SóProvas


ID
1206754
Banca
NUCEPE
Órgão
PC-PI
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ordem ou Barbárie

O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal. O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal.

Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da pobreza, da falta de oportunidades: o homem fruto de seu meio. Sem poder fazer as próprias escolhas, destituído de livre-arbítrio, o indivíduo seria condenado por sua origem humilde à condição de bandido. Mas acaso a virtude é monopólio de ricos e remediados? Creio que não. 

Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu, o poder de compra está em alta, o desemprego praticamente desapareceu... Mas, se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? Criminalidade e pobreza não andam necessariamente de mãos dadas.

Na semana passada, a violência (ou a falta de segurança) voltou ao centro dos debates. O flagrante de um jovem criminoso nu, preso a um poste por um grupo de justiceiros deu início a um turbilhão de comentários polêmicos. Em meu espaço de opinião no jornal "SBT Brasil", afirmei compreender (e não aceitar, que fique bem claro!) a atitude desesperada dos justiceiros do Rio. (...)

Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos. (...) Estamos entre os 20 países mais violentos do planeta. E, apesar das estatísticas, em matéria de ações de segurança pública, estamos praticamente inertes e, pior: na contramão do bom senso! (...)

No Brasil de valores esquizofrênicos, pode-se matar um cidadão e sair impune. Mas a lei não perdoa quem destrói um ninho de papagaio. É cadeia na certa! (...) 

Quando falta sensatez ao Estado é que ganham força outros paradoxos. Como jovens acuados pela violência que tomam para si o papel da polícia e o dever da Justiça. Um péssimo sinal de descontrole social. É na ausência de ordem que a barbárie se torna lei.

(Rachel Sheherazade - jornal Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2014) 

Considerando os aspectos gramaticais, julgue as opções abaixo e assinale aquela que contém uma afirmação CORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Alguém sabe o erro da letra d?

    Procurei a justificativa mas só encontrei ensinamento no sentido contrário, num exemplo parecido:  A supressão do sinal indicativo de crase, em “vulneráveis à violência física e ao abuso sexual” (linhas 3-4), prejudicaria a correção gramatical do período, ainda que o termo “ao” fosse também suprimido. Comentário: Inicialmente, vale destacar que, ao suprimir o acento grave indicativo de crase e o termo “ao” (combinação da preposição ‘a’ com o artigo definido ‘o’), obteremos a seguinte construção: vulneráveis violência e abuso sexual’. Com as supressões citadas, os termos “violência física” e “abuso sexual” passariam a ter caráter genérico, sem prejudicar a correção gramatical do período. Vale mencionar, ainda, que o adjetivo ‘vulneráveis’ exige o emprego da preposição ‘a’, termo que rege os elementos coordenados ‘violência física’ e ‘abuso sexual’, mantendo, com isso, o paralelismo sintático da sentença. Desse modo, a afirmação do examinador está incorreta. Gabarito: Errado.)

  • Ariana, ao meu ver, quem está vulnerável, está vulnerável A + A (de  'ação', que é feminino), gerando a crase. Acredito que não é facultativa e sim obrigatória.

  • Eu errei pq pensei que, como "se" é uma condicional, não poderia ser substituído por "já que", que é causal. Alguém sabe o porquê?

  • alguém me explica a concordância de "falta de oportunidades" ? se oportunidades teria que ficar no singular ?

  • katiana karas , desculpe, mas creio que "À ação" não é locução adverbial não. Locuções adverbiais sempre exprimem tempo, modo, lugar, intensidade, etc. (ex: à noite, à esquerda, às avessas, às claras, etc).

    Ação é um substantivo, e não um advérbio.

  • é gente, mas pensando bem, se substituirmos "ação" por "assalto", fica obrigatório usar "vulnerável ao assalto de bandidos", né? então em ação a crase seria obrigatória. Daria para tirá-la se fosse "vulnerável a assaltos de bandidos" no plural e de forma genérica, mas nesse caso seria diferente, como se usásemos "vulnerável a ações de bandidos".

