SóProvas


ID
2300590
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

    Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]

    Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.

    Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido a sensato. Noivo...

    - Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]

    Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança. Acham, sem dúvida, que estou melhorando.

    - Bom rapaz. Bom rapaz.

    Como se isso estivesse me interessando...

    Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...]

    Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...

    - Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não conheço chutador mais fno.

(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário:

Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.

Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade de revolução.

No terceiro parágrafo, no trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso coesivo que confere expressividade ao texto. Trata-se da:

Alternativas
Comentários
  • e·lip·se 

    1. Omissão de uma ou mais palavras sem prejudicar a clareza da frase

     

    si·no·ní·mi·a 
    1. [Linguística]  Relação semântica entre duas ou mais palavras com o mesmo significado.

     

    ANÁFORA: RETOMA TERMO ANTERIOR 

    CATÁFORA: FAZ REFÊNCIA A TERMO POSTERIOR

     

  • O verbo ( ser) foi suprimido. Ele era a camisa, e eu era o avesso. Elipse.
  • Apenas para tentar acrescentar ao conhecimento, destaco a sutil diferença entre elipse e zeugma...

    Se estivesse escrito assim: "Ele era a camisa; eu, o avesso."  não seria então caso de elipse, mas sim de zeugma.

     

    Bons Estudos!!!

  • a) elipse.

  • Gab: Letra "A".

    /

    Elipse

    Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos:

    1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
    2) Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. (Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho e amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".)
    3) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
    4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)

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    /

    Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior./

    /

    -------------------------------------------------------------

    Anáfora - retoma por meio de referência um termo anterior.

    /

    -------------------------------------------------------------------------------------------

    Sinonímia

    Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – afastado; cômico – engraçado.

    /

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  • Elipse do verbo "ser"

  • Letra A.

    Elipse: Consiste na omissao de um termo ou mais de termo numa oraçao.

  • ELIPSE- o termo omitido foi camisa- "ELE ERA A CAMISA, EU, O AVESSO"- avesso da camisa. o contrário.

  • ELIPSE DOS VERBOS AMIGOS

  • A Elipse é uma figura de linguagem que acontece quando há a omissão de um termo que pode ser subentendido no texto. Neste caso, ocorre se uma palavra ou expressão for omitida e mesmo assim puder ser percebida como parte da oração. Vale acrescentar que esta palavra omitida, Não foi anteriormente citada e não torna a mensagem incompreensível.

    Confira alguns exemplos de Elipse:

    “Na sala de aula, apenas cinco ou seis alunos.”

    (Neste caso foi omitido o verbo, mas ele está subentendido no texto. Compreende-se que “havia” na sala de aula apenas cinco ou seis alunos. Omissão do verbo haver)

    “Peguei de volta meu casaco.”

    (Foi omitido o pronome “Eu”, mas a frase é perfeitamente compreensível)

    “A cidade dormia, ninguém na rua.”

    (Aqui faltou o verbo “estava” que deveria estar escrito após o pronome indefinido ninguém. Apesar desta ausência entende-se inteiramente a frase.)

    “A vida talvez fosse boa, não houvesse tanta tristeza.”

    (Observe a ausência da conjunção “se”. Note que apesar disto, compreende-se a mensagem).

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    São chamados de pronomes anafóricos aqueles que estabelecem uma referência dependente com um termo antecedente, é uma palavra herdada do grego “anaphorá” e do latim “anaphora”.

    Designa-se ANÁFORA (não confundir com a figura de linguagem de mesmo nome) o termo ou expressão que, em um texto ou discurso, faz referência direta ou indireta a um termo anterior. O termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do termo antecedente.

    Vejamos alguns exemplos de ANÁFORA:

    João está doente. Vi-o na semana passada.

    (pronome “o” retoma o termo “João”.)

    Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa.

    (o termo “o animal” faz referência ao termo antecedente “o cão”).

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    Vejamos alguns exemplos de CATÁFORA:

    A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado.

    (O pronome “o” faz referência ao termo subsequente “João”, de modo que só se pode compreender a quem o pronome se refere quando se chega ao termo de referência.)

    Os nomes próprios mais utilizados na língua portuguesa são estes: João, Maria e José.

    (Neste caso o pronome “estes” faz referência aos termos imediatamente seguintes “João, Maria e José”.)

    Simplificando:

    Anáfora - retoma por meio de referência um termo anterior.

    Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior.

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    Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.

    Exemplos:

    cômico - engraçado.

    débil - fraco, frágil.

    distante - afastado, remoto.

     

  • Elipse = > Omissão de umTERMO facilmente subentendido..

    Não confundir com o Zeugma, que é um tipo de elipse, todavia é a omissão de um termo que acabou de ser dito!

    Importante essa diferenciação...

    GABA A

    #rumooaoTJPE

  • Elipse: Consiste na omissao de um termo ou mais em uma oraçao,sem prejudicar a clareza da frase

  • “Ele, É a camisa; eu SOU o avesso.”

  • GABARITO: LETRA  A

    Elipse:
    É a omissão de um termo ou de uma expressão.
    - Saímos ontem à noite.
    - Na sala de espera, apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, um.
    - Espero tão logo encontre seu par.
    OBS: Explicitando o termo elíptico: Nós saímos ontem à noite. / Na sala de espera, havia apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, havia um. / Espero que tão logo encontre seu par.

    FONTE: A gramática para concursos públicos / Fernando Pestana. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.