- ID
- 5031109
- Banca
- IDCAP
- Órgão
- Prefeitura de Santa Leopoldina - ES
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
-
- Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos
- Análise sintática
- Coesão e coerência
- Interpretação de Textos
- Morfologia - Pronomes
- Ortografia
- Pronomes pessoais oblíquos
- Redação - Reescritura de texto
- Regência
- Sintaxe
- Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva
TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
A EDUCAÇÃO POSSÍVEL
(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que
escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas
as primeiras informações sobre o mundo (com
criança também se conversa!), noções de postura e
compostura, respeito, limites. Continua na vida
pública, nem sempre um espetáculo muito edificante,
na qual vemos políticos concedendo-se um bom
aumento em cima dos seus já polpudos ganhos,
enquanto professores recebem salários
escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo
propaganda de bebida num momento em que
médicos, pais e responsáveis lutam com a
dependência química de milhares de jovens. Quem é
público, mesmo que não queira, é modelo: artistas,
líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem
bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de
que seus atos repercutem, e muito.
(2º§) Estamos tristemente carentes de bons
modelos, e o sucesso da visita do papa também fala
disso: além do fator religião, milhares foram em
busca de uma figura paternal admirável, que lhes
desse esperança de que retidão, dignidade,
incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é
educar? Como deveria ser uma boa escola? Como
se forma e se mantém um professor eficiente, como
se preparam crianças e adolescentes para este
mundo competitivo onde todos têm direito de
construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias
confusas e projetos inúteis que se nos apresentam.
Não sou contra colocarem um computador em cada
sala de aula neste reino das utopias, desde que,
muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos
alunos o mais elementar, que independe de
computadores: nasce dos professores, seus
métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus
objetivos claros. A educação benevolente e frouxa
que hoje predomina nas casas e escolas prejudica
mais do que uma sala de aula com teto e chão
furados e livros aos frangalhos. Estudar não é
brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o
bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência
de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não
dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade,
para se informar e expor seu pensamento, é um
objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as
artísticas, só terão valor se o aluno souber
raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro
dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a
universidade ou para algum curso técnico superior, o
leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não
adianta saber história ou geografia americana,
africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa,
nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos
o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos
colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber
o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar
em nosso próprio benefício, realizando todas as
coisas que constituem o termo tão em voga e tão
mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade,
incluindo conhecimentos especializados, tem seu
fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo
acabará no que vemos: universitários que não
sabem ler e compreender um texto simples, muito
menos escrever de forma coerente. Universitários,
portanto, incapazes de ter um pensamento
independente e de aprender qualquer matéria, sem
sequer saber se conduzir. Profissionais competindo
por trabalho, inseguros e atordoados, logo,
frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente
atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas
a cultura, senhores, que inclui a educação (ou
vice-versa, como queiram...), anda mirrada e
murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito
simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso
depende dos políticos, depende dos governos.
Depende de cada um de nós, que os escolhemos e
sustentamos.
(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)
TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
A EDUCAÇÃO POSSÍVEL
(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.
(2º§) Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.
(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)
Julgue as assertivas com V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a alternativa correta.
(__)O (2º§) inicia com sujeito elíptico, identificado
pelo verbo de primeira conjugação seguido de
advérbio que modifica o adjetivo com função
sintática de predicativo.
(__)Nos termos sublinhados no trecho: "que lhes
desse esperança de que retidão, dignidade,
incorruptibilidade, ainda existem". - identificamos,
respectivamente: pronome oblíquo com função
sintática de objeto indireto, preposição imposta pela
regência nominal, substantivo abstrato trissílabo
paroxítono sem acento gráfico que justifique a
tonicidade.
(__)O primeiro período do (3º§) inicia com elemento
coesivo adversativo, contém uso de crase imposta
pela regência do verbo de terceira conjugação,
apresenta dois pontos antes de oração interrogativa.
(__)O primeiro período do (4º§) está escrito com
elementos coesivos que enunciam ideia
comparativa.
(__)A oração do (4º§): "Projetos inúteis que se nos
apresentam". - pode ser reescrita sem alterar o
sentido semântico contextual, assim: "Projetos
inúteis que são apresentados a nós".