SóProvas


ID
2102620
Banca
FCC
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude.
Lidar com a inexorabilidade do envelhecimento exige uma habilidade na qual somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.
A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, aos 7 anos, os meninos trabalhavam na roça e as meninas já cuidavam dos afazeres domésticos. A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos surgiu nas sociedades industrializadas após a Segunda Guerra Mundial.
A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades ocidentais. Restringir aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.
A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos. É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para os que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.
Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos ao deixar a juventude é torná-la experiência medíocre. Julgar que os melhores anos foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento inseguranças, medos e desilusões afetivas.
Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem "cabeça de jovem". Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.
(Adaptado de: VARELLA, Drauzio. Disponível em: www.drauziovarella.com.br

É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para os que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo. (5o parágrafo)

A respeito do segmento acima, afirma-se corretamente: 

Alternativas
Comentários
  • Para mim a alternativa A mudaria o sentido sim, não entendi.

  • A letra A fala correção e sentido....

  • Haverá prejuízo da correção e do sentido caso o segmento “aos 60” seja isolado por vírgulas. 

    Não haverá. Vejam: ''É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá, aos 60, o rosto que tínhamos aos 18...'' Isolado entre vírgulas ou não, não há prejuízo semântico, tampouco de compreensão.

     

     

    Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, a vírgula colocada imediatamente após “18” pode ser substituída pelo sinal de dois-pontos. 

    De forma alguma, pois haveria mudança de sentido. A oração passaria a ser, em vez de uma oração coordenada sindética adversativa, uma oração subordinada substantiva apositiva (quando há a presença dos dois pontos).

     

     

     

    Fazendo-se as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas, o ponto final após "anos" pode ser substituído por “vírgula”, sem prejudicar a compreensão do sentido e a correção gramatical.

    Reescrevendo de acordo com a afirmação que se estabelece na alternativa C: ''É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos, que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18...'' Nota-se que não há qualquer prejuízo.

     

     

     

    A vírgula colocada imediatamente após “parcimônia” é facultativa e pode ser suprimida. 

    Não, não é facultativa. Os elementos estão arrolados, elencados, o uso da vírgula se mostra obrigatório.

     

     

    Sem alterar a correção e o sentido original, o sinal de travessão pode ser colocado imediatamente após “movimentam”

    Ficaria ilógico e comprometeria a compreensão do excerto. Vejam: ''Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para os que se movimentam — não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.''

     

     

    Gabarito C

  • Cassiano,

     

    Não sou muito boa em português, mas acho que não se trata de uma oração subordinada adjetiva, mas sim de uma oração subordinada substantiva objetiva direta, pois o "que" nesse caso é uma conjunção integrante - não um pronome relativo - e exerce a função sintática de OD para o verbo "aceitar".

     

    Por favor, me corrijam se eu estiver errada!

  • a) Haverá prejuízo da correção e do sentido caso o segmento “aos 60” seja isolado por vírgulas.  

    "nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18"

    Alguém sabe explicar o erro da alternativa a? Devolver é VTDI, "aos 60" é OI e "o rosto (...)" é OD, certo? Não se separa o verbo dos seus complementos... Qual o erro?

  • Assim eu entendi a letra A: Haverá prejuízo?

    Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18,

    Regencia: devolve algo a alguem. Devolve o rosto que tínhamos aos 60 aos 18.

    O rosto que tínhamos aos 60, isso tudo é o objeto direto; já aos 18 é objeto indireto.

    Obj Direto- o rosto que tínhamos aos 60, "aos 60" é adjunto adverbial dentro do O.D., lembra das perguntas onde, quando e como?

    P mim ele só deslocou esse adjunto adverbial, tanto que lá no enunciado ele ta no início e adjunto adverbial deslocado pode colocar vírgula, a FCC n fresca se é grande ou pequeno.

  • Tbm errei a letra A, mas ao analisar melhor vi que aos 60 é um adj. adverbial e não um complemento verbal, acredito que seja isso.

  • Com relação à letra C, vocês não acham que o período fica muito longo? Pelo jeito, isso só fica errado em uma redação mesmo.

  • Seja excelente e resistente.

    Estude incansavelmente.

    Você vai ser aprovado(a).

  • Quanto ao gabarito.

    É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18 anos, ... (Termo explicativo devido à presença do pronome relativo)

    Ao substituirmos o ponto final por vírgula fazendo os devidos ajustes, observamos que não há alteração quanto ao sentido, pois continuará tendo valor explicativo.

    É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos, que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18 anos,..

  • professores do qc comentem , por favor !

     

  • GABARITO : C.  ATENÇÃO, COMENTÁRIOS EQUIVOCADOS.

    Não se trata de QUE pronome relativo, e sim um QUE CONJUNÇÃO INTEGRANTE.

     

    Siga isto: É preciso sabedoria para aceitar QUE....(isso) ,,,,,,,,,,,,,, QUE...(isso).

     

    Se trata a construção de uma enumeração de orações com o mesmo sentido, vocês percebem isso? são termos com mesmo "valor" que foram separados por virgulas. As frases ficaram JUSTAPOSTAS, tambem conhecido como ASSINDETISMO.

     

    bons estudos.

  • Que explicação maravilhosa a do professor !

  • Professor Alexandre Soares é o melhor professor de Português do QC!