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ID
5522065
Banca
Máxima
Órgão
Prefeitura de Heliodora - MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto a seguir.
A construção da convivência

    O Estado democrático de direito, essa engenhosa invenção política e social que garante a convivência civilizada mesmo em situações de conflito e de confronto, é uma planta frágil. Não basta que ele esteja inscrito nas constituições ou que seja professado nos programas dos partidos políticos. É preciso que a prática cotidiana dos governos, das organizações sociais e dos cidadãos ajude a formar uma barreira que impeça que essa fragilidade seja vencida pela violência. Fatos recentes, especialmente em nosso Estado, mostram que não está havendo esse cuidado.
    Uma série de acontecimentos atesta essa estranha tolerância com a ilegalidade e a violência. Aí estão o episódio da invasão da delegacia regional do Ministério da Agricultura, as frequentes ocupações do prédio do Incra, a inoperância do aparelho estatal quando ele é exigido, a depredação de um estabelecimento comercial à vista da autoridade policial, a invasão de um hotel em que falaria uma autoridade do Poder Judiciário, a ocupação de propriedades rurais ou a destruição de lavouras de experimentação genética. Em comum em todos esses episódios há, em primeiro lugar, uma quebra dos limites democráticos e a omissão mal explicada do poder público.
    A sociedade gaúcha, que tem uma história a zelar, aprendeu à custa de sacrifícios humanos e materiais que a democracia e o respeito aos direitos são o único caminho para evitar a desagregação e a violência. A questão dos limites das manifestações e dos protestos está surgindo como elemento crucial para a manutenção de padrões urbanos a serem dotados pelos cidadãos. O risco gerado pelas posturas quase anárquicas de algumas organizações é de que, à margem do Estado de direito, surjam reações igualmente anárquicas e igualmente condenáveis. Não se trata, pois, de analisar essas quebras de limites do ponto de vista de sua extração política ou de suas motivações ideológicas. Trata-se sim de vê-las do ponto de vista geral de uma sociedade que precisa de tranquilidade para desenvolver-se e que tem o direito de exigir dos governos manutenção da segurança dos limites democráticos.
    A história brasileira e gaúcha recente tem demonstrado que o país soube vencer o teste dos limites e lançar os fundamentos de uma sociedade pluralista e democrática, ao mesmo tempo que está, mal ou bem, dando razão às reivindicações dos excluídos. O conflito, que é essencial para o crescimento e o progresso das sociedades, precisa ser contido dentro de limites aceitáveis sob pena de se transformar num elemento patológico de perturbação social. Cabe ao poder público, por delegação constitucional, exercer uma mediação produtiva, usando para isso dos instrumentos normais que o Estado de direito só concede aos governantes constituídos. Abrir mão dessa função será abdicar da função de governar para todos.
Zero Hora, Porto Alegre – 2001. 

“É preciso que a prática cotidiana dos governos, das organizações sociais e dos cidadãos ajude a formar uma barreira que impeça que essa fragilidade seja vencida pela violência”. Em relação às palavras destacadas, as mesmas introduzem, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • Aos não assinantes, gabarito: C!

    • É preciso ISSO - oração substantiva;
    • [...] formar uma barreira A QUAL - oração adjetiva;
    • [...] formar uma barreira que impeça ISSO - oração substantiva.
  • A questão exige conhecimento acerca de período composto por coordenação e por subordinação. Sabendo disso, é pedido ao candidato que analise os elementos gramaticais destacados no enunciando para, então, identificar a natureza semântico-sintática dos usos respetivamente no que tange às categorias do período composto. Desse modo, vejamos:

     

    “É preciso que a prática cotidiana dos governos, das organizações sociais e dos cidadãos ajude a formar uma barreira que impeça que essa fragilidade seja vencida pela violência”

     

     O primeiro “que” (conjunção integrante), destacado no trecho acima, introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva pelo fato desta oração cumprir função sintática de sujeito em relação à oração principal “É preciso”. O segundo “que” (pronome relativo), o qual se segue no fragmento, encabeça uma oração subordinada adjetiva restritiva. E, por fim, o terceiro e o último “que” (conjunção integrante) inicia uma oração subordinada substantiva objetiva direta, já que essa oração exerce função sintática de objeto direto em relação à oração principal “impeça”.

     

    Um dica para matar a questão é saber que, quando as conjunções integrantes (que ou se) são facilmente substituídas por um pronome demonstrativo "isso" ou suas variantes como, por exemplo, "disso", "nisso", teremos um oração subordinada substantiva tal como podemos observar nas duas ocorrências da conjunção integrante "que" acima. Agora, quando o "que" estiver cumprindo uma função referencial, isto é, estiver retomando algum referente dito anteriormente e, consequentemente, podendo ser substituído pelo pronome relativo "o qual" e suas variantes (os quais, a qual, as quais) a depender do elemento que é retomado, teremos uma introdução de uma oração subordinada adjetiva.

    Tendo analisado os elementos gramaticais acima e sua função no período, identificamos que a alternativa correta é a letra C.

     

    A – Alternativa errada. Respectivamente, temos uma oração substantiva e uma oração adjetiva de fato, porém o último “que” analisado não estabelece nenhuma noção adverbial para que se considere um elemento que introduz uma oração adverbial;

     

    B – Alternativa errada. Respectivamente, temos uma oração substantiva e uma oração adjetiva de fato, no entanto o último “que” analisado, como conjunção integrante, não compreende a uma estrutura coordenativa;

     

    C – Alternativa correta. Justificada na análise feita acima;

     

    D – Alternativa errada. Em todo o período, não há, em nenhuma parte, uma estrutura que corresponda a uma oração coordenativa.  O segundo “que” não pode ser configurado como elemento introdutor de oração substantiva pelo fato de ele ser identificado como pronome relativo o qual dá entrada em oração subordinada adjetiva.

     

    Gabarito: C 

  • GAB C

    "TÁ MUITO FÁCIL CONTA OUTRA"

    Chavez

  • Acertei, mas confesso que achei que tinha que ser OSS OBJETIVA DIRETA na última, pois que quem impede, impede algo.

  • Complementando: Temos

    1a: Oração substantiva subjetiva. > Funciona como sujeito;

    2a: Oração adjetiva. > Temos um pronome relativo exercendo a função de sujeito

    3a: Oração substantiva objetiva direta > A oração exerce a função de OD da oração principal (… que impeça…)

    Portanto, gabarito C

    Qualquer erro, avisem-me por mensagem!

  • ORAÇÃO SUBSTANTIVA:

    QUANDO DER PARA TORCAR POR ISSO...

    ORAÇÃO ADJETIVA:

    QUANDO DER PRA TROCAR POR O QUAL, A QUAL..