SóProvas


ID
5265730
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Borderline: o transtorno que faz pessoas irem
do "céu ao inferno" em horas
Tatiana Pronin
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe").
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...]
Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 

Referente ao seguinte excerto, assinale a alternativa correta.
“Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]”

Alternativas
Comentários
  • “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]”

    A) Em “Há situações de crise, ou maior descontrole, [...]”, o verbo “haver” poderia ser substituído por “existir” sem mudanças no que tange à concordância.

    → Incorreto, na oração em apresso, o verbo haver está com sentido de existir, logo é impessoal e não possui sujeito. Se houvesse a troca pelo verbo existir, teríamos um verbo não mais impessoal que deveria concordar com seu sujeito (situações) passando a ficar no plural.

    B) No trecho “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações [...]”, o pronome “que” em destaque retoma a locução “de crise”.

    → Incorreto, na verdade, está retomando situações.

    C) Em “[...] a maioria dos "borders" melhora bastante, [...]”, o verbo “melhora”, segundo a norma-padrão, deveria ser empregado no plural, para concordar com “borders”.

    →Incorreto, a concordância é facultativa, pois estamos diante de uma expressão partitiva. Portanto, tanto o verbo poderia concordar com a expressão partitiva(a maioria) como com o substantivo “borders” plural.

    D) O termos destacados em “[...] se o paciente se engaja no tratamento [...]” desempenham a mesma função gramatical.

    → O primeiro SE é uma conjunção, conjunções não exercem função sintática alguma.

    E) No trecho “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.”, a oração adjetiva em destaque restringe o termo “probabilidade”.

    Correto.

    GABARITO. E

  • Complementando:

    “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.” ---> Ocorre uma restrição específica da probabilidade, porque o pronome relativo não foi precedido pelo uso da vírgula;

    “[...] probabilidade, que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.” ---> Ocorre uma explicação da probabilidade, porque o pronome relativo foi precedido pelo uso da vírgula.

    -----------------------------

    Boa sorte e bons estudos.

  • GABARITO E

    Existem dois tipos de orações adjetivas, ambas introduzidas através da palavra "QUE", são elas: RESTRITIVAS e EXPLICATIVAS.

    Para diferenciá-las observe sempre o contexto em que estão inseridas, mas em regra, geralmente, as EXPLICATIVAS são introduzidas logo após vírgula, as RESTRITIVAS não.

  •  a maioria dos "borders" melhora / melhoram bastante

    Sujeito partitivo tem a facultatividade de escolha.

    o núcleo "maioria"

    ou substantivo preposicionado " bordes"

    Por isso errada. Se fosse poderia, estaria Certo

  • Existem dois tipos de ORAÇÕES ADJETIVAS, que são as RESTRITIVAS( Sem vírgulas) e as EXPLICATIVAS ( com vírgulas) ambas introduzidas através da palavra "QUE" (PRONOME RELATIVO).

    No trecho “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.”, a oração adjetiva em destaque restringe o termo “probabilidade”.

    → Correto.

    GABARITO: E

  • A)   Em “Há situações de crise, ou maior descontrole, [...]”, o verbo “haver” poderia ser substituído por “existir” sem mudanças no que tange à concordância.

    • Não, o verbo haver é impessoal, contudo o verbo existir pede a regra geral de concordância, nesse caso o excerto ficaria; Existem situações de crise.

     

    B)   No trecho “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações [...]”, o pronome “que” em destaque retoma a locução “de crise”.

     

    • Não, o "que" está refere-se ao núcleo do sujeito exercido pelo termo "situações".
    •  O que é que podem resulta?
    • As situações podem resultar!!!d

    “Existem situações, que podem até resultar em internações. Perceba que o verbo "pode" já estava no plural concordando com "situações" e que mesmo retirando os termos acessórios a oração ainda faz sentido.

    C)  Em “[...] a maioria dos "borders" melhora bastante, [...]”, o verbo “melhora”, segundo a norma-padrão, deveria ser empregado no plural, para concordar com “borders”.

     

    • Não, quando o sujeito for um termo partitivo a concordância e facultada, nesse caso a expressão “a maior parte dos” permite o uso dessa regra.

     

    D)  O termos destacados em “[...] se o paciente se engaja no tratamento [...]” desempenham a mesma função gramatical.

     

    • Não, o 1º “se” é uma conjunção subordinada causal e o 2º “se” é um pronome reflexivo.

     “Caso o paciente, ele mesmo engaja no tratamento.”

     

    E)   No trecho “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.”, a oração adjetiva em destaque restringe o termo “probabilidade”.

    • Sim, Analise comigo; Existem várias possibilidades certo!!!, contudo há algumas que aumentam com o engajamento do paciente.
  • Aqueles que fizeram esta prova, poderiam ter entrado com recurso pedindo anulação da questão, pois segunda ela há duas respostas corretas. Explico:

    A banca já considerou que a CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO NUMERAL PERCENTUAL, FRACIONÁRIO ou PARTITIVO, SEGUIDOS DE ESPECIFICADOR, o verbo deve concordar somente com o especificador, e não como muitos dos gramáticos pensam (concordância facultativa).

