SóProvas


ID
5328571
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
PC-PA
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Entrevista com Maria Silvia Bolguese e Ricardo Moreno


Maria Silvia Bolguese, psicanalista e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae


CULT – O que é a depressão?

Maria Silvia Bolguese – Em relação à psicanálise, quero destacar que a depressão pode ser compreendida considerando-se um espectro que vai desde os estados depressivos considerados normais, ou seja, reações de recolhimento do sujeito frente a dificuldades da vida, por um lado, ou angústias e desequilíbrios advindos de instabilidades internas; até as manifestações melancólicas graves, que impedem, inibem as possibilidades do existir.


CULT – Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social?

Maria Silvia Bolguese – Sujeitos deprimidos e medicados são os sujeitos conformados à lógica dominante, que visam apenas a partir de si mesmos corrigir seu mal-estar. A passividade contemporânea em relação às condições sociais e políticas é decorrência dessa ideologia da culpabilização e responsabilização dos sujeitos. Claro está que os estados depressivos graves e melancólicos devem ser tratados pelo que produzem de sofrimento a seus portadores, mas não se pode deixar de considerar em nenhum caso as condições de vida a que esses mesmos sujeitos estão submetidos.


Ricardo Moreno, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ)

CULT – Sob o ponto de vista da psiquiatria, o que é a depressão?

Ricardo Moreno – Depressão é uma doença que tem como base uma disfunção química do cérebro, ou seja, os sistemas de neurotransmissão são comprometidos. Ela se caracteriza por uma série de sinais e sintomas. Ela tende a recorrer ao longo da vida e tem uma série de prejuízos em vários níveis. Depressão não é tristeza, não é uma reação emocional a um evento qualquer.


CULT – A depressão pode ser motivada por fatores sociais?

Ricardo Moreno – Não. Isso é uma coisa que se fala há muito tempo, principalmente algumas vertentes interpretativas, mas a depressão não pode ser causada por fatores sociais. O que nós sabemos das causas da depressão: primeiro, há uma causa genética – 40% dos pacientes com depressão têm um fator genético envolvido. Mas não é somente o componente genético, tem de haver um componente psicossocial e psicológico. O que se sabe é que indivíduos que têm predisposição a ter depressão, quando submetidos a estresse, físico ou psicológico, podem ou não desenvolver a doença, dependendo da vulnerabilidade genética que eles têm e a capacidade psicológica de lidar com o estresse.


Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista__trashed/. Acesso em: 14 jan 2021.

Assinale a alternativa correta sobre o excerto “Isso é uma coisa que se fala há muito tempo [...]”.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: (A) Ao utilizar a expressão “se fala”, o entrevistado se exime da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação de falar.

     “Isso é uma coisa que se fala há muito tempo [...]”.

    O se, no contexto acima, é uma partícula apassivadora empregada na voz passiva sintética, na qual o agente verbal é omitido. O que está desempenhando função sintática de sujeito paciente.

  • Letra D = Não causaria prejuízo semântico, mas gramatical!

  • GABARITO: A

    a) A expressão “se fala” indica que há um sujeito indeterminado, ou seja, é um recurso linguístico empregado para não explicitar o agente que executa a ação de uma forma verbal.

    b) O pronome ISSO retoma algo que foi mencionado no texto, ou melhor, retoma a ideia que consta na pergunta (a depressão pode ser motivada por fatores sociais).

    c) A expressão “há muito tempo” poderia ser substituída por “muito tempo atrás” (ATRAZ não existe).

    d) O emprego de “que se fala” ou “que fala-se” não altera o sentido, apenas prejudica a correção gramatical, já que a próclise é obrigatória pela presença da palavra QUE.

    e) O erro do enunciado está em “simultaneamente”, porque no contexto se entende que se trata de uma ideia atemporal, ou melhor, que simplesmente existe, independentemente do momento

  • A questão quer saber qual assertiva indica uma análise correta do trecho abaixo. Vejamos:

    "Isso é uma coisa que se fala há muito tempo [...]"

    a) Correta

    A utilização da expressão "se fala", de fato, deixa o leitor sem saber quem é o falante, basta procurar no trecho quem é que fala que não conseguiremos descobrir.

    b) Incorreta.

    O pronome demonstrativo "isso" retoma sim algo dentro do texto, qual seja, "A depressão pode ser motivada por fatores sociais".

    c) Incorreta.

