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ID
5039023
Banca
IDCAP
Órgão
Prefeitura de Santa Leopoldina - ES
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

A EDUCAÇÃO POSSÍVEL

(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.

(2º§) Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.


(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)

Marque a alternativa com informação INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Gab. A

    Só fazendo um adendo, a título de contribuição:

    A frase nominal não é constituída por verbo. Já na oração (frase verbal) há a presença do verbo.

    Fonte: novaescola.org.br

  • É burlesco que o texto escrito em 2009 faça sentido em 2021

    (Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) .

  • A questão requer interpretação textual, conhecimentos sobre concordância nominal, aspectos semânticos (sinonímia e antonímia), fonética (ditongo, tritongo e hiato) e tonicidade das palavras.

    Atentar-se ao enunciado, pois se pede a alternativa cuja assertiva esteja incorreta.

    Alternativa (A) - A assertiva está incorreta. Já desde o primeiro parágrafo, a enunciadora expõe seu ponto de vista em relação ao tema.

    Alternativa (B) - A assertiva está correta. O primeiro período do primeiro parágrafo começa com o vocábulo educação - substantivo abstrato de ação, polissílabo (e-du-ca-ção), oxítono (sílaba tônica é a última), terminado com ditongo nasal decrescente (vogal + semivogal). Tal vocábulo já enuncia uma opinião da enunciadora.

    Alternativa (C) - A assertiva está correta. Dado ao significado de hipocrisia (falsidade, fingimento), é correto afirmar que verdadeiro se opõe ao sentido de hipócrita.

    Alternativa (D) - A assertiva está correta. Logo no primeiro período, a autora já faz uma pré-exposição de sua tese em relação à educação, seguindo com os períodos seguintes como, por exemplo, ela afirmar que educação vai muito além da escola, uma vez que respeito, limites e postura são aprendidos em casa. 

    Alternativa (E) - A assertiva está correta. É frase nominal porque não contém verbo, e o adjetivo “possível" concorda em gênero e número com o substantivo “educação".

    De acordo com o enunciado, a alternativa incorreta é a (A).


    Gabarito da Professora: Letra A.