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ID
3217030
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Concórdia - SC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O dia de Páscoa muda todo ano? A culpa é da astronomia

Por que não há uma data fixa para a Páscoa? Segundo afirmava Beda, o Venerável, religioso inglês que viveu no século VII, a Páscoa se dá no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte. “A astronomia está no coração do estabelecimento da data para a Páscoa. [A data] depende de dois fatos astronômicos – o equinócio da primavera e a lua cheia”, disse recentemente Marek Kukula, astronômo no Observatório Real de Greenwich, em Londres. Trata-se de um “feriado móvel”.

O complicado sistema de determinação da data da Páscoa é resultado da combinação de calendários, práticas culturais e tradições hebraicas, romanas e egípcias. O calendário egípcio era baseado no Sol, prática adotada primeiramente pelos romanos e posteriormente incorporada pela cultura cristã. O judaísmo baseia o calendário hebraico parcialmente na Lua, e o islamismo também utiliza fases da Lua. A data da Páscoa varia não somente pela tentativa de harmonizar os calendários lunares e solares, mas também há outras complicações que acabam interferindo, como o fato de diferentes vertentes do cristianismo usarem fórmulas distintas em seus cálculos.

Em 1582 foi criado o Calendário Gregoriano, adotado e promovido pelo papa Gregório para fazer com que a Páscoa caísse mais cedo e fosse mais fácil de ser calculada. Já as tradições ortodoxas dentro do cristianismo continuaram usando o Calendário Juliano em vez de aceitarem a reforma do calendário imposta pelo papa Gregório. As igrejas ortodoxas, portanto, continuaram a celebrar a Páscoa e o Natal em datas diferentes das tradições ocidentais ou romanas. Mas isso pode mudar?

O papa Tawadros 2o de Alexandria, líder da Igreja Ortodoxa Copta, espera que as diferentes vertentes do cristianismo consigam chegar a um acordo sobre essa importante questão. “Parece haver uma disposição entre parte das lideranças da Igreja Cristã para pelo menos avaliar esta possibilidade”, disse o bispo Angaelos, da Igreja Ortodoxa Copta na Grã-Bretanha. E o que os astrônomos acham de uma Páscoa unificada? 

“De certo modo, a astronomia ficaria fora da equação”, disse Marek Kukula. “Ainda seria necessário regular o calendário, mas a Páscoa deixaria de ser um feriado móvel e isso tornaria bem mais simples coisas como o planejamento de feriados escolares. Entretanto, se as pessoas vão querer fazer isso ou não, passa por uma questão religiosa.” E, levando em conta toda a história por trás da data, o debate sobre a questão ainda poderá se estender por muito tempo.

Obs.: Equinócio: período do ano em que o sol passa pelo Equador, fazendo com que os dias e as noites tenham a mesma duração.

Disponível em:<https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimasnoticias/bbc/2018/03/27/por-que-a-data-da-pascoa-variatanto-entenda-como-ela-e-determinada.htm>

Acesso em 28/março/2018. [Adaptado]

 Analise as afirmativas abaixo, considerando o texto.

1. As perguntas “Por que não há uma data fixa para a Páscoa?” (1º parágrafo), “Mas isso pode mudar?” (3º parágrafo) e “E o que os astrônomos acham de uma Páscoa unificada?” (4º parágrafo) podem ser vistas como vícios de linguagem, pois são feitas sem a necessidade de uma resposta.

2. A frase “a Páscoa se dá no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte” (1º parágrafo) pode ser reescrita, sem prejuízo de significado no texto, como “no hemisfério norte, dá-se a Páscoa no primeiro domingo posterior à primeira lua cheia que antecede o equinócio da primavera”.

3. O verbo haver tem valor existencial e não tem sujeito nas duas ocorrências, em: “Por que não uma data fixa para a Páscoa?” (1º parágrafo), “mas também outras complicações” (2º parágrafo).

4. Em relação à colocação pronominal, a expressão sublinhada em “o debate sobre a questão ainda poderá se estender por muito tempo” (5º parágrafo) pode ser reescrita como “se poderá estender” ou “poderá estender-se”, sem ferir a norma culta da língua escrita.

5. Em relação à acentuação gráfica, no conjunto “Páscoa”, “hemisfério”, “egípcias”, “judaísmo” e “história”, a única palavra que destoa por seguir uma regra diferente de acentuação é “Páscoa”.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    1. As perguntas ?Por que não há uma data fixa para a Páscoa?? (1ºparágrafo), ?Mas isso pode mudar?? (3º parágrafo) e ?E o que os astrônomos acham de uma Páscoa unificada?? (4º parágrafo) podem ser vistas como vícios de linguagem, pois são feitas sem a necessidade de uma resposta. ? incorreto, de forma alguma são consideradas como um vício de linguagem, servem para dar continuidade ao texto.

    2. A frase ?a Páscoa se dá no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte? (1ºparágrafo) pode ser reescrita, sem prejuízo de significado no texto, como ?no hemisfério norte, dá-se a Páscoa no primeiro domingo posterior à primeira lua cheia que antecede o equinócio da primavera?. ? observa-se que originalmente o equinócio vem primeiro e logo após a lua cheia; na mudança há uma inversão, marcando, assim, uma mudança semântica.

    3. O verbo haver tem valor existencial e não tem sujeito nas duas ocorrências, em: ?Por que não  uma data fixa para a Páscoa?? (1ºparágrafo), ?mas também  outras complicações? (2º parágrafo). ? correto, ambos com sentido de "existir" (valor existencial) e verbos impessoais (sem sujeito).

    4. Em relação à colocação pronominal, a expressão sublinhada em ?o debate sobre a questão ainda poderá se estender por muito tempo? (5º parágrafo) pode ser reescrita como ?se poderá estender? ou ?poderá estender-se?, sem ferir a norma culta da língua escrita. ? correto, colocação facultativa.

    5. Em relação à acentuação gráfica, no conjunto ?Páscoa?, ?hemisfério?, ?egípcias?, ?judaísmo? e ?história?, a única palavra que destoa por seguir uma regra diferente de acentuação é ?Páscoa?. ? incorreto, a única que destoa é "judaísmo" que é acentuado devido à regra dos hiatos; as outras são paroxítonas terminadas em ditongo ou proparoxítonas eventuais/acidentais.

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