    O correto é o uso da palavra "atrás" para se referir a algo passado.

    d) Incorreta.

    A substituição de “se fala” por “fala-se” causa prejuízo sintático visto que a partícula “que” atrai o pronome oblíquo para trás do verbo, mas não causa prejuízo semântico, porque o sentido não muda.

    e) Incorreta.

    A utilização do verbo “fala” no presente do indicativo não sinaliza uma ação simultânea, mas passada, percebe-se isso com a expressão "há muito tempo", ou seja, isso já é falado desde algum tempo.

    Gabarito: A

  • Semântico = Significado

  • GABARITO -A

    A) Ao utilizar a expressão “se fala”, o entrevistado se exime da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação de falar.

    Uma das bancas que gostam muito desse tipo de questão é a FGV.

    essa é uma das finalidades Quando vc indetermina o sujeito.

    Lembre-se:

    VTD + SE = Partícula apassivadora

    VTI OU VI + SE = índice de indeterminação do sujeito

    __________________________________________________________

    B) O pronome demonstrativo “isso” retoma um referente que está fora do texto e próximo da pessoa a quem se fala (o entrevistador) e não da pessoa que fala (o entrevistado).

    Algumas situações envolvendo os pronomes:

    ESTE/ ESTA / ISTO -

    Em relação ao tempo - Momento atual/ Presente

    Em relação ao espaço - Próximo de quem fala

    esta caneta é nova

    ESSE / ESSA / ISSO -

    Em relação ao tempo - Passado ou futuro próximos

    Em relação ao espaço - Próximo de com quem falamos.

    essa caneta é sua?

    ________________________________________________________

    C) A expressão “há muito tempo” poderia ser substituída por “muito tempo atraz”, sem que isso infringisse qualquer norma gramatical.

    Atrás é um advérbio de lugar. Indica alguém ou alguma coisa que se encontra em posição posterior ou inferior

    Fonte: Dício.com

    _________________________________________________________

    D) A substituição de “se fala” por “fala-se” causaria um prejuízo semântico ao excerto.

    O pronome relativo é um fator atrativo.

    ___________________________________________________________

    E) A utilização do verbo “fala” no presente do indicativo sinaliza uma ação que ocorre simultaneamente ao momento em que o entrevistado profere sua resposta.

    Presente Histórico.

    acontece quando usamos verbos no Presente do Indicativo, porém enfatizando fatos passados como se estivessem acontecendo no momento da fala.

    Fonte: Dício.com.br

  • Essa D foi cruel.. Questão boa.. Mas destruidora de sonhos kkkk

  • Eu pensava que para ser sujeito indeterminado o verbo em 3° pessoa do singular deveria ser intransitivo ou transitivo indireto, tornando, neste caso, o pronome "se" em índice de indeterminação do sujeito. Mas o que temos no caso da alternativa A é um verbo transitivo direto, não? Alguém me da uma luz

  • Mas na letra A o que dá a entender é que o sujeito que ''se fala é algumas vertentes interpretativas''. Entendo que a partícula SE está apassivando o verbo falar sem sujeito, mas essas algumas vertentes interpretativas também faz sentido.

  • Alguém aí explica o erro do ítem B?

  • A questão requer conhecimento acerca de vozes verbais, coesão textual, ortografia, colocação pronominal e semântica dos tempos verbais.

    Alternativa (A) correta - O período é composto por três orações. Vejamos o sujeito de cada uma.

    1ª oração: “Isso é uma coisa". Sujeito simples: isso.

    2ª oração: “que se fala". Sujeito paciente: o pronome relativo “que" o qual retoma “uma coisa", na oração anterior (Uma coisa é falada há muito tempo).

    3ª oração: “há muito tempo". Oração sem sujeito, tendo em vista que o verbo haver, indicando tempo passado, é impessoal.

    O verbo falar, nesse excerto, é transitivo direto acompanhado da partícula apassivadora se. Isso significa dizer que ele está construído numa voz passiva sintética sem apresentar o agente da passiva. O que se fala? Resposta: uma coisa. Entretanto, não há como explicitar quem fala “uma coisa". Por isso, podemos afirmar que o entrevistado, ao utilizar a expressão “se fala", exime-se da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação de falar.

