SóProvas


ID
991951
Banca
FCC
Órgão
TRT - 12ª Região (SC)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.

      As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de uma sofisticada mediação. O real tem um quê de ilusório e virtual.
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O olho humano, por exemplo, não é capaz de captar todo o espectro de energia eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas abelhas.
      Seletividade análoga preside a operação dos demais sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo com idade, herança genética, treino e educação. Há mais coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos − e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços − são capazes de detectar.
      Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes não passa, portanto, de uma fração diminuta do que há. Mas o que aconteceria se tivéssemos de passar a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis etc.) com as quais não estamos habituados? Suponha que uma mutação genética reduza drasticamente a seletividade natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”, sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual é, infinito”.
      O grande problema é saber se estaríamos aptos a assimilar o formidável acréscimo de informação sensível que isso acarretaria. O mais provável é que essa súbita mutação − a desobstrução das portas e órgãos da percepção − produzisse não a revelação mística imaginada por Blake, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma sobrecarga de informações acompanhada de um estado de aguda confusão e perplexidade do qual apenas lentamente conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis a que temos acesso, embora restritas, não comprometeram nossa sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso. É a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do Universo. Se o muro desaba, o caos impera
.

(Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do amanhã, São Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143) 

Admite transposição para a voz passiva o que se encontra em:

Alternativas
Comentários
  • Fiquei com muita dúvida sobre esta resposta, eu marquei o gabarito D e errei. 

    A questão pede a única frase que admite voz passiva. Então meu raciocínio na letra d foi assim:
     - O ganho de sensibilidade seria patente.
     - O ganho de sensibilidade teria sido patente.

    Alguém por favor pode me ajudar?
  • Olá  Adriana A Lúcio Pulhez, eu tive o seguinte raciocínio:

    Mudando o verdo "seria" para "teria sido", você estará mudando apenas o tempo verbal, mas não mudaria a frase para a voz passiva.

    Para colocar na voz passiva, é necessário que o elemento que sofre a ação da frase original, passe a realizar a ação na nova frase.

    E, consequentemente, o elemento que realiza a ação na frase original, irá sofrer a ação do verbo na oração reformulada.



    Logo, na alternativa e, basta "perguntar" ao verbo: quem dá cor e concretude ao presente vivido? Resposta: as certezas

    Então, passando a frase para a voz passiva, o presente vivido passará a executar o verbo, e as certezas, passará a sofrer a ação do verbo.

    Resultado:
    O presente vivido ganha(recebe) cor e concretude das certezas sensíveis.



    Espero ter ajudado, Bons Estudos!
  • Obrigada pela gentileza em tentar ajudar colega, Orlins Jr. Depois de ter estudado um pouco mais, acredito que eu ainda possa acrescentar mais alguns comentários sobre a questão.

    Voz Ativa e Voz Passiva são duas maneiras sintaticamente possíveis de dizer a mesma coisa de modos diferentes. No primeiro caso o sujeito pratica a ação indicada pelo verbo e no segundo o sujeito sofre a ação indicada pelo verbo.

    Ex.: Branca de Neve mordeu a maça envenenada.  (oração na voz ativa)
    Branca de Neve: Sujeito
    mordeu: verbo transitivo direto
    a maça envenenada: objeto direto

    ATENÇÃO! Apenas admitem voz passiva as orações que contenham (verbo transitivo DIRETO ou verbo transitivo DIRETO E INDIRETO "bitransitivos")

    Passando a oração para a voz passiva:
    Ex.: A maça envenenada foi mordida pela Branca de Neve. (oração na voz passiva)
    Sujeito: A maça envenenada
    Verbo na voz passiva: foi mordida
    Agente da passiva: por Branca de neve

    Agora analisando a questão novamente:
    a) aquilo não passa de uma fração diminuta: de uma fração diminuta ( objeto indireto) - não admite voz passiva
    b) cada um atua dentro de sua faixa de registro: atuar (verbo intransitivo) - não admite voz passiva
    c) há mais coisas entre o céu e a terra (...) : haver ( verbo impessoal) funciona muita vezes como auxiliar - não admite voz passiva
    d) o ganho seria patente: seria  ( verbo de ligação) não admite voz passiva
    e) as certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente vivido: verbo dar (VTDI) - ADMITE VOZ PASSIVA

    No caso da letra E, o verbo é transitivo direto e indireto então admite voz passiva.
    Acredito que a transposição ficaria assim:
    Cor e concretude ao presente vivido são dadas pelas certezas sensíveis.
  • Além de ser necessário que o verbo seja TRANSITIVO DIRETO ou TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, o verbo também tem que expressar AÇÃO, por isso que no verbos de ligação não podemos transformar a frase para a voza passiva. 
  • Tive dúvida com relação à alternativa "c".

    Apesar de o verbo "haver" ser impessoal (não tem sujeito), ele não é intransitivo! Trata-se de um verbo transitivo direto, em que cabe a transposição para a voz passiva.

    Assim " mais coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos..." tornaria-se "Mais coisas entre o céu e a terra são havidas (...)"

    Por que a alternativa "c" foi conisderada errada?
    Alguém sabe explicar?


    Obrigada
  • d) O ganho de sensibilidade seria patente.
    "seria" é verbo de ligação, portando não há voz passiva!

    Abs, 
    Bons Estudos.
  • Elisa, também marquei a C seguindo esse raciocínio. Esqueci do VTDI da E.

    Alguém poderia explicar o erro da alternativa C?



  • Resposta letra E.

    Sobre a letra C, o verbo haver no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal(invariável neste caso). Isso quer dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito. Se não tem sujeito, como transformar em voz passiva?

    Abs,

    Bons Estudos.

  • Frank, após quase dois anos descobri o erro! Para fazer voz passiva o verbo deve ser transitivo direto OU transitivo direto e indireto e TER SUJEITO!

    Como o verbo haver é impessoal, ele não forma voz passiva! ufaaaa, muito bom tirar esta questão da cabeça! rsrsrs

  • Na letra “A”, a transposição para voz passiva é impossível por se tratar de VTI – verbo transitivo indireto.

     

    Em “B”, a transposição para voz passiva é impossível por se tratar de VI – verbo indireto.

     

    Em “C”, a transposição para voz passiva é impossível por se tratar de VTI – verbo transitivo direto – oração sem sujeito.


    Em “D”, a transposição para voz passiva é impossível por se tratar de VL – verbo de ligação.

     

    Resposta correta – letra E: é possível a voz passiva quando presentes VTD ou VTDI + sujeito.

     

    Logo, o verbo “dar” – VTDI permite a transposição para a voz passiva.

  • a) verbo transitivo indireto

     

    b) verbo intransitivo

     

    c) verbo impessoal - não admite transposição da voz ativa para voz passiva.

     

    d) verbo de ligação (ser)

     

    e) verbo transitivo direta e indireta (VTDI).