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ID
812476
Banca
AOCP
Órgão
TCE-PA
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Chaplin e Camões na chuva

Eduardo Escorel

1.° Meia hora de chuva moderada foi suficiente para alagar a rua Luís de Camões, no centro do Rio. Para ir a pé até lá, saindo da Rua da Assembleia, foi preciso atravessar a Avenida Rio Branco, seguir pela rua da Carioca, dobrar na Ramalho Ortigão, contornar a igreja São Francisco de Paula, passar em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, cruzar a avenida Passos e chegar ao nº 68, sede do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, instalado em um edifício neoclássico, onde foi aberta em 6 de março a exposição Chaplin e sua imagem. 
2.° No caminho, além do aguaceiro, pessoas vindo em sentido contrário, ou seguindo na mesma direção, mas andando devagar – muitas com dificuldade de seguir em linha reta, tornaram o percurso ainda mais difícil. Isso sem falar das barracas dos ambulantes ocupando a maior parte das calçadas, e dos vendedores apregoando guarda-chuvas chineses por dez reais. 
3.° Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência – uma parada de meia-hora na entrada de uma farmácia no Largo de São Francisco – e perícia, buscando proteção debaixo de um pequeno guarda-chuva em decomposição. E na chegada, antes de poder subir os degraus de entrada do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, foi necessário atravessar a estreita e alagada Luís de Camões na ponta dos pés. 
4.° Logo na entrada, a falta de sinalização levou a perguntar por onde seguir a uma guarda desabada numa cadeira. Em tom incompreensível à primeira escuta, ela indicou com má vontade, e certo ar de desprezo pela desorientação do visitante, a porta em frente como a de acesso à exposição e fez a caridade de informar que ocupa salas do primeiro e segundo andar. 
5.° Uma primeira suposição provou ser infundada – não há interdição para entrar com guarda-chuva e pasta molhados, circunstância inédita em locais do gênero mundo afora. Outra, ainda menos auspiciosa, também caiu por terra. Ao contrário do que imaginara durante a travessia aquática do centro da cidade, havia algumas pessoas vendo a exposição, por volta de meio-dia, nas amplas salas, na pequena rua fora de mão, numa sexta-feira chuvosa. 
6.° Não eram muitas, mas pareciam interessadas, dando impressão de estarem vendo pela primeira vez painéis fotográficos e trechos de filmes de Chaplin projetados em monitores. 
7.° A modesta exposição não passa disso – uma série de painéis e alguns trechos de filmes exibidos em monitores –, sendo surpreendente que instituições tão respeitáveis, como a Cinemateca de Bologna, por exemplo, difundam pelo mundo mostra tão pobre, muito aquém, por exemplo, do que é possível ver nas duas horas e meia do documentário O Chaplin que Ninguém Viu (Unknown Chaplin), de 1983, realizado por Kevin Brownlow e David Gill para ser exibido na televisão, e disponível em DVD desde 2005. Como introdução a Chaplin, mais valeria promover em praça pública sessões gratuitas desse documentário. 
8.° O Chaplin que Ninguém Viu inclui imagens da coleção particular de Chaplin e demonstra seu perfeccionismo através das filmagens dos exaustivos ensaios para chegar à gag perfeita, e das várias tomadas feitas de uma mesma cena até obter a encenação mais eficaz. Nessa época, o custo de produção e do filme virgem ainda não haviam tornado proibitivo descobrir filmando o que se queria fazer. 
9.° Percorrida a exposição, com decepção crescente a cada sala, eis que uma risada distante se fez ouvir, parecendo vir do primeiro andar. Voltando sobre os próprios passos, descendo a sinuosa escadaria monumental com corrimão de madeira envernizada, numa das primeiras salas, lá estava a origem do riso: um rapaz de fones nos ouvidos, postado diante de um monitor, divertindo-se à grande
10.° O motivo da alegria era a sequência da luta de boxe de Luzes da cidade (1931). Disponível no Youtube, é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano, sem correr o risco de se molhar. 
11.° A exposição Chaplin e sua imagem estará aberta, até 29 de abril, no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica. Para quem não tiver acesso ao Youtube ou não puder ver O Chaplin que Ninguém Viu, pode valer a pena. As risadas do rapaz comprovam que ressalvas feitas à exposição talvez não façam sentido. 
12.° Evitem apenas dias de chuva para não ficarem com os pés encharcados. 

  Revista Piauí, edição 66.

Em “...é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano.", a oração destacada funciona como

Alternativas
Comentários
  • Basta fazer a pergunta: O QUE É POSSÍVEL? 

    Resposta: Comprovar a perenidade do humor chapliniano.

    Então essa frase tem sentido de SUJEITO.

  • trata-se de uma oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo

  • "...é possível que a perenidade do humor chapliniano seja comprovada.   "ISSO é possível." -> Oração subordinada substantiva subjetiva.

     

    Sujeito oracional - Comprovar a perenidade do humor chapliniano é preciso.

  • É possível ISSO

     

    As subordinadas podem ser: 


    Substantivas : tem conjunção integrante. 
    Adjetivas: tem pronome relativo. 

     

    GAB.B

  • Basta fazer a pergunta: O que é possível ? se conseguir encaixar o "ISSO" de forme que fique: "É possível isso", você já terá a certeza de que si trata e uma oração subordinada substantiva, para analisar o restante basta observar que - "comprovar a perenidade do humor chaplinianoestá funcionando como sujeito. portanto subjetiva.

     

    Bons estudos

  • b)subordinada substantiva subjetiva.

    Ordem direta:

    comprovar a perenidade do humor chapliniano é possível.

  • b)

    subordinada substantiva subjetiva.

  • Subjetiva pois funciona como sujeito.

  • Letra B. Oração Subordinada Subjetiva. Quando vejo começar pelo verbo de ligação logo me toco que o que vem a seguir será um sujeito oracional. E depois do verbo de ligação é o predicativo do sujeito. Bons estudos
  • Para ser objetiva direta deveria ter um sujeito para o verbo comprovar, mas não há, logo, é uma oração subordinada substantiva!

  • é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano.

    é possível [ISSO] quando couber ISSO será uma subordinada substantiva subjetiva.

    é algo possível comprovar a perenidade do humor chapliniano.

    é algo possível [ISSO]. veja que não dá.

    algo possível é comprovar a perenidade do humor chapliniano.

    algo possível é [ESSE]. quando couber ESSE será uma subordinada substantiva predicativa.

  • Gabarito B: Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

  • Oração coordenada tem independência sintática, ou seja, tem nela mesma todos os elementos sintáticos que ela possui.

    Oração subordinada tem dependência sintática, pois um elemento sintático da oração principal estará na oração subordinada.

    Oração subordinada substantiva exerce função de complemento verbal e nominal, sujeito, aposto, predicativo, etc. Pode ser substituída por ISSO

    ERA PARA SER UMA ANOTAÇÃO INDIVIDUAL/PARTICULAR, MAS O QC NÃO CONSEGUE RESOLVER MEU PROBLEMA COM AS ANOTAÇÕES (NUNCA SALVAM). QUEM SABE AGORA NÃO DÃO JEITO NISSO NÉ?