    Alternativa (B) incorreta - O pronome demonstrativo “isso" retoma algo mencionado dentro do texto, mais precisamente, a pergunta feita pelo entrevistador “A depressão pode ser motivada por fatores sociais?"



    Alternativa (C) incorreta - A substituição infringiria a norma gramatical, visto que há erro de grafia no vocábulo “atraz". O correto é “atrás".


    Lembrando que o verbo haver, na oração “há muito tempo" indica tempo decorrido.

    Alternativa (D) incorreta - A substituição de “se fala" por “fala-se" não causaria prejuízo semântico ao excerto, porém, sintaticamente, a frase ficaria prejudicada, pois o pronome relativo atrai o pronome átono, devendo este ficar na posição proclítica ao verbo, isto é, antes do verbo.

    Alternativa (E) incorreta - A utilização do verbo “fala" no presente do indicativo sinaliza uma ação começada no passado, mas que perdura ainda no momento da fala (um processo durativo).

    Gabarito da Professora: Letra A.


  • Gabarito: (A)

    Isso “se fala”, o entrevistado se exime da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação de falar.

    Notem que não tem como definir quem fala e a ideia remete ao sentido de eximir a obrigação do autor apontar alguém que fala.

  • Alternativa (A) correta

    O verbo falar é transitivo direto e está acompanhado da partícula apassivadora se. Tb faz parte da estrutura de uma voz passiva sintética sem apresentar o agente da passiva, ocorrendo impessoalização da informação. O que se fala? Uma coisa. Entretanto, não há como explicitar quem fala “uma coisa". Podemos afirmar, pois, que o entrevistado, ao utilizar a expressão “se fala", exime-se da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação.

    Alternativa (B) incorreta - O pronome demonstrativo “isso" retoma algo mencionado dentro do texto, mais precisamente, a pergunta feita pelo entrevistador “A depressão pode ser motivada por fatores sociais?"

    Alternativa (C) incorreta - A substituição infringiria a norma gramatical. O correto é “atrás".

    Alternativa (D) incorreta - A substituição de “se fala" por “fala-se" não causaria prejuízo semântico, porém, sintaticamente, a frase ficaria prejudicada, pois o pronome relativo atrai o pronome átono, devendo este ficar na posição proclítica ao verbo, isto é, antes do verbo.

    Alternativa (E) incorreta - A utilização do verbo “fala" no presente do indicativo sinaliza uma ação começada no passado e que perdura ainda no momento da fala (processo durativo).

  • Caí na pegadinha do semântico mais uma vez. Desistir jamais!

  • FUI NA ALTERNATIVA "D", MAS REALMENTE O PREJUÍZO NÃO É SEMÂNTICO. É SINTÁTICO.

  • Nesse caso, o verbo FALA seria um verbo intransitivo?

  • Assinale a alternativa correta sobre o excerto “Isso é uma coisa que se fala há muito tempo [...]”.

    Ao utilizar a expressão “se fala”, o entrevistado se exime da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação de falar.

    Buscaremos os sujeitos: 1ª oração → pergunte o que é? Isso! Isso é, sujeito simples.

    2ª oração → o que se fala? “Uma coisa” Sujeito paciente. “que” pronome relativo, retoma uma coisa. Coloquem “uma coisa é falada há muito tempo”.

    Agora saber quem fala, não dá para saber, sabe que alguém falou.

    3ª oração → há muito tempo. OSS. Verbo “haver” indicando tempo passado, impessoal.

    X O pronome demonstrativo “isso” retoma um referente que está fora do texto e próximo da pessoa a quem se fala (o entrevistador) e não da pessoa que fala (o entrevistado).

    Não, retoma a pergunta: “A depressão pode ser motivada por fatores sociais”

    X A expressão “há muito tempo” poderia ser substituída por “muito tempo atraz”, sem que isso infringisse qualquer norma gramatical.

    “atrás” mas na semântica expressa a mesma ideia, caso é claro, não fosse o erro ortográfico e de acentuação“

    X A substituição de “se fala” por “fala-se” causaria um prejuízo semântico ao excerto.

    “Não. Isso é uma coisa que se fala há muito tempo”

    Colocação pronominal: emprego de próclise, palavras atrativas: todos as palavras negativas, todos os pronomes, todas as conjunções subordinativas, todos os advérbios, “em+gerúndio”, palavras optativas e exclamativas.

