muitas com dificuldade de seguir em linha reta, tornaram o percurso ainda mais difícil. Isso sem falar das barracas dos ambulantes ocupando a maior parte das calçadas, e dos vendedores apregoando guarda-chuvas chineses por dez reais. 
3.° Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência – uma parada de meia-hora na entrada de uma farmácia no Largo de São Francisco – e perícia, buscando proteção debaixo de um pequeno guarda-chuva em decomposição. E na chegada, antes de poder subir os degraus de entrada do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, foi necessário atravessar a estreita e alagada Luís de Camões na ponta dos pés. 
4.° Logo na entrada, a falta de sinalização levou a perguntar por onde seguir a uma guarda desabada numa cadeira. Em tom incompreensível à primeira escuta, ela indicou com má vontade, e certo ar de desprezo pela desorientação do visitante, a porta em frente como a de acesso à exposição e fez a caridade de informar que ocupa salas do primeiro e segundo andar. 
5.° Uma primeira suposição provou ser infundada – não há interdição para entrar com guarda-chuva e pasta molhados, circunstância inédita em locais do gênero mundo afora. Outra, ainda menos auspiciosa, também caiu por terra. Ao contrário do que imaginara durante a travessia aquática do centro da cidade, havia algumas pessoas vendo a exposição, por volta de meio-dia, nas amplas salas, na pequena rua fora de mão, numa sexta-feira chuvosa. 
6.° Não eram muitas, mas pareciam interessadas, dando impressão de estarem vendo pela primeira vez painéis fotográficos e trechos de filmes de Chaplin projetados em monitores. 
7.° A modesta exposição não passa disso – uma série de painéis e alguns trechos de filmes exibidos em monitores –, sendo surpreendente que instituições tão respeitáveis, como a Cinemateca de Bologna, por exemplo, difundam pelo mundo mostra tão pobre, muito aquém, por exemplo, do que é possível ver nas duas horas e meia do documentário O Chaplin que Ninguém Viu (Unknown Chaplin), de 1983, realizado por Kevin Brownlow e David Gill para ser exibido na televisão, e disponível em DVD desde 2005. Como introdução a Chaplin, mais valeria promover em praça pública sessões gratuitas desse documentário. 
8.° O Chaplin que Ninguém Viu inclui imagens da coleção particular de Chaplin e demonstra seu perfeccionismo através das filmagens dos exaustivos ensaios para chegar à gag perfeita, e das várias tomadas feitas de uma mesma cena até obter a encenação mais eficaz. Nessa época, o custo de produção e do filme virgem ainda não haviam tornado proibitivo descobrir filmando o que se queria fazer. 
9.° Percorrida a exposição, com decepção crescente a cada sala, eis que uma risada distante se fez ouvir, parecendo vir do primeiro andar. Voltando sobre os próprios passos, descendo a sinuosa escadaria monumental com corrimão de madeira envernizada, numa das primeiras salas, lá estava a origem do riso: um rapaz de fones nos ouvidos, postado diante de um monitor, divertindo-se à grande
10.° O motivo da alegria era a sequência da luta de boxe de Luzes da cidade (1931). Disponível no Youtube, é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano, sem correr o risco de se molhar. 
11.° A exposição Chaplin e sua imagem estará aberta, até 29 de abril, no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica. Para quem não tiver acesso ao Youtube ou não puder ver O Chaplin que Ninguém Viu, pode valer a pena. As risadas do rapaz comprovam que ressalvas feitas à exposição talvez não façam sentido. 
12.° Evitem apenas dias de chuva para não ficarem com os pés encharcados. 

  Revista Piauí, edição 66.

“Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência..." A forma verbal requerer,se conjugada no pretérito mais que perfeito, apresentará a seguinte forma:

Alternativas
Comentários
  • não caia em tentação pensando que a conjugação e igual o verbo querer .

    a conjugação se faz imitando o verbi vender -- eu requereras (vendera)
  • Pretérito-mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada. 
    Ex: Eu amara, eu vendera, eu partira.
    No caso acima, 
    REQUERERA

  • Eu ciente que era a "a", mas cai em tentação Jeniely Azambuja. 

  • A dica para conjugar o verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo é  toma seu tema (radical + vogal temática) do pretérito perfeito  do indicativo e adicionar a desinência temporal -ra- mais as pessoais: ra, ras, ra, ramos, reis, e ram. :-)

  • Lembre-se disto , 'querer' é verbo irregular , enquanto que 'requerer' é regular.

  • É uma pegadinha constante das bancas, cuidado com o verbo REQUERER.

    Ele NÃO deriva do verbo QUERER, portanto, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo esse verbo se conjuga REQUERERA.

  • Eu ciente que era a "a", mas cai em tentação/ RT

     

  • REQUERERA da impressão que seja futuro...grave pois as bancas usa muito.

  • Em 24/10/18 às 12:55, você respondeu a opção B.

    !

    Você errou!


    Em 07/11/18 às 23:01, você respondeu a opção A.

    Você acertou!


    Viva o progresso! :)

  • poe no pretérito perfeito na segunda pessoa: REQUERESTE (retira o STE)  e põe a terminação do pretérito-mais-que-perfeito RA

  • a-

    requerer é regular: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram.

    preterito-mais-que-perfeito:

    eu requerera

    tu requereras

    ele requerera

    nós requerêramos

    vós requerêreis

    eles requereram

    _________________________________________________________________________________

    REQUERER NAO TEM NADA A VER COM QUERER

  • Será que um dia eu aprenderei as regras da nossa língua portuguesa ? Sinceramente eu acho mais fácil eu conseguir passar num concurso sabia ? Eu heinnn!