  • Queria Saber OPORTUNIDADES   ( alternativa 'A') concorda com quem ? seria uma incorreção ? alguém me tira essa dúvida ?Concordo com Camylle Chagas a crase é obrigatória pois quem esta vulnerável está vulnerável "A" (crase obrigatória regra básica),  somente nos seguintes casos a crase é facultativa: 

    1.  Nome Próprio Feminino

    2.  Pronome Possessivo feminono

    3.  Depois de ATÉ

  • Na questão A - a palavra empregada OPORTUNIDADES(substantivo feminino plural) está empregada no sentido de perspectivas - diferentemente de oportunidade(substantivo feminino) que tem a definição de : 1. Qualidade de oportuno.

    2. Ocasião, altura, ensejo, conveniência.

    Portanto, não há que se dizer que ocorre erro à concordância gramatical.

  • Queria saber por que a B está certa? Não tem como.. Altera totalmente o sentido da frase

  • A opção B correta? Consideras "se" e "Já que" compatíveis! "Se" nunca é sinônimo de certeza, e, "já que" é uma afirmação, é um fato.

  • O SE apresenta valor semântico de causa, logo pode ser substituído por JÁ QUE - conjunção subordinativa causal. 

  • Eu acho que o enunciado da questão é "contém uma afirmação INCORRETA"

    assim a letra b) esta certa.... :)

  • Letra A: "falta" é um substantivo que pede a preposição "de" para uma concordância adequada. Ex.: Falta de funcionário, falta de equipamento. Contudo, isso não impede o termo seguinte de estar no plural. Ex.: Falta de funcionários, falta de equipamentos. Logo, não há incorreção gramatical nesta alternativa.

    Letra B: A oração completa é: Mas, se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que  a criminalidade  tenha crescido em  igual ou maior proporção que a renda do  brasileiro? A conjunção "mas" introduz uma oração que faz oposição ao período anterior. Todavia, isso é irrelevante para a questão. Note que o "se" não transmite uma ideia de condição, como de costume. Leia da seguinte forma: Já que (visto que...) a violência tem relação direta com a pobreza... Perceba que o sentido permanece. O autor argumenta da seguinte forma: "Como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro, se a causa da violência tem relação direta com a pobreza?" Este é o argumento. Escrevendo assim, fica ainda mais claro o porquê da utilização de uma conjunção causal. Esta é a alternativa correta.

    Letra C: A vígula está empregada corretamente, pois separa termos de mesma função sintática.

    Letra D: A crase neste caso não é facultativa. O termo "ação" é um substantivo feminino e o vocábulo "vulnerabilidade" requer a preposição "a" para uma concordância adequada. Portanto, neste caso, o uso da a crase é obrigatório.

    Letra E: "em igual ou maior" nos transmite uma noção de comparação. Quando descrevemos algo como igual ou maior que outro, estamos fazendo uma comparação e não estabelecendo uma relação de causalidade.

     

  • A letra B é sem dúvida correta; no entanto, na minha opinião, a letra D também está correta. É certo que "vulneráveis" pede preposição A, mas podemos ou não estruturar a frase com o artigo definido. "...vulneráveis a ação de bandidos, a roubos, a furtos, a assaltos, a intimidação". Nessas frases, não usei artigo em nenhuma delas... por que seria obrigatório usar o artigo, e consequentemente a crase, nessa frase do exercício? A outra opção seria "... vulneráveis à ação dos bandidos, aos roubos, aos furtos, aos assaltos, à intimidação". Não consigo ver por que não é facultativo.

  • Na letra D o uso é obrigatório, pois a palavra "ação" está determinada  por "de bandidos". Segue explicação do Manual de redação do Estadão

    Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e nãoao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.

    Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a(uma) política de alianças.

    Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo) dos superiores.


  • A colega 'lys lima' ta errada, o SE e condicional. 

