SóProvas


ID
5376277
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
MPE-RS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto a seguir refere-se à questão.

COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS

Pilar Jericó - 11 MAI 2021

   Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas.
   Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
   [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair daquilo? 
   Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade.
   Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir objetivos concretos. 

Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/
comodefinir-objetivos-quando-nao-sabemos-o-que-queremos.html.
Acesso em: 14 mai. 2021.

Sobre a utilização da vírgula nos seguintes excertos, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Questão difícil

    B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar [...]”, a vírgula poderia ser omitida sem que isso causasse prejuízo sintático ao excerto.

    Conforme o Ivan falou, trata-se de um paralelismo sintático, uma enumeração. Ou seja, a supressão da virgula causaria erro gramatical. De fato, parece que esse ''que'' está explicando, mas, na verdade, está enumerando. Errada.

    D) Em “Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos [...]”, a vírgula separa duas orações de mesmo estatuto sintático.

    De fato, a virgula aqui é obrigatória, pois se trata de uma enumeração. Além disso, os dois termos são objetos indiretos do verbo estimular, quem é estimulado é estimulado a alguma coisa. Correta.

    Nas outras:

    A) Errada. Conjunções Explicativas, Conclusivas, Alternativas, Aditivas e ADVERSATIVAS, introduzem orações COORDENADAS e não uma orações SUBORDINADAS.

    C) Errada. Facultativa, adjunto adverbial "Simplesmente" de curta extensão (até duas palavras).

    E) Errada. A virgula, na verdade, introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa e não restritiva, como a questão falou.

  • Gabarito na alternativa D

    Não há problema na questão.

    Solicita-se julgamento das assertivas sobre o uso de virgula:

    A) Em “Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impulsiona [...]”, a vírgula separa uma oração principal de uma oração subordinada.

    Incorreta. A virgula separa orações coordenadas. A primeira oração é chamada coordenante, ou culminante, em relação a oração coordenada sindética adversativa que a acompanha.

    B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar [...]”, a vírgula poderia ser omitida sem que isso causasse prejuízo sintático ao excerto.

    Incorreta. A construção localizada após a virgula é oração subordinada adjetiva restritiva.

    Percebam que, consoante indicação abaixo, temos duas orações adjetivas restritivas enumeradas, ambas relacionando-se com termo "algo". A virgula serve apenas para enumerar as construções.

    “Já uma fantasia é algo (1)que vive em nossa mente, (é algo) (2) que gostamos de imaginar..."

    A supressão da virgula causa problema de correção gramatical, e consequentemente prejuízo sintático.

    C) Em “Talvez tenham ficado um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar [...]”, o uso das vírgulas é obrigatório.

    Incorreta. As virgulas demarcam termo de natureza adverbial. Sua demarcação é facultativa.

    D) Em “Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos [...]”, a vírgula separa duas orações de mesmo estatuto sintático.

    Correta. A virgula separa complementos enumerados do verbo transitivo indireto "estimulados". Ambos classificam-se como orações subordinadas objetivas indiretas reduzidas de infinitivo.

    E) Em “[...] nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais [...] não necessitamos.”, a vírgula indica que a oração adjetiva é restritiva, não explicativa.

    Incorreta. A oração virgulada é explicativa, não restritiva.

  • Somos estimulados a sonhar.

    Somos estimulados a buscar objetivos.

  • Oi!

    Gabarito: D

    Bons estudos!

    -Os únicos limites da sua mente são aqueles que você acreditar ter!

  • Comentários acerca da letra B

    A partir da 2º oração adjetiva restritiva (em uma enumeração), as vírgulas são obrigatórias, como se fossem adjuntos adnominais enumerados:

    Comprei um carro que custou caro, que me deu trabalho, que me desapontou e que ficou desvalorizado depois de dois anos. 

    Fonte: A Gramática para Concursos (Fernando Pestana)

  • QUESTÃO NÃO TAO DIFICIL COMO DIZEM OS COLEGAS... NOTEM:

    A) existe a presença de dois verbos  A virgula separa orações coordenadas. 

    b)Conforme o Ivan falou, trata-se de um paralelismo sintático, uma enumeração. Ou seja, a supressão da virgula causaria erro gramatical. De fato, parece que esse ''que'' está explicando, mas, na verdade, está enumerando. além do mais , oração adjetiva restritiva se difere da explicativa por conta da virgula

    c). Facultativa, adjunto adverbial "Simplesmente" de curta extensão (até duas palavras).

    d)correta

    e) com virgula é explicativa não restritiva

  • Alternativa A: “mas” é conjunção coordenativa adversativa.

    Alternativa B: Causaria mudança sintática. Ao suprimir a vírgula ela se torna oração adjetiva restitiva.

    Alternativa C: Facultativo.

    Alternativa D: São duas orações coordenadas assindéticas (termos coordenados).

    Alternativa E: O que caracteriza a oração adjetiva explicativa é exatamente o uso das vírgulas. 

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em uso da vírgula. O candidato deve indicar a assertiva correta. Vejamos:

    a) Incorreta.

    Em “Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impulsiona [...]”, a vírgula separa uma oração principal de uma oração subordinada.

    A conjunção "mas" é coordenativa de adversidade.

    b) Incorreta

    Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, (uma fantasia é algo) que gostamos de imaginar [...]”, a vírgula poderia ser omitida sem que isso causasse prejuízo sintático ao excerto.

    Temos duas partículas "quês" na frase e ambas dão início a uma oração adjetiva restritiva (sem vírgula). A vírgula em questão é usada para separar as orações subordinadas adjetivas duplicadas. A retirada da vírgula interfere na enumeração das orações adjetivas restritivas.

    c) Incorreta.

    Em “Talvez tenham ficado um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar [...]”, o uso das vírgulas é obrigatório.

    O uso das vírgulas é facultativo, pois intercala um adjunto adverbial de curta extensão (menos de três palavras).

    d) Correta.

    Em “Somos estimulados a sonhar, (somos estimulados) a buscar objetivos [...]”, a vírgula separa duas orações de mesmo estatuto sintático.

    Os termos " a sonhar" e "a buscar objetivos" complementam o sentido do adjetivo "estimulados". Assim, são orações subordinadas substantivas completivas nominais reduzidas de infinitivo (sem partícula "que" funcionando de conjunção integrante). Somos estimulados a isso.

    e) Incorreta.

    Em “[...] nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais [...] não necessitamos.”, a vírgula indica que a oração adjetiva é restritiva, não explicativa.

    Oração explicativa com vírgula

    Oração restritiva sem vírgula.

    Logo, não há que falar que a vírgula separa a oração restritiva.

    Gabarito: D