SóProvas


ID
3266371
Banca
AOCP
Órgão
FUNPAPA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                CELULARES CAUSAM CÂNCER?

                     UMA ANÁLISE SOBRE COMO A MÍDIA TRATA

                                QUESTÕES DE RISCO À SAÚDE

                                                                  30/03/2015 - 09H03 - POR CARLOS ORSI


      Neste mês, um colunista de informática do New York Times, Nick Bilton, escreveu um artigo sobre computadores “vestíveis” – equipamentos de informática integrados ao vestuário, como o Google Glass ou o Apple Watch – sugerindo que o uso desses acessórios, principalmente quando ligados a redes sem fio ou de telefonia celular, poderia representar um risco de câncer comparável ao trazido pela fumaça de cigarro.

      A tese de Bilton era de que, como existem pesquisas indicando que o uso de celular junto ao ouvido pode causar câncer de cérebro, seria lógico supor que usar o mesmo tipo de tecnologia junto a outras partes do corpo, como os olhos ou a pele, também não seria seguro. Três dias depois de publicar a coluna, no entanto, o jornal se viu constrangido a fazer uma retratação registrando o seguinte:

      “Nenhum estudo epidemiológico ou de laboratório jamais encontrou evidência confiável de tais riscos [ligando celulares a câncer], e não há nenhuma teoria amplamente aceita de como eles poderiam surgir. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ‘até o momento, não se estabeleceu nenhum efeito de saúde adverso associado ao uso de telefones móveis’ [...]”.

      Essa nota de retificação [...] gera uma questão espinhosa: como o jornalista do Times pôde se enganar tanto? A resposta é instrutiva e nos ensina algo sobre como a mídia em geral tende a tratar questões de risco à saúde.

      A primeira coisa a notar é que, em princípio, não faz sequer sentido imaginar que celulares possam causar câncer: as ondas eletromagnéticas que usam para transmitir e receber sinal não têm energia suficiente para penetrar no núcleo das células e alterar seu DNA: de fato, os raios do Sol são mais potentes (e perigosos). Mas, até aí, seguro morreu de velho, e diversos grupos de pesquisadores se dedicaram a estudar o assunto.

      A nota de retificação fala que “não há evidência convincente”. A palavra-chave aí é “convincente”. Como explica o oncologista americano David Gorski [...], existe, fundamentalmente, um só grupo de cientistas que afirma ter encontrado repetidas provas estatísticas de uma ligação entre os equipamentos e a doença. [...]

       A comunidade científica, em geral, e os órgãos responsáveis pela saúde pública, em particular, tendem a se guiar, corretamente, pela evidência preponderante – no caso, de que não há perigo – e não por resultados isolados. Mas o jornalismo costuma dar mais atenção aos sinais de alerta, e a desconfiar das comunicações tranquilizadoras, principalmente quando essas últimas parecem servir a interesses econômicos (no caso, dos fabricantes de celular).

      Trata-se de uma atitude que costuma ser interpretada, no meio, como sinal de “saudável senso crítico”. Mas a verdade é que, sem analisar os detalhes técnicos e evitando dar o devido peso ao mérito próprio de cada afirmação, desconfiar de tudo é uma atitude tão ingênua quanto acreditar em tudo. [...]

      Para finalizar, uma notícia que não vi ninguém dando com destaque aqui no Brasil: um estudo realizado na Nova Zelândia, divulgado em fevereiro, encontrou uma relação entre o uso de celular e a redução no número de casos de câncer de cérebro no país! [...] Isso quer dizer que a radiação do celular evita câncer? Mata as células malignas? Muito provavelmente, não. Existe, afinal, uma coisa chamada coincidência – e é por isso que estudos isolados têm de ser olhados com alguma reserva, quer tenham conclusões boas ou más.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/blogs/olhar-cetico/noticia/2015/03/celulares-causam-cancer-uma-analise-sobre-como-mi-dia-trata-questoes-de-risco-saude.html

Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito das palavras em destaque em “Neste mês, um colunista de informática do New York Times, Nick Bilton, escreveu um artigo sobre computadores ‘vestíveis’.”.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    A) A expressão ?neste mês? poderia ser substituída por ?naquele mês?, sem prejuízo sintático ou semântico ? incorreto, "naquele mês" marca uma ideia que não se refere ao mês atual, marca uma ideia passada ou futura (naquele mês eu vou fazer o que quero; naquele mês eu fui feliz).

    B) A expressão ?neste mês? se refere ao mês em que o texto foi escrito ? correto, refere-se ao mês presente, no caso, março (= 30/03/2015).

    C) A expressão ?vestíveis? está entre aspas porque se trata de um eufemismo ? incorreto, trata-se de uma ironia.

    D) A expressão ?vestíveis? possui quatro sílabas ? incorreto, três sílabas (=ves-tí-veis).

