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ID
165184
Banca
PUC-PR
Órgão
COPEL
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O QUE FALTA PARA SERMOS LÍDERES

Apesar das conquistas, o país enfrenta
obstáculos na infraestrutura, na educação e no papel do
Estado.

Paulo Moreira Leite

Para uma nação que, desde 1500, é descrita
como aquela "onde se plantando tudo dá", nas palavras
do escrivão Pero Vaz de Caminha, a visão de país do
futuro já é motivo de desconfiança, ironia e até irritação.
A verdade é que, entre observadores de prestígio e
analistas conceituados, cresce a convicção de que o
Brasil é um país que pode sair bem da crise atual do
capitalismo - e chegar mais à frente numa condição
melhor do que exibia no início, num processo semelhante
ao que viveu nos anos 30, após o colapso da Bolsa de
1929.
Arquiteto e engenheiro da prosperidade do
"milagre econômico", o ex-ministro Antonio Delfim Netto
está convencido de que "o Brasil tem pela frente uma
possibilidade de crescimento seguro, sem risco, por pelo
menos uma geração". Para o empresário e economista
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das
Comunicações no governo de Fernando Henrique
Cardoso, insuspeito de simpatias pelo governo Lula, "não
há dúvida de que o mundo vai oferecer muitas
oportunidades estratégicas ao Brasil, nos próximos anos.
A única dúvida é saber se saberemos aproveitá-las".
Hoje, apenas 7,6% da humanidade pode ser
enquadrada numa categoria social vagamente definida
como "classe média". Para as próximas décadas, essa
condição pode atingir 16% da população mundial, ou 1,2
bilhão de pessoas. No século XVIII, quando a Europa
aquecia os fornos a carvão da Revolução Industrial, que
moldaria a civilização mundial de hoje, a China produzia
perto de 30% da riqueza do planeta, e a Índia 15%. Após
dois séculos de declínio, esses povos retomam seu lugar
- e é esse processo em curso, nos próximos anos, que
definirá oportunidades e necessidades de todo o planeta,
inclusive no Brasil.
"O Brasil tem tudo para ser protagonista do
século XXI", diz Delfim Netto, numa frase que tem lá seu
parentesco com o otimismo do escrivão Caminha. Mas
há algum sentido. A urbanização acelerada do planeta
elevará em até 50% a demanda por alimentos importados
- num mercado garantido para o crescimento das
exportações brasileiras. No terreno da energia, os
laboratórios de todo o mundo buscam uma alternativa ao
petróleo e aos demais combustíveis fósseis. Até agora,
nenhuma opção deixou a fase do experimentalismo e não
se sabe quando isso vai ocorrer. Mesmo o etanol, que
funciona tão bem no Brasil, não é uma saída definitiva no
plano mundial, pois exigiria canaviais para mover
indústrias, armamentos, computadores, foguetes, navios
- além de carros de passeio.
Como ninguém deixará de acender a luz nem de
andar de automóvel até que se chegue a uma nova
matriz energética, por várias décadas a humanidade
seguirá movendo-se a petróleo - abundante nas costas
brasileiras do pré-sal, a ponto de já colocar o país na
condição de exportador mundial.
Para realizar o futuro prometido, o Brasil terá de
reformar o Estado. "Vamos ter de modernizar o governo",
diz Delfim Netto. Esse trabalho inclui rever as diferenças
de renda, segurança e estabilidade entre funcionários
públicos e privados, além de uma reforma na
Previdência. Hoje, por causa de distorções como essas,
o Estado brasileiro custa caro, funciona mal e trabalha na
direção errada. Sem uma intervenção rápida e decisiva
por parte dos governantes, o país do futuro talvez
demore outros 509 anos a chegar.

Adaptado da revista Época, n° 575.

Assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Resposta: c) Aposto é um termo que funciona como uma explicação ou especificação. Vem separado do restante da oração por vírgula (travessão ou dois pontos).

    Erros das demais:

    a) O termo sublinhado é, na verdade, um aposto, e não um vocativo.

    b) Tal vírgula jamais poderia ser substituída por ponto-e-vírgula.  Uso de ponto-e-vírgula: 1) para separar itens de uma enumeração; 2) separar orações coordenadas assindéticas ou sindéticas adversativas e conclusivas. Ex: Comprei laranjas, maçãs e peras; no entanto, não encontrei bananas.   

    d) O sentido seria, sem dúvida, alterado. Tal oração, com vírgulas, é do tipo subordinada adjetiva explicatica e tem o sentido diferente da sem vírgulas que é subordinada adjetiva restritiva. A explicativa generaliza. A restritiva singulariza. Vejamos um exemplo bem simples para exemplificar:
    -Os meninos, organizados, estão com boas notas. (Aqui é perceptível que todos os meninos são organizados e todos têm boas notas) - oração subordinada adjetiva explicativa. Essa vem com vírgulas!
    -Os meninos organizados estão com boas notas. (Aqui está claro que o sentido mudou. Somente os meninos que são organizados têm boas notas. ) - oração subordinada adjetiva restritiva. Sem vírgulas.

    e) Tirar a expressão "pelo menos", sem dúvidas, mudaria o sentido. Afinal, o termo não seria usado se não se desejasse realçar alguma idéia. "Pelo menos uma" é muito diferente de "uma".
  • Resposta Correta letra C.aposto é uma palavra ou expressão que explica ou que se relaciona com um termo anterior com a finalidade de esclarecer, explicar ou detalhar melhor esse termo.Exemplo: Foram eles, os meninos, que jogaram a bola no seu quintal ontem. Mais uma vez temos um trecho (aposto) "os meninos" explicando um termo anterior: Foram eles... Eles quem? Os meninos. Vocativo: é a palavra, termo, expressão utilizada pelo falante para se dirigir ao interlocutor por meio do próprio nome, de um substantivo, adjetivo (característica) ou apelido.Exemplo:1. Amigos, vamos ao cinema hoje? 2. Lindos, nada de bagunça no refeitório! Os termos "amigos" e "lindos" são vocativos, usados para se dirigir a quem escuta de formas ou intenções diferentes, como nos períodos anteriores: a utilização de um substantivo na primeira frase e de um adjetivo na segunda.
  • a letra a é aposto; na letra b o adverbio deslocado nao deve se usar ponto e virgula, somente para pausas maiores;na letra d nao é possivel retirar a virgula sem mudar o sentido pois de explicativa a oracao passa a ser restritiva; na letra e modifica o sentido original a retirada do termo.