Os dentes na medicina popular e nas crenças brasileiras 
Daniel Korytnicki 
Quem não tem informações corretas sobre as causas  das doenças às vezes imagina que elas são provocadas por  espíritos malignos. A medicina popular é rica em receitas feitas  com elementos naturais e práticas mágicas que muitos acreditam serem capazes de proteger a saúde e curar. No Brasil, há  várias dessas práticas relacionadas aos dentes, típicas de cada  região: 
•  Na Paraíba e em Minas Gerais, prepara-se um chá  com o botão floral dessecado do cravo-da-índia para  fazer bochechos e acalmar a dor de dente. 
•  No Norte e no Nordeste, costuma-se deixar a casca  de um arbusto de molho numa vasilha com água e  sal por uma noite e, no dia seguinte, bochechar três  vezes com aquela água. Ou retirar a pólvora de três  palitos de fósforo usados e colocar sobre a cárie. Ou  enrolar um dente de alho num chumaço de algodão e  colocar dentro do ouvido do lado contrário ao dente  que dói. 
•  Em São Paulo, é costume cozinhar uma folha de pé  de batata em água com sal e bochechar o mais  quente que se possa suportar. Para branquear os  dentes, recomenda-se esfregar um quarto de limão  uma vez por semana nos dentes e na gengiva. 
Também são comuns as benzeduras (rezas supersticiosas) e fórmulas mágicas, que passam de geração para geração,  às vezes como segredos de família. O uso de dentes humanos  e de animais como amuletos e talismãs, que era frequente em  tempos antigos, ainda tem seus adeptos...
Achar que os sonhos trazem mensagens sobrenaturais é  mais uma crendice popular que faz parte da cultura brasileira -  e não só dela: a adivinhação e interpretação dos sonhos estão  presentes no teatro grego da Antiguidade, na história de Buda,  em relatos da Bíblia... No Brasil, diversos sonhos em que  aparecem dentes são interpretados como mensagens. Por  exemplo, sonhar com dente que cai é mau presságio e indica a  morte de um familiar muito próximo; dente que nasce é bom  presságio e indica o nascimento de um filho; escovação dos  dentes é um aviso de que uma situação vai se modificar;  dentista significa insatisfação! 
Por tudo isso, embora as pesquisas indiquem que já não  existem tantas cáries como antigamente, as pessoas que têm  mais informações, sejam dentistas ou não, devem batalhar para  divulgá-las entre a população mais carente. Neste país tão  cheio de disparidades, cada um deve fazer a sua parte, para  exercer de fato a cidadania. 
(Adaptado de: Korytnicki, Daniel. O livro do dentista. São  Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 84-88) 
 
As orações subordinadas adjetivas classificam-se como  explicativas ou como restritivas. As primeiras isolam-se  por vírgula; as segundas, não. A distinção entre umas e  outras se faz, em grande parte, pelo significado que essas  orações atribuem ao antecedente.  
 Um exemplo de uso de vírgula em que se aplica a regra  de pontuação exposta pode ser identificado no seguinte  segmento do texto: