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ID
4942669
Banca
CETRO
Órgão
TCM-SP
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo, um editorial publicado na Folha de São Paulo em 26 de junho de 2005, para responder à questão.


    Milton Friedman, agora com 92 anos de idade, é um daqueles economistas que não pode ser acusado de simpatias esquerdistas. Suas credenciais conservadoras incluem o título de papa do neoliberalismo, ferrenho defensor do mercado livre, republicano, membro do Instituto Hoover e o Prêmio Nobel de Economia de 1985. É com essas qualificações que Friedman tem defendido a polêmica proposta de legalização de todas as drogas. 

    Em entrevista exclusiva à Folha, o economista voltou a sustentar que, se há algo que deve ser eliminado, não são as drogas, mas o programa antidrogas dos EUA. Com base num estudo recémdivulgado pela Universidade Harvard, segundo o qual os EUA economizariam US$ 14 bilhões por ano se a maconha fosse legalizada (menos US$ 7,7 bilhões de despesas com policiamento e mais US$ 6,2 bilhões com impostos), Friedman e outros 499 economistas enviaram a George W. Bush e ao Congresso norte-americano uma carta na qual pedem a liberação dessa droga.

    Em termos filosóficos, a posição liberal do venerando economista é sustentável. Se acreditamos que a liberdade é um valor a respeitar e cultivar – e cremos nisso –, então a decisão sobre utilizar drogas, desde que tomada conscientemente, deveria ser estritamente pessoal e intransferível. Se o Estado tem algum papel a exercer seria o de regulamentar o comércio e zelar para que as pessoas recebam toda a informação disponível a respeito dos perigos do consumo.

    Embora cresça entre os especialistas a percepção de que a abordagem meramente proibicionista para o problema das drogas falhou, e cada vez mais se fala em descriminalização e redução de danos, a questão é muito complexa. O que está em jogo não são apenas rubricas orçamentárias e uma discussão filosófica sobre liberdades individuais e princípios do livre mercado.

    Há também uma dimensão sanitária que não pode ser ignorada. Existe uma correlação entre a exposição à droga e o surgimento da dependência. Assim, se da noite para o dia todas as substâncias fossem liberadas, correríamos o risco, por exemplo, de transformar a dependência em cocaína, que afeta hoje menos de 1% da população, numa epidemia comparável ao alcoolismo, moléstia que atinge entre 10% e 15% dos adultos. E, quando se fala em alcoolismo, é sempre oportuno lembrar que essa doença é, de longe, a que mais provoca perdas humanas, sociais e econômicas. Estima-se que o abuso de álcool custe aos EUA, por ano, US$ 184 bilhões, sendo US$ 23 bilhões em gastos de saúde e US$ 134 com perdas de produtividade. Se qualquer uma das drogas hoje ilícitas assumisse com a legalização um perfil de consumo mais próximo ao do álcool, seria um pesadelo. 

O proibicionismo, como aponta Friedman, parece de fato uma estratégia estulta de lidar com o problema das drogas. Ele tende a gerar muitos lucros para o traficante e, portanto, muita violência e corrupção para a sociedade. É preciso buscar soluções que retirem a ênfase da repressão ao consumo, mas não seria sensato simplesmente inverter tudo e, de uma hora para a outra, partir para a legalização total das drogas.

Sobre o quarto parágrafo do texto, levando-se em consideração as recomendações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Assertiva C

    no primeiro período, dispensando alterações em outros termos, a conjunção concessiva “embora” pode ser substituída, sem prejuízo semântico, por “posto que”.

  • Gabarito letra C

    I - Incorreto, logo teria que fazer as devidas alterações. Embora cresçam entre os especialistas as percepções de que a abordagem meramente

    II - Incorreto, [...] a percepção de que a abordagem. O substantivo percepção pede a preposição de.

    III - Correto, duas conjunções concessivas.

    IV - Incorreto,

    V - Incorreto, logo a forma correta de escrita da palavra é rubrica, uma palavra paroxítona, com a sílaba BRI como sílaba tônica: ru-BRI-ca. e filosófica é uma palavra proparoxítona.

  • A - é possível a flexão do termo “percepção” no plural, sem que seja necessária a flexão do verbo “crescer”, já que este está anteposto àquele, que cumpre a função de sujeito. ERRADO

    O QUE CRESCE? A PERCEPÇÃO

    A PERCEPÇÃO CUMPRE A FUNÇÃO DE SUJEITO MESMO ESTANDO ANTEPOSTO AO VERBO.

    B - no trecho “...a percepção de que a abordagem meramente proibicionista...”, é dispensável o uso da preposição “de”, que cumpre no texto função meramente enfática. ERRADO

    A PERCEPÇÃO DE?

    C - no primeiro período, dispensando alterações em outros termos, a conjunção concessiva “embora” pode ser substituída, sem prejuízo semântico, por “posto que”. CORRETO

    EMBORA – CONJUNÇÃO CONCESSIVA

    CONJUNÇÕES CONCESSIVAS: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

    D - segundo o autor, as opiniões dos especialistas e a recorrência das discussões a respeito da descriminalização são suficientes para defender as idéias de Milton Friedman. ERRADO.

    A OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS VAI AO CONTRÁRIO DAS IDEIAS DE MILTON FRIEDMAN

    E - localizadas no mesmo período, as palavras “rubricas” e “filosófica” têm a mesma tonicidade, isto é, são proparoxítonas. ERRADO

    RUBRICA – PAROXÍTONA

    FILOSÓFICA - PROPAROXÍTONA

    #Nãoestásendofácil

    Posso todas as coisas Naquele que me fortalece!

  • essa eu resolvi excluindo as erradas kk

    GAB: C

  • Gente o ideal não é as linhas do texto estarem enumeradas, como referência, ao invés de usar número de períodos? Agiliza muito mais.