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Cultura Organizacional e a Abordagem Funcionalista
Um dos autores mais citados a respeito de Cultura Organizacional é Edgar Schein. Ele define a Cultura Organizacional como “o modelo de pressupostos básicos, que determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e adaptação interna”. (SCHEIN, 1992, p. 7). Trompenaars (1994) utiliza a definição de Schein como um passo inicial no entendimento da Cultura Organizacional. Entre outras contribuições, ele acrescenta que os valores e as normas inseridos na semiconsciência variam em diferentes regiões do mundo.
Kotter e Heskett (1994) adotam uma abordagem mais simples ao tratar dos níveis da Cultura Organizacional. Eles definem dois níveis: os valores compartilhados, considerados mais essenciais e difíceis de mudar e as normas de comportamento do grupo, que constituem um nível
mais superficial. Os teóricos citados neste tópico, ao entenderem que a empresa possui uma cultura e que esta é uma variável independente que influencia outros aspectos organizacionais, adotam um entendimento funcionalista da Cultura (SMIRCICH, 1983, p. 342).
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Cultura Organizacional: Abordagem Interpretativista
O conceito proposto por Schein (1992), é distinto do proposto por Cavedon (1999). Para esta, e para os demais autores sob a perspectiva interpretativista, a organização é uma Cultura. Uma vez entendida como uma metáfora raiz para entender uma organização, a Cultura não pode ser vista como uma variável, mas como um ente. Cavedon (2004, p. 4) define Cultura Organizacional como “a rede de significações que circulam dentro e fora do espaço Organizacional, sendo simultaneamente ambíguas, contraditórias, complementares, díspares e
análogas, implicando ressemantizações que revelam a homogeneidade e a heterogeneidade organizacional”.
A complexidade aqui revelada impede que a Cultura seja explicada por meio dos níveis sugeridos por Schein (1992), Hostede (1991) e Trompenaars (1994). As expressões “rede” e “teia de significados”, comumente usadas por teóricos interpretativos, indicam que a complexidade proposta neste paradigma não pode ser comportada nos medelos citados pelos referidos autores.
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Cultura Organizacional: Abordagem Crítica
Em geral, autores deste paradigma científico acrescentam a dimensão das relações de poder e as consequentes considerações sobre aspectos de manipulação em seus conceitos. Por exemplo, Fleury (2006) afirma que “Cultura Organizacional é concebida como um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto age como elemento de comunicação e consenso, como resultam e instrumentalizam as relações de dominação”.