    Vejam a questão da prova UFRB - Farmacêutico

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/37e12bb4-a5

  • Que questão trash OMG

  • Complemento !

    No trecho “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações [...]”, o pronome “que” em destaque retoma a locução “de crise”.(errada )

    Quando o pronome " que " for relativo ,ele exercerá simultaneamente função de sujeito da oração ,ou seja , ele só poderá retomar o núcleo do sujeito ( um macete que ajuda muito )

  • ✅Letra E.

    A oração é adjetiva por estar introduzida pelo QUE exercendo a função de PRONOME RELATIVO.

    É restritiva por estar SEM VÍRGULAS.

    É explicativa quando tiver a VÍRGULA.

    ReStritiva = Sem vírgula.

    ExpliCativa = Com vírgulas.

    Fonte: Baseada nas aulas dadas pelo Prof: Elias Santana, Gran Cursos. BONS ESTUDOS!!!

  • Essa aqui acertei por escolher a assertiva que soa menos confuso e menos absurdo... A dificuldade maior é entender o que esse examinador bocó quer rsrs. Abs

  • GABARITO E

    A Em “Há situações de crise, ou maior descontrole, [...]”, o verbo “haver” poderia ser substituído por “existir” sem mudanças no que tange à concordância.

    Até a afirmação de que ele poderia ser substituído por ''existir'' a afirmativa está correta, porém, haveria de ter mudança na concordância do verbo (ele deveria estar no PLURAL):

    EXISTEM situações de crise. Situações de crise EXISTEM.

    ______________________________________________________________________________________

    B No trecho “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações [...]”, o pronome “que” em destaque retoma a locução “de crise”.

    Errado

    O pronome ''que'' retoma ''situações'':

    situações AS QUAIS podem até resultar em....

    ______________________________________________________________________________________

    C Em “[...] a maioria dos "borders" melhora bastante, [...]”, o verbo “melhora”, segundo a norma-padrão, deveria ser empregado no plural, para concordar com “borders”.

    Errado

    Estamos falando de EXPRESSÕES PARTITIVAS, cuja concordância pode ser tanto com elas como com o termo que as acompanha.

    Exemplo:

    A maioria dos povos indígenas deseja suas terras de volta.

    A maioria dos povos indígenas desejam suas terras de volta.

    (AMBAS ORAÇÕES ESTÃO CORRETAS)

    ______________________________________________________________________________________

    D O termos destacados em “[...] se o paciente se engaja no tratamento [...]” desempenham a mesma função gramatical.

    Errado.

    O primeiro ''se'' é conjunção condicional (pode ser substituído por ''caso'').

    O segundo ''se'' é um ÍNDICE INDETERMINADOR DE SUJEITO ligado ao verbo ''engajar''.

    ______________________________________________________________________________________

    E No trecho “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.”, a oração adjetiva em destaque restringe o termo “probabilidade”.

    Oração adjetiva SEM a vírgula isolando o termo = Restritiva

    Com a vírgula = Explicativa.

  • Acrescentando:

    Concordância com expressões partitivas:

    “a maioria”, “a minoria”, “grande parte de”, “mais da metade”.

    O verbo pode ser conjugado das duas formas.

    Exs.:

    A menor parte dos participantes não gostou/gostaram do curso.

    Boa parte dos integrantes concorda/concordam com a política do grupo.

  • DICA VALIOSA : PRONOME RELATIVO NÃO RETOMA PREPOSIÇÃO

  • Questão excelente!

  • A) Incorreta. Em “Há situações de crise, ou maior descontrole, [...]”, o verbo “haver” poderia ser substituído por “existir” sem mudanças no que tange à concordância. (De fato o verbo "haver" em sentido de existir. Porém, para haver substituição, o verbo existir deveria ir para o plural para manter a concordância. "Existem situações de crises...")

    B) Incorreta. No trecho “Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações [...]”, o pronome “que” em destaque retoma a locução “de crise”. (O pronome relativo "que" retoma "situações")

    C) Incorreta. Em “[...] a maioria dos "borders" melhora bastante, [...]”, o verbo “melhora”, segundo a norma-padrão, deveria ser empregado no plural, para concordar com “borders”. (Aqui se tem um caso de concordância com partitivos. Assim, o verbo "melhora" poderia concordar tanto com "a maioria" como com "borders".)

    D) Incorreta. O termos destacados em “[...] se o paciente se engaja no tratamento [...]” desempenham a mesma função gramatical. (O primeiro é uma conjunção condicional; o segundo, penso que seja pronome reflexivo)

    E) Gabarito. No trecho “[...] probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento.”, a oração adjetiva em destaque restringe o termo “probabilidade”. (Exato. Orações adjetivas restritivas particularizam, individualizam um ser em relação a um grupo de possibilidades. Nesse caso, o "que" indica que não é qualquer probabilidade.)

    Bons estudos!

  • questão muito boa pra revisar.

  • adjetiva restritiva, restringe

  • acertei, esse avaliador esta de parabens! questão bem feita

    Gabarito: E

  • QUESTÃO PARA REVISAR

  • Eu acertei a questão, mas se formos analisar bem, a alternativa A não deixa de estar correta.