    X A utilização do verbo “fala” no presente do indicativo sinaliza uma ação que ocorre simultaneamente ao momento em que o entrevistado profere sua resposta.

    Verbo empregado no Pres. do Indicativo, caracteriza uma ação começada no passado, mas estende-se ao momento da fala.

  • Alternativa (A) correta

    O verbo falar é transitivo direto e está acompanhado da partícula apassivadora se. Tb faz parte da estrutura de uma voz passiva sintética sem apresentar o agente da passiva, ocorrendo impessoalização da informação. O que se fala? Uma coisa. Entretanto, não há como explicitar quem fala “uma coisa". Podemos afirmar, pois, que o entrevistado, ao utilizar a expressão “se fala", exime-se da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação.

    Alternativa (B) incorreta - O pronome demonstrativo “isso" retoma algo mencionado dentro do texto, mais precisamente, a pergunta feita pelo entrevistador “A depressão pode ser motivada por fatores sociais?"

    Alternativa (C) incorreta - A substituição infringiria a norma gramatical. O correto é “atrás".

    Alternativa (D) incorreta - A substituição de “se fala" por “fala-se" não causaria prejuízo semântico, porém, sintaticamente, a frase ficaria prejudicada, pois o pronome relativo atrai o pronome átono, devendo este ficar na posição proclítica ao verbo, isto é, antes do verbo.

    Alternativa (E) incorreta - A utilização do verbo “fala" no presente do indicativo sinaliza uma ação começada no passado e que perdura ainda no momento da fala (processo durativo).

  • Alternativa (A) correta

    O verbo falar é transitivo direto e está acompanhado da partícula apassivadora se. Tb faz parte da estrutura de uma voz passiva sintética sem apresentar o agente da passiva, ocorrendo impessoalização da informação. O que se fala? Uma coisa. Entretanto, não há como explicitar quem fala “uma coisa". Podemos afirmar, pois, que o entrevistado, ao utilizar a expressão “se fala", exime-se da obrigação de explicitar qual o agente que executa a ação.

    Alternativa (B) incorreta - O pronome demonstrativo “isso" retoma algo mencionado dentro do texto, mais precisamente, a pergunta feita pelo entrevistador “A depressão pode ser motivada por fatores sociais?"

    Alternativa (C) incorreta - A substituição infringiria a norma gramatical. O correto é “atrás".

    Alternativa (D) incorreta - A substituição de “se fala" por “fala-se" não causaria prejuízo semântico, porém, sintaticamente, a frase ficaria prejudicada, pois o pronome relativo atrai o pronome átono, devendo este ficar na posição proclítica ao verbo, isto é, antes do verbo.

    Alternativa (E) incorreta - A utilização do verbo “fala" no presente do indicativo sinaliza uma ação começada no passado e que perdura ainda no momento da fala (processo durativo).

  • Nessa eu caí de boca.

  • D) A substituição de “se fala” por “fala-se” causaria um prejuízo semântico ao excerto.

    PRONOME "QUE" É ATRATIVO, POR ESSA MANEIRA NÃO PODE SER SUBSTITUIDO

  • Dava pra resolver tanto pelo silogismo hipotético de forma que se fizesse várias contrapositivas para se chegar até a última proposição simples, quanto dava pra ir testando as alternativas por meio do teste das proposições falsas.

     I) A então ~ B 

    II) ~C então B 

    III) ~A então C

     ------------------------------------------------------

    Aqui eu faço a contrapositiva da II para fazer com que o final da proposição I seja igual ao começo da proposição II e assim possamos ir cortando (simplificando): 

     I) A então ~B

     II) ~B então C

     III) ~A então C 

    ------------------------------------------------------- Excluindo os dois termos em negrito, temos: 

     A então C 

    ~A então C

     ------------------------------------------------------Agora eu faço a contrapositiva da primeira proposição para eliminar mais uma vez:

     ~C então ~A 

    ~A então C

     ----------------------------------------------------- 

    O resultado do silogismo hipotético é:

     ~C então C 

     Para ser verdadeira a alternativa, não pode ser Vera  Fisher, Tem q ser e F e V. 

     --------------------------------------------------

     Isso significa q C é verdade, Ou seja, 

    a Lei C será aprovada.