SóProvas


ID
2712691
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            Texto I


                              O Aleph e o Hipopótamo I

                                                                                             Leandro Karnal


      O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas. Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do banco, por exemplo.

      Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.

      Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado, parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais, se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.

      Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe, mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.

      E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto, mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]

      Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.

      Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória. Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]

(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso em 26/03/2018)

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • a) Em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… ‘Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta’; ‘Semana que vem nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos os termos em destaque têm função de conjunção integranteERRADO

    Conjunção integrantes: dá-se o nome de conjunção integrante a cada uma das conjunções que iniciam as orações subordinadas com função sintática de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, complemento nominal, ou aposto de outra oração

    Na frase: "Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe". O que pode ser substituído por "o qual", nesse caso, tem função de pronome relativo.

     

     b)  Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa. ERRADO

    Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido literal.

    Na frase, predomina o sentido conotativo, ou seja, o sentifo figurado.

     

    c) Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica de consequência. CORRETO.

     Alguns eventos são tão traumáticos (CAUSA) que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória (CONSEQUÊNCIA).

     

    d)  Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud. ERRADO.

    Como não está comparando os eventos às ideias. Na frase, "como" tem função de modo.

    CORREÇÃO: conforme o colega José Júnior comentou, o "como", nesse caso, é conjunção conformativa e não de modo, como coloquei. Obrigada aos colegas pela correção e me perdoem o erro! ;) 

     

     e) Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são utilizados para apresentar uma citação indireta. ERRADO.

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das per

  • C) Se é traumático --> bloqueado pela memória. [Se é traumático, então é bloqueado pela memória] -> Relação de consequência. 

  • Parabéns pelo comentário, Mônica C. Adorei sua análise, e confesso que me ajudou bastante. Entretanto faço uma simples observação quanto à alternativa D... ""Ao meu ver"", acredito que esse Como detalhado por você não teria a função de Modo, mas sim de uma Conjunção Conformativa, podendo inclusive ser substituída por Conforme, Segundo, Consoante, que continuará a manter o seu sentido. Caso eu esteja errado, por favor, corrijam-me. Bons estudos a todos.
  • Concordo com você José Junior, o como tem a ideia de conforme, segundo, consoante etc. 

  • Obrigado, Mônica C.

  • Alternantiva "C​"

    O ATO DE alguns eventos serem tão traumáticos FIZERAM COM QUE fossem bloqueados pela memória.

  • A em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que (aqui, trata-se de pronome relativo retomando tempo) ainda não existe… ‘Pode deixar que (agora, trata-se de conjunção integrante, ligando orações, sem carga semântica) amanhã eu entrego tudo o que (nesse caso, trata-se de pronome relativo, pois sempre que estiver precedido de pronome demonstrativo ( o= aquilo), a partícula que será pronome relativo, retomando o demonstrativo, refere-se ao famigerado caso DR. falta’; ‘Semana que vem nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos os termos em destaque têm função de conjunção integrante.


    B Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa. predomina a linguagem conotativa, ou sentindo figurado.


    C Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica de consequência. (gabarito) ideia de consequência são bloqueados pela memória porque são traumáticos.


    D Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud. (ideia de conformidade)


    E Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são utilizados para apresentar uma citação indireta. (para introduzir aposto explicativo/especificativo)


  •  a) ERRADA  TEM CONJ INTEGRANTE, PRONOME RELATIVO...

    Em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… ‘Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta’; ‘Semana que vem nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos os termos em destaque têm função de conjunção integrante.

     b)ERRADA, TEMPO NÃO ANDA.

     Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa.

     c)CORRETA ORAÇÃO SUBORDINADA ADV CONSECUTIVA. Alguns eventos são tão traumáticos que

    Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica de consequência.

     d)ERRADA É UMA CONJUNÇÃO CONFORMATIVA

     Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud.

     e)ERRADA É UM ESCLARECIMENTO

     Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são utilizados para apresentar uma citação indireta.

  • a) tem conjunção integrante e pronome relativo.
    b) conotativa (linguagem figurada)
    c) certo. tão + que = consequência 
    d) conformidade
    e) explicação

  • Referente a alternativa A :

     

     

    Eis as seguintes frases:

     

    (1) Já li o livro que me deste.

     

    (2) Já sei que gostas de mim.

     

    Na frase (1), o que é um pronome relativo. É pronome, porque está em vez dum nome, isto é, de livro. É relativo, porque está em relação com livro, refere-se a livro. Este que é equivalente a o qualque me deste = o qual me deste. Vê-se claramente o seguinte: este que é o complemento (ou objecto) directo de deste.