  • No enunciado "Considerando os aspectos gramaticais" trocando "se" por "já que" ocorre mudança semântica, mas mantem-se a correção gramatical.
    Eu acho. rsrs

  • Letra B, foi dada como correta. Tudo Bem! Entretanto acredito que faltou zelo por parte dos organizadores, pois extraíram uma frase do texto, e falaram sobre significado dessa frase sem enfatizar que seria o sentido que ela teria dentro do texto! Essa é minha opinião.

  • Se (já que ) conjunção subordinativa causal Ex. Se assim o quis ,mandei o embora (ja que assim o quis, mandei o embora)

  • como assim ? pensei que "se " era condicional e "ja que" era causal   :O

  • essa ai tinha que voltar no texto, somente na frase que a assertiva B destaca fica complicado de perceber o valor explicativo desse se.

    Na propaganda institucional, a pobreza no Brasil diminuiu, o poder de compra está em alta, o desemprego praticamente desapareceu... Mas, se (já que) a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? 

  • Caramba!

    essa eu tomei na cabeça bonito kkkkk

  • Mesmo o SE consistindo uma relação de condição, pelo contexto especificamente na questão, isso não está acontecendo, pois está oferencendo o sentido da palavra j[a que.

  • Passei um tempo da zorra sem entender nada com nada, fui tentar na "menos errada" e acertei. Como assim trocar o "SE" (condicional) por "JÁ QUE" (causal)? '-'

  • Mas, se a violência tem relação direta com a pobreza, como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro? • Confere ideia de causalidade.

    A frase, a meu ver, poderia conferir ideia de condição caso fosse escrita "mais ou menos" da seguinte forma:

    Mas, se a violência tivesse relação direta com a pobreza, como seria explicado que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro?

    Acredito que seja essa a interpretação.

  • Nesse caso, temos que usar a semântica para responder a questão.

  • A-Em: Há quem tente explicar a violência, a opção pela criminalidade, como consequência da pobreza, da falta de oportunidades: verifica-se uma incorreção relacionada à concordância gramatical em falta de oportunidades.(não há erro em relação à concordancia, na verdade, não há erro em relação a nada! kkk)

    B-Em: se a violência tem relação direta com a pobreza, a palavra destacada poderia, sem alteração de sentido, ser substituída pela expressão já que.(gabarito)

    C-Em: o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal, constatamos um uso incorreto da vírgula logo após a palavra instinto.(a virgula foi empregada corretamente)

    D-Em: Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos., o uso do acento grave, indicador de crase, em à ação é facultativo.(caso obrigatorio e não facultativo como a questão diz)

    E-No trecho: como explicar que a criminalidade tenha crescido em igual ou maior proporção que a renda do brasileiro?, o segmento destacado confere ao contexto uma relação de causalidade.(ideia de alternância e não causa como afirma a alternativa)

  • "Se" não era pra ser condicional e "já que" uma afirmação?

  • "se" não representa uma condicional ?
  • Se será conjunção causal quando, obviamente, indicar causa, podendo ser substituída por outra conjunção (ou locução conjuntiva) causal. Eis algumas delas: porque, porquanto, já que, visto que, como (só no início de frase), uma vez que. Veja este exemplo:

    Se suas riquezas foram a causa de sua perdição, seria melhor que as não houvesse conseguido.

    Essa frase equivale às seguintes:

    Já que suas riquezas foram a causa de sua perdição, seria melhor que as não houvesse conseguido.

    Uma vez que suas riquezas foram a causa de sua perdição, seria melhor que as não houvesse conseguido.

    FONTE: https://gramaticaonline.com.br/lingua_no_dia_dia/a-con-juncao-se-condicional-ou-causal/

  • Eu quando acerto uma questão nucepe para delegado: uauuuuuu , arrasei , sou top ...

    (Se eu tivesse errado : " ah mais também é da nucepe e para delegado " kkkkkkkkkkkkkkk )