SóProvas


ID
5357776
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Câmara de Teresina - PI
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana?

Lilian Ferrari

   É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins.

   A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.

   Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos. Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta.

  No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...]


Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020.

Referente ao excerto “Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo.”, assinale a alternativa correta. 

Alternativas
Comentários
  • pronome possessivo feminino singular ---> FACULTATIVA CRASE

  • Gabarito na alternativa C

    Solicita-se julgamento das assertivas abaixo:

    Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo.”

    A) “Mesmo” se refere ao termo “aquilo”

    Incorreto. O termo "mesmo" age como pronome demonstrativo, tendo como referente toda a informação verbal introduzida anteriormente.

    B) Os itens em destaque têm a mesma função sintática no excerto.

    Incorreto. O primeiro termo é conjunção condicional, o segundo, indeterminador do sujeito.

    C) O sinal de crase em “acessível à nossa compreensão” é facultativo.

    Correto. É facultativo o uso de artigo definido frente a pronome possesivo, de sorte que frente a pronome possesivo feminino a marcação de crase também se torna facultativa.

    D) Em “quando se trata”, a colocação do pronome antes do verbo é opcional.

    Incorreto. A existência de termo atrativo torna obrigatória a colocação proclítica.

    E) O verbo “trata” está no singular porque concorda com o sujeito “ideia”.

    Incorreto. O verbo está acompanhado de índice de indeterminação do sujeito, devendo permanecer em forma de terceira pessoa do singular.

  • Leia-se o fragmento:

    Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo.”

    Inspecionemos as alternativas:

    a) “Mesmo” se refere ao termo “aquilo”.

    Incorreto. O pronome demonstrativo "mesmo" reporta ao processo contido no período que o antecede;

    b) Os itens em destaque têm a mesma função sintática no excerto.

    Incorreto. O primeiro "se" é conjunção adverbial condicional; o segundo, índice de indeterminação do sujeito;

    c) O sinal de crase em “acessível à nossa compreensão” é facultativo.

    Correto. Em geral, diante de pronomes possessivos femininos (sua, tua, minha, nossa), a marcação do fenômeno crásico será facultativa;

    d) Em “quando se trata”, a colocação do pronome antes do verbo é opcional.

    Incorreto. A próclise (pronome anteposto ao verbo) se faz obrigatória, na medida em que "quando" é uma conjunção subordinativa temporal. Recorde-se: conjunções subordinativas reclamam a próclise, e conjunções coordenativas permitem a próclise ou ênclise (pronome posposto ao verbo);

    e) O verbo “trata” está no singular porque concorda com o sujeito “ideia”.

    Incorreto. Essa forma verbal não tem sujeito determinado, logo o núcleo não pode ser o substantivo "ideia".

    Letra C

  • Olá, Guerreiros!!

    GAB: C

    Pronome possessivo, o uso da crase é facultativo.

    Exemplos:

    • Refiro-me a sua irmã / Refiro-me à sua irmã

    • Falei a sua secretária / Falei à sua secretária

    Força, foco e fé

  • pronome possessivo feminino singular ---> FACULTATIVA CRASE

  • CRASE FACULTATIVA se dá em três casos:

    ATÉ SUA MARIA

    1 - Após a preposição até

    Ex: Fui até a secretaria / Fui até à secretaria

    2 - Diante de pronomes possessivos femininos no singular (sua, minha, nossa)

    Ex: Referi-me a sua professora / Referi-me à sua professora

    3 - Antes de nomes próprios femininos

    Ex: Entregarei tudo a Maria / Entregarei tudo à Maria

  • ATÉ SUA MARIA

    Antes de até de pronome possessivo sua e de palavra feminina Maria a crase é facultativa .

  • Quando a crase é facultativa

    • Depois da preposição “até” Exemplos: Vou até a faculdade agora. OU Vou até à faculdade agora.

    • Antes dos nomes próprios femininos. Exemplos: Custa a Maria ver o filho sofrer. OU Custa à Maria ver o filho sofrer.

    • Antes dos pronomes possessivos feminino . Exemplos: Não iremos a tua casa.

    Gabarito C

  • c) O sinal de crase em “acessível à nossa compreensão” é facultativo.

    Correto. Em geral, diante de pronomes possessivos femininos (sua, tua, minha, nossa), a marcação do fenômeno crásico será facultativa;

    • Facultativo                                                                                                                                                
    • Antes de nome de mulher
    • Dei um presente a Maria
    • Dei um presente à Maria
    • Pois antes do nome de mulher é facultativo o artigo
    • Pronome possessivo feminino adjetivo no singular
    • Minha, tua, sua, nossa, vossa
    • Obedeço a sua opinião
    • Obedeço à sua opinião
    • Artigo facultativo
    • Depois da preposição “até”
    • Cheguei até a praia
    • Cheguei até à praia

  • Diante de PRONOME POSSESSIVO ADJETIVO FEMININO: a crase é facultativa.

    Já diante de pronome possessivo substantivo feminino a crase é obrigatória.

    Fonte: A Gramática para Concursos. Fernando Pestana.

  • Diante de pronomes possessivos femininos: minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s), vossa(s)],é facultativo o uso do artigo, então, quando houver a preposição a, será facultativa a ocorrência de crase.

  • SE LIGA NO BIZU: " CRASE FACULTATIVA VOU DIZER COMÉ QUE É: ANTES DO NOME, DO PRONOME, DEPOIS DA PALAVRA ATÉ"

  • crase opcional é em : até sua maria. Palavra ATE, SUA (pronome possessivo) MARIA (NOME FEMININO)

  • Minha contribuição.

    Casos em que a crase é facultativa: ATÉ,SUA,MARIA

    a) Uso facultativo da preposição a, formando a locução até a.

    Ex.: Leu o livro de uma vez até a última página.

    Ex.: Leu o livro de uma vez até à última página.

    b) Antes de pronomes possessivos femininos no singular.

    Ex.: Levaremos o livro a sua casa.

    Ex.: Levaremos o livro à sua casa.

    c) Antes de nomes próprios femininos.

    Ex.: Desejo tudo de bom a Maria.

    Ex.: Desejo tudo de bom à Maria.

    Abraço!!!

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento sobre análise sintática, crase, elemento de coesão referencial e colocação pronominal. Vejamos:

     "Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo.”

    a) Incorreta.

    “Mesmo” se refere aos verbos “ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar". 

    b) Incorreta.

    O primeiro é uma conjunção condicional e o segundo uma partícula de indeterminação do sujeito visto que está diante de um verbo transitivo indireto (com preposição) sem sujeito expresso.

    c) Correta.

    Quando tiver preposição A + pronome possessivo feminino no singular, a crase é facultativa. A crase da frase é por conta da regência da palavra "acessível". 

    d) Incorreta.

    Em “quando se trata”, a colocação do pronome antes do verbo é obrigatória por conta da conjunção "quando".

    e) Incorreta.

    O verbo "trata” não concorda com ninguém, pois não possui sujeito, tanto é verdade que há a partícula "se" para indeterminar o sujeito.

    Gabarito: C