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ID
5522725
Banca
IBADE
Órgão
Câmara de Vilhena - RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia com atenção o texto abaixo e responda ao que se pede.


ÉTICA E MORAL


    Ethos - ética, em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ética significa, segundo Leonardo Boff, “tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: m aterialm ente sustentável, psicologicam ente integrada e espiritualmente fecunda".

    A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, certa tradição cultural, etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político. Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenôm eno social p a rticu la r, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. 

    A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos críticos da moral vigente. Mas, a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la. 

    A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a serem postos em prática, mas não garante o seu cumprimento.

    As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, pela ONU (1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em 1988).

    É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma consequência inevitável: frequentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente... Até porque, a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a constantes e graves degenerações.

(https://www.portaleducacao.com.br - Texto adaptado)

Observe a frase abaixo.


“Os especialistas identificam quando a mente foi tomada por traumas desequilibrantes.”


Com base nas classes gramaticais empregadas no período, a alternativa correta é: 

Alternativas
Comentários
  • Complementando!

    Letra D: quem revela ação em processo no passado, ou seja, exercida várias vezes, é o PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO!!

    Ação que foi iniciada e encerrada no passado é PRETÉRITO PERFEITO!

  • Gabarito na alternativa C

    Solicita-se julgamento das assertivas sobre a passagem:

    “Os especialistas identificam quando a mente foi tomada por traumas desequilibrantes.”

    A) O emprego do artigo 'Os' indica uma referência imprecisa ao substantivo ‘especialistas’.

    Incorreta. O artigo "os" é definido, masculino e plural, não havendo que se falar de referência imprecisa, própria dos artigos indefinidos.

    B) O verbo 'foi' poderia ser substituído por 'for', caso quisesse fazer referência a um fato obtido como certo e posterior a sua fala.

    Incorreta. A substituição, além de não denotar fato certo ("quando for" denota ocorrência futura dependente de termo), causa prejuízo à correta correlação verbal da passagem.

    C) O uso do verbo 'identificar' no modo presente do indicativo exprime uma certeza.

    Correta. O uso da forma de presente do indicativo "identificam" denota ação presente e certa.

    D) O emprego de 'foi' no pretérito perfeito do indicativo revela uma ação em processo no passado.

    Incorreta. As formas de pretérito perfeito do indicativo denotam ações passadas e concluídas.

    E) O conectivo 'quando' pode ser substituído pelo conectivo ‘porque’ sem prejuízo do sentido da frase.

    Incorreta. Não há entre os termos, respectivamente condicional/temporal e explicativo/causal, equivalência semântica.