SóProvas


ID
1966027
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Presidente Prudente - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                              A conspiração dos imbecis

O Castelo Sforzesco, em Milão, preserva tesouros da arte italiana, como a Pietà Rondanini, de Michelangelo. Um dos sóbrios edifícios residenciais em frente ao castelo abriga outro tesouro italiano: Umberto Eco, filósofo, crítico literário e romancista traduzido em mais de quarenta idiomas. O autor de O Nome da Rosa, romance ambientado na Idade Média que vendeu mais de 30 milhões de exemplares, lançou neste ano Número Zero – que chega ao Brasil nesta semana, pela Record –, um retrato crítico do jornalismo subordinado a interesses políticos. Na casa milanesa, onde conserva uma biblioteca de 30000 livros (há outros 20000 em sua residência em Urbino), Eco, 83 anos, recebeu VEJA para falar de jornalismo, internet, conspirações e, claro, literatura.

VEJA: Foi um estrondo a sua declaração, em uma cerimônia na Universidade de Torino, de que a internet dá voz a uma multidão de imbecis. O que o senhor achou da dimensão que o assunto tomou?

ECO: As pessoas fizeram um grande estardalhaço por eu ter dito que multidões de imbecis têm agora como divulgar suas opiniões. Ora, veja bem, num mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, você não concordaria que há muitos imbecis? Não estou falando ofensivamente quanto ao caráter das pessoas. O sujeito pode ser um excelente funcionário ou pai de família, mas ser um completo imbecil em diversos assuntos. Com a internet e as redes sociais, o imbecil passa a opinar a respeito de temas que não entende.

VEJA: Mas a internet tem seu valor, não?

ECO: A internet é como Funes, o memorioso, o personagem de Jorge Luis Borges: lembra tudo, não esquece nada. É preciso filtrar, distinguir. Sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas escolas deveria ser sobre como usar a internet: como analisar informações. O problema é que nem mesmo os professores estão preparados para isso. Foi nesse sentido que defendi recentemente que os jornais, em vez de se tornar vítimas da internet, repetindo o que circula na rede, deveriam dedicar espaço para a análise das informações que circulam nos sites, mostrando aos leitores o que é sério, o que é fraude.

(Eduardo Wolf. Disponível em http://veja.abril.com.br. Acesso em 07.07.2015. Adaptado)

No trecho – A internet é como Funes, o memorioso, o personagem de Jorge Luis Borges: lembra tudo, não esquece nada. – o sentido expresso pela conjunção destacada é de

Alternativas
Comentários
  • A internet é como Funes [...]

    A conjunção como nos dá ideia de comparação.

  • Nesta questão, o como tem sentido de comparação, mas, dependendo da frase, ele pode ser: causal, conformativa, aditiva, interrogativa, pronome relativo e preposição acidental.

  • COMPARATIVA

    QUAL, TAL QUAL, TAL E QUAL, TAL COMO, COMO, COMO SE, ASSIM COMO, (TÃO)...COMO, (TÃO)... QUANTO, TANTO COMO.

  • Gab B

    Comparativas: Como / assim como/ tal qual/ tanto como

  • GABARITO: LETRA B

    Comparativas

    Ligam duas orações, sendo que a segunda contém o segundo termo de

    uma comparação.

    Principais conjunções: como, (tal)... tal, (menos)... do que, (mais)... do

    que, (tal)... qual etc.:

    As meninas eram lindas como anjos.

    FONTE:  Português Esquematizado (2018) - Agnaldo Martino.

  • COMPARATIVA

    QUAL, TAL QUAL, TAL E QUAL, TAL COMO, COMO, COMO SE, ASSIM COMO, (TÃO)...COMO, (TÃO)... QUANTO, TANTO COMO.

  • GAB. B

    comparação.