b) errada. A perda de volume do componente acinar relacionada com a idade foi também encontrada em estudos que incidiram sobre outras glândulas salivares humanas. Assim, foi relatada uma perda de cerca de 32% na glândula parótida, 37% na submandibular], 28,5 a 49,3 % na labial [49, 55] e 48% nas glândulas palatinas.[52] Seria de esperar que esta perda de tecido acinar tivesse implicações clínicas, incluindo uma diminuição da taxa de fluxo salivar. No entanto, em nenhum dos estudos já referidos ou em estudos funcionais [13, 54, 56, 57] foi possível afirmar com certeza que existe uma diminuição efectiva do fluxo salivar directamente relacionada com o envelhecimento. Segundo vários autores, a função das glândulas salivares e a sua capacidade de produção de saliva mantém-se estável durante o envelhecimento.[1, 3, 4] Assim, o comummente chamado “processo de envelhecimento normal”, por si só, não parece ser responsável pela diminuição funcional destas glândulas.[14] Os casos de disfunção salivar e xerostomia foram essencialmente relacionadas com problemas médicos, polimedicação, radioterapia da cabeça e pescoço e síndrome de Sjögren.
d) certa. Alterações gustativas no envelhecimento: Ao analisar as variações sensórias que se apresentam de acordo com a idade em indivíduos sadios, sem os fatores sistêmicos que acometem grande parte dos idosos, pode-se definir que as alterações no gosto fazem parte do processo fisiológico de envelhecimento, pois, com a idade, há uma redução de receptores específicos para as percepções gustativas (Winkler et alii, 1999). O declínio da percepção dos estímulos primários da gustação (doce, salgado, azedo, amargo e umami) passa a ocorrer a partir da sexta década de vida (Bittar et alii, 2002). A idade do indivíduo é inversamente proporcional ao número de receptores específicos para as percepções gustativas (Winkler et alii, 1999). Nos adultos, são observados de 3.000 a 10.000 corpúsculos gustativos e há redução progressiva destes a partir dos 45 anos e conseqüente declínio da sensação gustativa (Guyton e Hall, 1997).
Alterações Gustativas no Envelhecimento - Roberta da Silva Paula