SóProvas


ID
3407581
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Peruíbe - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Brasil repele cientistas que investigam novo tratamento para glaucoma

Líder de investigação sobre causa de cegueira irreversível lamenta fuga de estudantes talentosos

Marcelo Leite


    O glaucoma, doença do nervo óptico que responde pela maior parte dos casos de cegueira irreversível, avança no país com o envelhecimento da população. Um grupo de jovens pesquisadores do Rio de Janeiro procura uma via revolucionária para tratar a enfermidade, mas está perto de abandonar o Brasil.

    O mais correto seria dizer que o Brasil os abandonou. Ou ameaça fazê-lo, como se verá adiante. Antes, a boa nova: sai nesta segunda-feira (12) na conceituada revista Development artigo do time sobre a promissora via alternativa de tratamento. A notícia é excelente não só para idosos brasileiros, uma vez que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que no ano que vem haverá 80 milhões de pessoas com glaucoma no mundo. A equipe se formou liderada por Mariana Souza da Silveira no laboratório de Rafael Linden no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também participou Rodrigo Martins, do Instituto de Ciências Biomédicas da mesma UFRJ.

    Eles demonstraram que a ativação de um único gene (Klf4) pode induzir a reconstituição de células ganglionares da retina, cuja degeneração está na raiz do glaucoma.

    O experimento empregou ratos, portanto não há garantia plena de que ocorrerá o mesmo efeito de regeneração em seres humanos. É o bastante, no entanto, para encorajar a persistência nesse rumo, que um dia poderá render frutos.

    “Acreditamos que há um longo caminho até uma terapia de verdade, e muita coisa ainda por entender na biologia subjacente”, afirmam Silveira e o principal autor do estudo, Maurício Rocha-Martins, em entrevista à Development. “Nossos dados indicam, contudo, que o programa para gerar células ganglionares [no embrião] pode ser reativado, o que abre novas direções para terapias regenerativas”.

    Até então os tratamentos experimentais sob investigação envolviam a proteção ou transplantes de células ganglionares cultivadas em laboratório (“in vitro”, dizem os biólogos), que conseguem integrar-se na retina e lançar prolongamentos (axônios) até as áreas visuais do cérebro do roedor. O procedimento, porém, tem baixa eficiência e risco de rejeição das células. Criar células ganglionares a partir de outras presentes no próprio organismo (“in vivo”) é alternativa bem mais atraente. Espera-se que o gene Klf4 possa provocar o mesmo efeito em seres humanos.

     É provável, entretanto, que aconteçam no exterior os novos passos do estudo de pesquisadores brasileiros reunidos por Silveira (ainda que uma pequena parte tenha sido realizada na Alemanha). A equipe se dispersou. A própria líder da pesquisa se encontra em Portugal. Passa por um período sabático no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da cidade do Porto, “como estratégia de sobrevivência”.    

    Silveira tenta consolidar colaborações fora do país e diversificar linhas de pesquisa com o intuito de garantir a manutenção do grupo de pesquisa no Brasil: “A ideia é buscar financiamentos internacionais”, explica, pois os recursos de pesquisa no país estariam decididamente desaparecendo.

    Dos seis estudantes coautores do artigo, só uma - a mais jovem - continua no Brasil. O primeiro autor faz pós-doutorado na Alemanha, três outros estão cursando ou concluindo doutorado na Alemanha e na França, e o quinto acaba de se decidir por um doutorado no Canadá e está de partida. E há pouco incentivo para retornarem.

    “Estudantes talentosos estão desmotivados a ficar ou voltar para o Brasil em função da redução drástica do número de bolsas, dos seus valores desatualizados e da falta de financiamento. O fundamental é considerar o impacto que isso possivelmente terá a médio e longo prazo. A fuga de estudantes excelentes já é uma realidade”.


(Marcelo Leite, Brasil repele cientistas que investigam novo tratamento para glaucoma. Folha de S.Paulo. 12.08.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta reescrita do texto original preservando integralmente o seu sentido e o respeito à norma-padrão da língua quanto ao emprego da pontuação.

Alternativas
Comentários
  • Erro da C => Não consta no excerto, Em nenhum momento, que "Estratégia de sobrevivência" Foi dito pela líder da pesquisa. as Aspas Não estão sendo usadas para Transcrever uma fala literal, mas, a meu ver, para Salientar a expressão Perscrutada : a líder da pesquisa está em Porto por extrema necessidade, para fazer sua pesquisa sobreviver.

  • Qualquer erro da um toque. Bons estudos !

  • é, a questão tem um pega ratão, uma casquinha de banana.

    apesar de ter marcado a C, e de fato não há nenhum erro gramatical nessa alternativa, sei que ela esta errada por não manter o sentido do conteúdo do texto, como disse o colega Adriano Martins de Almeida

  • GAB: E

    A) Estando a ponto de abandonar o Brasil; um grupo de jovens pesquisadores cariocas, procura uma nova via, para tratar o glaucoma.

    • Não se utiliza ponto e vírgula para separar a oração subordinada da oração principal.
    • Não pode utilizar vírgula, para separar sujeito do verbo.
    • CORREÇÃO: Estando a ponto de abandonar o Brasil, um grupo de jovens pesquisadores cariocas procura uma nova via, para tratar o glaucoma.

    B) Depois de testes em ratos, esperam os jovens cientistas que: o gene Klf4, obtenha os mesmos resultados em seres humanos

    • Não se utiliza dois pontos depois de ''que'' quando ele tem o papel de conjunção integrante.
    • Não pode utilizar vírgula, para separar sujeito do verbo.
    • CORREÇÃO: Depois de testes em ratos, esperam os jovens cientistas que o gene Klf4 obtenha os mesmos resultados em seres humanos.

    C) A equipe se dispersou, e a líder da pesquisa “como estratégia de sobrevivência” - nas palavras dela - está no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) no Porto, em Portugal.

    • Por ''como estratégia de sobrevivência - nas palavras dela -'' ser uma citação direta da fala da lider, é necessário estar entre vírgulas.
    • No final da frase temos dois adjuntos adverbiais, ambos precisam estar entre vírgulas.
    • CORREÇÃO: A equipe se dispersou, e a líder da pesquisa, “como estratégia de sobrevivência” - nas palavras dela -, está no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, em Portugal.

    D) Porém tal estratégia tem baixa eficiência; risco de rejeição das células; desenvolver células ganglionares clonadas, é alternativa bem mais atraente.

    Não se pode utilizar ponto e vírgula dessa forma. O ponto e vírgula é utilizado, em regra, em enumerações com ''itens'', exemplo: “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:

    a) Mercúrio;

    b) Vênus;

    c) Terra;

    d) Marte;

    e) Júpiter;

    f) Saturno; g) Urano e h) Netuno. No caso de enumeração direta, como o caso acima, utiliza-se vírgulas.

    • Há um fechamento de período posteriormente a ''células'', portanto, tem que haver um ponto, bem como, retirar a vírgula que separa sujeito do verbo.
    • CORREÇÃO: Porém tal estratégia tem baixa eficiência, risco de rejeição das células. Desenvolver células ganglionares clonadas é alternativa bem mais atraente.

    E) A líder, fora do país, tenta estabelecer colaborações para preservar o grupo de pesquisa, no Brasil. Afirmou: “A ideia é buscar financiamentos internacionais”