SóProvas


ID
2081716
Banca
IESES
Órgão
SERGAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Nesta prova, considera-se uso correta da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.

Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo. 

                             APRENDA A LER E A ESCREVER: UMA

                             POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO SOCIAL

                                                                                    Por: Sandra Bozza Disponível em:                                      http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-                                               ortografia/59/artigo371209-2.asp Acesso em 13 ago 2016.

      Gostaria de iniciar este diálogo escrito congraçando os leitores à seguinte reflexão: enquanto leem este texto, bilhões de cidadãos da Terra estão em caráter de exclusão pelo fato de não saberem ler. São espoliados da herança científica e cultural construída no processo histórico de suprir necessidades cada vez mais complexas. Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados. Todos os analfabetos (funcionais e de fato) deixam de ter acesso à criação artística e científica, aos avanços e às descobertas, realizações e valores que pertencem a nossa comunidade planetária. É essa a principal verve de nossa reflexão.  

      Neste espaço, não esperamos lançar luzes, ainda que sutis, sobre uma preocupação que pouco tem sido aventada socialmente: a função da linguagem na formação do sujeito e o papel da língua escrita no enriquecimento da linguagem de cada um. Isso já tem sido competentemente discutido em todas as instâncias em que esse assunto é relevante. O que aqui pretendemos é oxigenar, mais uma vez, a ideia dos danos que o analfabetismo funcional pode causar aos cidadãos e as consequências nefastas desses danos em todas as esferas do cotidiano humano. [...] 

      Que a leitura amplia horizontes e que as informações conseguidas a partir dela podem resultar em conhecimentos todos já sabemos. O que talvez seja a necessidade mais premente nos dias atuais (quando tanto se tem comentado sobre a pobre proficiência em leitura que a escola brasileira tem produzido) é refletir sobre o seu papel no intelecto de cada ser. 

      A escrita exige (e simultaneamente desenvolve) o funcionamento da função simbólica, que é determinante para o desenvolvimento da inteligência. Todavia, os não alfabetizados com competência não estarão suficientemente aptos para sobreviverem com plenitude em uma sociedade letrada. Um bom exemplo desse fenômeno pode ser observado na barreira que a saúde pública enfrenta no combate à diabetes. Segundo os especialistas, a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina (e consequentemente no controle da doença) reside na precariedade da competência leitora que muitos pacientes possuem, pois não se trata apenas de não saber interpretar o que é prescrito na bula ou na receita médica, mas sim de ter competência para relativizar e estabelecer conexões entre seu estado de saúde e as necessidades da dose do medicamento e da ingestão de glicose que realizaram naquele dia. Ou seja, não estamos a falar apenas de não conseguir compreender uma ideia colocada através da língua escrita, mas, também, de um baixo desenvolvimento cognitivo que, muita vezes, não permite que o tratamento seja eficaz. Em outras palavras, o sujeito não competente na leitura pode sofrer de déficits cognitivos e ser prejudicado nas mais diversas ações e necessidades de sua vida.

      [...] É isso que sugere o título deste texto: a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita, que dificilmente se conseguiria não fosse o acesso e o poder de transitar pelo universo letrado que a escrita pode nos proporcionar.

Sandra Bozza é linguista, filósofa, psicóloga, socióloga e escritora. Prof. de Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa, de Literatura Infantil, de Linguística e de Metodologia de Ensino de Alfabetização e Letramento. Entre seus livros mais relevantes estão: Na escola sem aprender? Isso não!; Avaliação e aprendizagem: entre o pensar e o fazer; Língua Portuguesa a Partir do Texto (4 Volumes) e Coleção Trabalhando com a Palavra Viva (2 Volumes). Fonte: Adaptado de: http://literatura.uol.com.br/literatura/figuraslinguagem/56/artigo362336-1.asp Acesso em 13 ago 2016. 

Leia com atenção esse trecho:

Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados.”

Agora analise as assertivas a seguir que se referem aos recursos de construção e correção utilizados. Em seguida, assinale a alternativa que contenha a análise correta sobre as mesmas.

I. A simples substituição da expressão “esses mesmos conhecimentos” por “essas mesmas noções” não alteraria a correção do período.

II. As duas últimas vírgulas do período separam termos com mesma função sintática.

III. O termo “que”, tal como empregado no período, pertence à classe das preposições.

IV. Ao empregar o singular, as invés do plural, em “às”, a alteração resultaria na forma: “à”.

Alternativas
Comentários
  • I - o erro que eu encontrei foi no resto da construção, pois , se houvesse a mudança, haveria uma reformulação de concordância do resto dos termos: “Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que essas mesmas noções sejam, a todo tempo, revisitadas ( e não revistados), rechaçadas ( e não rechaçados), ampliadas ( e não ampliados) e superadas ( e não superados) .”

    III - é uma conjunção integrante, e não uma preposição

    IV - não necessariamente continuaria com crase. Isso vai depender do termo posposto. se houver permanência de plural, não haverá, no entanto, havendo mudança do termo posposto para o singular, a crase permanecerá.

     

     Gab: C

     

  • André Silva, cuidado!!

    O item:

    IV. Ao empregar o singular, as invés do plural, em “às”, a alteração resultaria na forma: “à”. 

    A alteração NÃO RESULTARIA "à" e não depende do termo proposto.

    Toda palavra "a" (no singular) antecedida de palavras no plural, NÃO RECEBE O ACENTO GRAVE CRASE, AINDA QUE SEJAM PALAVRAS FEMININAS:

    “Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita," FRASE CORRETA.