    E) A expressão ?vestíveis? recebe acento gráfico porque é uma proparoxítona ? incorreto, paroxítona terminada em ditongo.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Bom comentário ,Arthur,mas eufemismo nao é ironia ,veja:

     

    O eufemismo é uma figura de linguagem que caracteriza-se pela substituição de palavras ou expressões com o objetivo de suavizar a mensagem, torná-la menos chocante. Termos rudes são trocados por palavras mais brandas, permitindo falar de coisas desagradáveis de uma forma melhor, embora o sentido essencial permaneça inalterado.

    O eufemismo é bastante empregado quando se fala sobre morte, por exemplo. As dezenas de expressões que usamos para nos referirmos ao fenômeno da morte revelam o quanto o assunto é incômodo.

     

    A testemunha faltou com a verdade.

     

    Era uma moça de inteligência bastante limitada.

     

    O jovem rapaz partiu desta para melhor.

    A expressão “faltou com a verdade” está aí substituindo o verbo “mentiu”.

    O uso da expressão “inteligência bastante limitada” permite dizer de uma forma mais amena que tratava-se uma moça “burra”.

    Para evitar dizer que a pessoa morreu, foi usada a expressão “partiu desta para melhor”. Entre os muitos outros eufemismos para a morte, estão os termos “falecer”, “partir” e “descansar”.

    Fonte https://www.figurasdelinguagem.com/eufemismo/

     

    www.somostodosconcurseiros.com

  • Letra A – ERRADA - A expressão “neste mês” faz menção ao mês vigente, ou seja, o mês do relato. Já a expressão “naquele mês” faz menção a um mês do passado.

    Letra B – CERTA

    Letra C – ERRADA – As aspas sinalizam um neologismo (palavra nova, inventada)

    Letra D – ERRADA - São três sílabas: ves-tí-veis.

    Letra E – ERRADA – Trata-se de paroxítona terminada em ditongo.

    Resposta: B

  • Roger Siqueira, o Arthur não afirmou que o eufemismo se trata de uma ironia, ele quis dizer que a palavra "vestíveis" é uma ironia e não um eufemismo.
  • AOCP não se decide sobre paroxítonas ou proparoxítonas aparentes

  • Não há o que se falar em proparoxítona eventual, pois a possibilidade de tal interpretação somente é possível em paroxítonas terminadas em ditongos crescentes, que não é o caso da questão. Além disso, trata-se de exceção, e não de regra, devendo ser usado de forma eventual, secundária, quando não há a presença de uma resposta correta na forma de regra.

  • Eu respondi D achando que a banca iria cobrar como proparoxítona acidental .

  • Também fiquei em dúvida na D, mas quando li a letra E, percebi que nessa questão, a banca não estava considerando "vestíveis" como proparoxítona acidental, pois, se fosse o caso, a letra D e E estariam corretas. Então por eliminação, marquei letra B.

  • GABARITO: LETRA B

    A) A expressão “neste mês” poderia ser substituída por “naquele mês”, sem prejuízo sintático ou semântico → incorreto, "naquele mês" marca uma ideia que não se refere ao mês atual, marca uma ideia passada ou futura (naquele mês eu vou fazer o que quero; naquele mês eu fui feliz).

    B) A expressão “neste mês” se refere ao mês em que o texto foi escrito → correto, refere-se ao mês presente, no caso, março (= 30/03/2015).

    C) A expressão “vestíveis” está entre aspas porque se trata de um eufemismo → incorreto, trata-se de uma ironia.

    D) A expressão “vestíveis” possui quatro sílabas → incorreto, três sílabas (=ves-tí-veis).

    E) A expressão “vestíveis” recebe acento gráfico porque é uma proparoxítona → incorreto, paroxítona terminada em ditongo.

  • D) A expressão “vestíveis” possui quatro sílabas.

    ✨se você tivesse considerado “vestíveis” como uma proparoxítona acidental ves -tí - ve - is, você teria dois gabaritos porque você teria que considerar a "E" também como certa. Uma elimina a outra

    E) A expressão “vestíveis” recebe acento gráfico porque é uma proparoxítona.

    ✨A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas:

    última (oxítonas),

    penúltima (paroxítonas) e

    antepenúltima (proparoxítonas).✨

    Eufemismo: 

    E o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.

    Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (=morreu)

    prefeito ficou rico por meios lícitos.(=roubou)

    Fernando faltou com a verdade. ( = mentiu)

    Faltar à verdade. (=mentir)

    Ironia: 

    É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que palavras ou frases expressam, geralmente apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor

    Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mínima

    Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.

    O governador foi sutil como um elefante.

  • Banca confusa!

    Algumas questões cobram paroxítonas eventuais, outras não... vai entender!

  • LETRA C E D SE ANULAM ! PRESTE ATENÇÃO SE UMA FOR VERDADE A OUTRA IRÁ SER VERDADE TAMBÉM

    LOGO VOLTEI VOLTEI A MINHA PRIMEIRA OPÇÃO LETRA B!