     

    Na frase (2), o que é uma conjunção integrante. É uma conjunção (com + junção), porque faz a junção (a ligação) de uma oração com outra. E é integrante, porque introduz uma oração integrante: que gostas de mim. Esta oração chama-se integrante, porque integra (completa) outra oração, a anterior. Compreende-se perfeitamente, porque ela é o complemento directo da forma verbal sei. Para compreender melhor, é conveniente consultar uma boa gramática e um bom dicionário para ver o que significam as palavras relativo, relação, relacionar, complemento; conjunção, conjuncional, integrante, integrar, etc.

     

     

    Fonte:https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/conjuncao-integrantepronome-relativo/3557

  • Aprendi no QConcursos e nunca mais errei!

    c) O FATO DE alguns eventos serem tão traumáticos, FAZ COM QUE sejam bloqueados pela memória.

  • Kaio César, quem usa essa metodologia é a professora Adriana Figueiredo, uso-a desde 2017, não erro uma questão de causa e consequência, dica de ouro da professora Dri!

  • CONJUNÇÕES CONSECUTIVAS

    tal, tanto, tamanho, tão (OP) e que (OS)

  • Consequência

    As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que.

    Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

    Na questão:

    Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”

    Gab- c

    ''O trabalho perseverante vence todos os obstáculos ''

  •  resp. C ) Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos(causa) que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória (consequência).”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica de consequência.

     

     a) Em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que (PRONOME RELATIVO: Refere-­se a um termo anterior que ele representa. (que = o qual + variantes)  ainda não existe… ‘Pode deixar que (​PARTÍCULA EXPLETIVA INTERATIVA OU DE REALCE: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para osentido) amanhã eu entrego tudo o que falta’; ‘Semana que vem (= CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL)  nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos os termos em destaque têm função de conjunção integrante.

    QUE = CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA   INTEGRANTE: Geralmente entre dois verbos, completando, integrando o sentido do primeiro. PERGUNTA: O QUE? – COLOCA O  ISSO, ESSE, DISSO, ANTES

    Verificou (ISSO) que só se ocupava com elas!

    Ela quis (ISSO) que ele ficasse em casa.

    Não desejamos (ISSO) que tu reproves.

    Tudo depende (disso)de que estudes bastante.

    O que quero é(ISSO) que tu voltes logo.

    Que você permaneça (ESSE)é o nosso real desejo.

     

     b) Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa.(CONOTATIVA)

    d) Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud... (O autor cita Freud por defehder a tese de que eventos traumáticos são bloqueados pela memória) Não há comparação, os eventos são traumáticos, FREUD não.

    e)  Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são utilizados para apresentar uma citação indireta.

    Foi utilizado : Antes de uma explicação, uma síntese ou ainda antes de uma complementação.

     

     

     

     

  • A em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que (aqui, trata-se de pronome relativo retomando tempo) ainda não existe… ‘Pode deixar que (agora, trata-se de conjunção integrante, ligando orações, sem carga semântica) amanhã eu entrego tudo o que (nesse caso, trata-se de pronome relativo, pois sempre que estiver precedido de pronome demonstrativo ( o= aquilo), a partícula que será pronome relativo, retomando o demonstrativo, refere-se ao famigerado caso DR. falta’; ‘Semana que vem nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos os termos em destaque têm função de conjunção integrante.

    B Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa. predomina a linguagem conotativa, ou sentindo figurado.

    C Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica de consequência. (gabarito) ideia de consequência são bloqueados pela memória porque são traumáticos.

    D Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud. (ideia de conformidade)

    E Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são utilizados para apresentar uma citação indireta. (para introduzir aposto explicativo/especificativo)

  • Justificativas

    A) Errada. O primeiro "que" age como um pronome relativo, o segundo como partícula expletiva e o terceiro, como conjunção integrante

    B) Errada. Há predominância da linguagem conotativa ou seja, do sentido figurado

    C) Correta. A consequência do trauma (o disparador de uma ação) é o bloqueio da memória

    D) Errada. Relação de conformidade

    E) Errada. Para introduzir um termo explicativo.

  • GABARITO: C

    TANTO QUE.....TÃO QUE ----->IDEIAS DE CONSEQUÊNCIA

    EX : estudou tanto que passou !

  • COMO NO INÍCIO OU APÓS VÍRGULA = CAUSA

    EX.: COMO NÃO TINHA DINHEIRO, NÃO FUI À RESENHA.

  • dica rápida!!!

    Conotativo -------- sentido Comum

    Denotativo---------- sentido Dicionário

    desistir JAMAIS!!

    EU VOU SER AQUELE QUE MUITOS QUEREM SER!!!!

  • Depois que aprendi esse macete, não errei mais.

    Depois do Tesão vem sempre a consequência. = Tão ... que... / tanto que... = consequência