    1) A assertiva sugere e induz ao erro o candidato: "legado à sociedades regidas". ERRADA. (poder estar no singular, mas não admite crase.)

    2) “Grande parte desse processo foi registrado e legado a sociedades regidas e organizadas pela língua escrita," FRASE CORRETA. (no singular, sem crase).

    EX: Digo isso a meninas, não a meninos!

     

  • GABARITO C.

    Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados.”

    I = ALTERAM O PERÍODO:  esses mesmos conhecimentos sejam revisitados, rechaçados, ampliados
                                                    essas mesma noções sejam revisitados, rechaçados, ampliados (ocorreu erro de concordância)

    II =  "QUE"é conjunção integrante que introduz oração subordinada substantiva

    III = legado às sociedades (legado à sociedade) a no singular e palavra no plural, CRASE NEM A PAU!!!

  • NO ÍTEM - lll CREIO QUE SEJA UM PRONOME RELATIVO POIS RETOMA A UM TERMO ANTECESSOR E PODE SER SUBISTITUÍDO POR :( AS QUAIS) VEJAM!

     Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, AS QUAIS esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados.

    - Pronome relativo

    O pronome relativo refere-se a um termo (por isso mesmo chamado de antecedente), substantivo ou pronome, ao mesmo tempo que serve de conectivo subordinado entre orações. Geralmente, o pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva, nela desempenhando uma função substantiva. Neste caso, pode ser substituído por qual, o qual, a qual, os quais, as quais.

    Ex1: João amava Teresa que amava Raimundo.

    Ex2: Às pessoas que eu detesto diga sempre que eu detesto

  • “Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados.”

    I- INCORRETA.. A simples substituição da expressão “esses mesmos conhecimentos” por “essas mesmas noções” não alteraria a correção do período.

    - SE EU MUDAR PARA O FEMININO, INCORREI EM ERRO DE CONCORDÂNCIA COM OS TERMOS SUBSEQUENTES QUE ESTÃO NO MASCULINO.

    II CORRETA. As duas últimas vírgulas do período separam termos com mesma função sintática. SIM, ENUMERAÇÃO.

    III.- INCORRETA O termo “que”, tal como empregado no período, pertence à classe das preposições. POSSIBILITANTO QUE....( ISSO) CONJUNÇÃO INTEGRANTE

    IV - INCORRETA. Ao empregar o singular, as invés do plural, em “às”, a alteração resultaria na forma: “à”. À SOCIEDADES...nunca haverá crase...

     

     

    GABARITO ''C''

  • Na em relação ao item ''I'' pode ser observado que NOÇÂO é uma coisa e CONHECIMENTO é outra.

    Uma coisa é você ir fazer uma prova com NOÇÃO do conteúdo e fazer a mesma prova com CONHECIMENTO é outra. 

    Claro que também a erro nesse item quanto a concordância de masculino e femino.

    Corrijam=me se estiver errado.

    Abraço.

  • Pessoal, simples assim:

     

    I. A simples substituição da expressão “esses mesmos conhecimentos” por “essas mesmas noções” não alteraria a correção do período.

    Sugere-se alterar o sujeito do masculino para o feminino, sem alteração de seus termos subsequentes, com os quais concorda.

    II. As duas últimas vírgulas do período separam termos com mesma função sintática.

    Sim. Trata-se de uma enumeração.

    III. O termo “que”, tal como empregado no período, pertence à classe das preposições.

    Senhores, trata-se de uma conjunção integrante pois se trata de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta. Apenas para rechaçar o que foi dito anteriormente, o pronome relativo deve se referir a termo imediatamente anteposto e não em qualquer ponto aleatório da frase.

    IV. Ao empregar o singular, as invés do plural, em “às”, a alteração resultaria na forma: “à”.
    Aqui está a maior confusão: a crase é formada pela aglutinação do artigo e a preposição. O artigo SEMPRE deve concordar com o substantivo, a PREPOSIÇÃO, não.

    Sendo assim, ao dizermos "legado a sociedades", estamos OMITINDO O ARTIGO, não ocorrendo, portanto, a aglutinação e, por conseguinte, a crase.

    Essa é a razão de não estar incorreta a concordância no uso de "LEGADO A SOCIEDADES".

  • ", a todo tempo," tem o mesmo valor sintático de "revisitados, rechaçados, ampliados e superados.”?

    Vlw Yan

  • Não Felipe foco, você interpretou de maneira errada a questão:

    As duas últimas vírgulas do período separam termos com mesma função sintática. = revisitados, rechaçados, ampliados e superados

    CORRETO, separam termos de uma enumeração.

     

     

    a todo tempo é um ajunto adverbial de tempo e frenquência, mas não era com esse adjunto a que a proposição se referia.

  • Gabarito: C

     

    I. A simples substituição da expressão “esses mesmos conhecimentos” por “essas mesmas noções” não alteraria a correção do período.

     

    Errada. Haveria erro de concordância nominal, pois "revisitados, rechaçados, ampliados e superados" deveriam ir para o feminino plural.

     

    II. As duas últimas vírgulas do período separam termos com mesma função sintática.

     

    Correta. Separam termos de mesma função sintática em enumeração.

     

    III. O termo “que”, tal como empregado no período, pertence à classe das preposições.

     

    Errada. "Que" está relacionado ao verbo possibilitar, portanto é uma conjunção integrante.

     

    IV. Ao empregar o singular, as invés do plural, em “às”, a alteração resultaria na forma: “à”. 

     

    Errada. Resultaria na forma "a", pois o acento indicativo do fenômeno da crase é a junção do artigo a(s) + preposição a. Se há a omissão do artigo, logo não há motivo para crase.