SóProvas


ID
3483199
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
ITEP - RN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nossa bactéria interior

Hélio Schwartsman


      Se a consciência já parece bastante misteriosa quando tentamos circunscrevêla a um cérebro humano, ela fica ainda mais impenetrável quando se considera que a própria noção de corpo humano pode ser inadequada.

      Com efeito, já há alguns anos vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar o corpo humano não como uma entidade à parte, mas no conjunto de suas relações com o meio ambiente, em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas com as quais vivemos em promiscuidade há dezenas de milhares de anos. Aqui, nós perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos, notadamente aqueles que habitam nosso corpo, ganham importância.

      Inicialmente, esses modelos foram utilizados para explicar com certo sucesso a obesidade (as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes), doenças do intestino e moléstias cardíacas. Mas os pesquisadores foram ficando ambiciosos e agora falam no eixo cérebro-intestino, que parece desempenhar um papel em várias doenças mentais, incluindo transtornos de ansiedade, do afeto, autismo e até mesmo surtos psicóticos e Alzheimer. Não é que bactérias causem essas moléstias, mas modulam a manifestação e a severidade dos sintomas.

      Particularmente interessante nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil de alterar com o uso de antibióticos, pro e prebióticos e de transplantes fecais. Já há quem fale em psicobióticos. É preciso dar um desconto ao entusiasmo dos pesquisadores, mas não há dúvidas de que é um campo promissor.

      Vale destacar quanto de complexidade esse modelo acrescenta a nós mesmos. Deixamos de ser um corpo composto por 10 trilhões de células comandadas por 23 mil genes para nos tornarmos um bioma ao qual se somam 100 trilhões de bactérias e 3 milhões de genes não humanos.

Adaptado de: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwarts-man/2017/12/ 1940148-nossa-bacteria-interior.shtml> . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: E

     a) Em “[...] mas não dúvidas de que é um campo promissor.”, se o verbo em destaque for substituído por “existem”, o sujeito da oração passa a ser inexistente → INCORRETO. O sujeito passaria a ser simples, o verbo "existir" é pessoal e o sujeito está vindo após ele, sujeito posposto (=dúvidas).
     b) Em “[...] as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes [...]”, o verbo em destaque recebe acento circunflexo para indicar o plural, concordando, assim, com os núcleos do sujeito composto “gordos e magros” → INCORRETO. Concorda com o núcleo do sujeito simples no plural (=floras).
     c) Em “[...] notadamente aqueles que habitam nosso corpo [...]”, o termo em destaque desempenha função sintática de objeto direto do verbo “habitam” → INCORRETO. O "que" é um pronome relativo e retoma o pronome demonstrativo "aqueles", ele exerce função sintática de sujeito do verbo "habitam".
     d) Em “[...] não dúvidas de que é um campo promissor.”, se os verbos em destaque estivessem flexionados no pretérito perfeito, a frase seria reescrita da seguinte maneira: “não houveram dúvidas de que foi um campo promissor” → INCORRETO. O correto é "houve", visto que se trata de um verbo impessoal e que não deve ser flexionado no plural.
     e) Em “[...] perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos [...]”, o termo em destaque poderia ser substituído por “em que”, sem gerar prejuízos ao texto → CORRETO. Em+o=no qual OU sem o artigo definido= em que.

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Perfeito seu comentário, Arthur Carvalho!

    Obrigado!

  • Perfeita essa questão, essa é para os bons .
  • GAB - E

    tive dificuldade nessa, mesmo assim fui devagar e cheguei a assertiva E...

    Questão maliciosa que no dia da prova te faz perder um tempinho nela ...

    Não desistirei...

    O caminho difícil, é sempre o melhor ...

    fé.

  • Existir é verbo intransitivo - não tem complemento verbal -, mas isso não retira dele a possibilidade de ter sujeito. (uma coisa não tem nada haver com a outras)

  • perfeito comentário de Arthur
  • Se depender de professor comentando nas questões do Qconcursos, estamos perdidos!

  • "onde" também é muito usado como pronome relativo, ligando um termo ao outro ou uma oração à outra. Nesse caso, pode ser substituído pelos termos “em que”, “no qual”, “na qual” sem alteração de sentido.

    "aonde” pode ser substituído por “a que”/ “ao qual”/ “à qual”. Sem alteração de sentido.

    sendo assim os “em que”, “no qual”, “na qual” podem se substituir entre si também.

  • Questão relativamente tranquila o/

    " o qual " sempre com artigo.

    "que" sem artigo.

    Por isso não se usa crase em pronome relativo "que", mas sim em pronome relativo "qual".

    Não desista dos seus sonhos!!!

  • Pra quem, porventura, possa ter ficado em dúvida na letra C, o QUE desempenha a função sintática de SUJEITO e não de OD.

  • a pessoa ler rápido vai patinar nessa questão.

  • Na luta, pertenceremos PC-CE

  •  a) Em “[...] mas não  dúvidas de que é um campo promissor.”, se o verbo em destaque for substituído por “existem”, o sujeito da oração passa a ser inexistente → INCORRETO. O sujeito passaria a ser simples, o verbo "existir" é pessoal e o sujeito está vindo após ele, sujeito posposto (=dúvidas).

     b) Em “[...] as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes [...]”, o verbo em destaque recebe acento circunflexo para indicar o plural, concordando, assim, com os núcleos do sujeito composto “gordos e magros” → INCORRETO. Concorda com o núcleo do sujeito simples no plural (=floras).

     c) Em “[...] notadamente aqueles que habitam nosso corpo [...]”, o termo em destaque desempenha função sintática de objeto direto do verbo “habitam” → INCORRETO. O "que" é um pronome relativo e retoma o pronome demonstrativo "aqueles", ele exerce função sintática de sujeito do verbo "habitam".

     d) Em “[...] não  dúvidas de que é um campo promissor.”, se os verbos em destaque estivessem flexionados no pretérito perfeito, a frase seria reescrita da seguinte maneira: “não houveram dúvidas de que foi um campo promissor” → INCORRETO. O correto é "houve", visto que se trata de um verbo impessoal e que não deve ser flexionado no plural.

     e) Em “[...] perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos [...]”, o termo em destaque poderia ser substituído por “em que”, sem gerar prejuízos ao texto → CORRETO. Em+o=no qual OU sem o artigo definido= em que.

  • Excelente questão! Obrigada ao pessoal que compartilha aqui seus conhecimentos. Se fossemos depender sempre de comentários de profs, estaríamos perdidas/os.

  • ✅Letra E.

    A) Pelo contrário, o sujeito será EXISTENTE. No caso da questão, o sujeito é DÚVIDAS.

    B) O sujeito, no caso da questão, é SIMPLES.

    C) No caso da questão, será SUJEITO DA ORAÇÃO.

    D) Errada, pois o verbo HAVER no sentido de EXISTIR É IMPESSOAL, não deve ir para o plural.

    BONS ESTUDOS E GARRA NA CAMINHADA!!

  • essa banca pega pesado no português em kkk não bastava no direito penal