SóProvas


ID
1166074
Banca
FCC
Órgão
TRT - 16ª REGIÃO (MA)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Da utilidade dos prefácios

           Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.

          Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.
          Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético.

                                                                                                    (Aderbal Siqueira Justo, inédito)


As lacunas da frase Um prefácio ...... nossa inteira atenção esteja voltada certamente conterá qualidades ...... força é impossível resistir preenchem-se adequadamente, na ordem dada, pelos seguintes elementos:

Alternativas
Comentários
  • Considerações sobre o uso do pronome CUJO:

    * Tal termo somente é utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao substantivo subsequente. Observe:

    O garoto cujo pai esteve aqui...A enunciação diz respeito ao pai do garoto, expresso antes.

    * Não se usa artigo definido entre o pronome ora em discussão (cujo) e o substantivo subsequente.Voltemos ao exemplo anterior:

    O garoto cujo (o) pai esteve aqui (situação inadequada)

    O garoto cujo pai esteve aqui... (forma conveniente)

    * O pronome deve aparecer antecedido de preposição sempre que a regência dos termos posteriores exigir. Vejamos:

    Aquela é a família de cuja casa todos gostam. 

    Analisando a regência do verbo gostar, constata-se que ele se classifica como transitivo indireto, requerendo, pois, o uso da preposição. 

    Esta é a professora em cuja experiência todos acreditam. 

    Acreditamos em alguma coisa, logo, todos acreditam na experiência da professora. 


  • Resposta: Letra " A " . P/ 10 por dia.

  • Acertei a questão por causa do verbo voltar que exige a preposição para: "o que está voltada, está voltada para..." mas confesso que tenho dificuldades com o uso do pronome "cujo (e variações)"... alguém se habilita?

    Obrigada! 

  • Indo pelo caminho mais fácil é só se atentar no verbo resistir (quem resiste / resiste A algo),sendo assim, obrigatória a regência diante do pronome relativo cuja. Então pelo processo de eliminação só resta a alternativa A.

  • Bom Denise usei o mesmo raciocínio para a preposição "para" , em relação a nomenclatura "a cuja" o pronome possessivo cuja será sempre adjunto adnominal (SEMPRE!), na sentença o cujo retoma qualidades e quem pede a preposição "a" é o verbo resistir, quem resisti, resisti a alguma coisa, fazendo a substituição do termo que é retomado ficaria assim: força de qualidade é impossível resistir.

  • Gabriel Tavares da Costa Neto, você só errou em dizer que o pronome "cujo" é possessivo. Ele é relativo, mas só deve ser utilizado quando há ideia de posse. (Y)

  • Mil desculpas realmente errei. Na verdade quis dizer que o cujo é pronome relativo que indica posse.

  • Já estava desistindo de responder a questão, mas então me veio uma luz: "...e seu eu usar a dica da Aline Tabias?!" E não é que deu certo!!! Obrigado Aline, sem seu ensinamento eu não teria conseguido.

  • Gabarito. A.

    quem volta, volta para algum lugar.

  • O acerto dessa questão está diretamente ligado ao uso correto do pronome "cujo", muito bem explicado pela Raíssa Leal.

    Meus parabéns.

  • QUEM ESTÁ VOLTADO, ESTÁ VOLTADO PARA ALGUMA COISA.

    QUEM RESISTE, RESISTE A ALGUMA COISA.

  • quem resiste, resiste a alguma coisa

    por aqui já se saberia que a resposta é a letra "a" porque nenhuma outra questão tem "a cuja"

  • 6 mandamentos do ''CUJO''

    Sempre entre dois substantivos = Eis o homem cujo filho foi aprovado.
    Estabelece entre os dois substantivos ideia de posse = Eis o homem cujo o filho foi aprovado. (filho do homem) 
    Concorda com o substantivo seguinte = Eis o homem cuja filha foi aprovada. 
    Não pode vir seguido de artigo = Eis o homem cuja a filha foi aprovada. (frase errada)
    Pode vir antecedido de preposição = Eis o homem de cujo filho falei ( quem fala, fala de )
    Não pode ser substituído por outro pronome relativo = Eis o homem que o filho falei  (frase errada)
    Fonte: Profª Adriana Figueiredo. 
    https://www.youtube.com/watch?v=TLYvzh79ceI
  • As lacunas da frase Um prefácio ...... nossa inteira atenção esteja voltada certamente conterá qualidades ...... força é impossível resistir preenchem-se adequadamente, na ordem dada, pelos seguintes elementos:

    Nossa atenção está voltada PARA (QUE) 
    é impossível resistir A (CUJA) 
    CUJA- usa-se entre dois nomes tendo a ideia de posse (força da qualidade)

  • Por eliminação....

    a) para o qual - a cuja - Qual a regência de VOLTADA? Pode ser PARA? - Qual a regência de RESISTIR? Quem resiste resiste A. ok. Não temos certeza do PARA, então vamos analisar as outras.

    b) ao qual - de cuja a - eliminada, pois não pode artigo depois do pronome cujo e também sabemos a regência do resistir.

    c) com o qual - por cuja - eliminada, pois já sabemos a regência do resistir.

    d) aonde - de que a - eliminada, pois sabemos a regência do resistir.

    e) por onde - das quais a - eliminada, pois já sabemos a regência do resistir.OBS - É só uma dica porque podemos usar outras formas de eliminação, como, por exemplo, nenhum outro pronome pode substituir o CUJO e nas outras alternativas também não podemos usar o ONDE  porque não indicam lugar.
  • Chegar, Ir, Vir, Sair, Voltar, Subir e todos os verbos de movimento são intransitivos, não exigem complementos (Chegamos! Cheguei! Fui!).Esses verbos,geralmente, apresentam um adjunto adverbial. Quando o adjunto adverbial for de lugar, usa-se a preposição [a], [para] e não [em]: Chegamos ao teatro (e não: no).

    Fonte: Recanto das letras

  • Atenção: O pronome relativo "que" não pode ser precedido de proposições que não sejam monossílabas, tal como o "para"; portanto a única formação possível é para o qual.

  • Procure a regência e mate a questão

  • Um prefácio ...... nossa inteira atenção esteja voltada certamente conterá qualidades ...... força é impossível resistir
    Nossa inteira atenção está voltada para? PARA O QUAL (prefácio).
    Quem resiste, resiste a... A CUJA (força)

  • ATENCAO voltada pra o que ???


    nao existe: CUJO O ou A 


    no final tudo compensa. Nao desistaaaaaaaa

  • Cuidado com " cujo a " cujo o" ... não existe ...


  • A segunda parte, direto fica assim???

    Um prefácio ...... nossa inteira atenção esteja voltada certamente conterá qualidades ...... força é impossível resistir

    resistir A força DAS QUALIDADES é impossível.

  • Quem resiste, resiste A alguma coisa. (ou seja, rege preposição A)

     

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    Cuidado com " cujo a " cujo o" ... não existe ...

     

    Ou seja, o pronome relativo CUJO só será usado entre SUBSTANTIVOS. Todavia, pode aperecer, excepcionalmente, um pronome antes.

     

    (...) a cuja força é impossível resistir.  [quem resiste, resiste A algo]; rege preposição A