SóProvas


ID
2516098
Banca
IF-TO
Órgão
IF-TO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


Público não é gratuito


Mais uma vez, foi o Supremo Tribunal Federal a dar um passo refugado pelo Congresso. Na quarta-feira (26), 9 dos 10 ministros presentes ao pleno liberaram a cobrança de cursos de extensão por universidades públicas.

O assunto havia sido objeto de proposta de emenda constitucional que terminou rejeitada – por falta de meros quatro votos para se alcançar o quórum necessário – na Câmara dos Deputados, pouco menos de um mês atrás.

O tema chegou ao Supremo e ao Parlamento por suposto conflito entre a cobrança, corriqueira em boa parte das instituições federais e estaduais de ensino superior, e o artigo 206 da Constituição – este prevê a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

Para o STF, cursos de extensão, como os de especialização e MBA, não se enquadram no conceito do ensino que o Estado está obrigado a prover, em condições de igualdade, para toda a população.

Seria o caso de questionar se a formação superior deve ou não figurar no escopo da educação que todo brasileiro tem direito de receber sem pagar. Parece mais sensato limitar tal exigência ao ensino básico (fundamental e médio).

O Supremo não avançou na matéria porque já firmara jurisprudência de que cursos de graduação, mestrado e doutorado estão cobertos pelo artigo 206. A desejável revisão das normas atuais, portanto, depende do Legislativo.

A educação pública, é bom lembrar, não sai de graça: todos pagamos por ela, como contribuintes. Apenas 35% dos jovens de 18 a 24 anos chegam ao nível superior, e muitos dos matriculados nas universidades públicas teriam meios para pagar mensalidades.

A resultante do sistema atual é um caso óbvio de iniquidade: pobres recebem educação básica em escolas oficiais de má qualidade e conseguem poucas vagas nas universidades públicas; estas abrigam fatia desproporcional de alunos oriundos de colégios privados, que têm seu curso superior (e futuro acesso a melhores empregos) custeado por toda a sociedade.

A exceção ora aberta para os cursos de extensão é limitada. As universidades estaduais paulistas, por exemplo, já têm mais de 30 mil pagantes matriculados nessa modalidade, mas a receita adicional assim auferida se conta em dezenas de milhões de reais por ano, contra orçamentos na casa dos bilhões.

A exceção é igualmente tímida, porque seria mais justo derrubar de vez o tabu da gratuidade e passar a cobrar – só de quem possa pagar, claro esteja – também nos cursos de graduação e pósgraduação.

(PÚBLICO não é gratuito. Folha de S. Paulo. São Paulo, 28 de abril de 2017. Editorial. Disponível em:<www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 mai 2017.)


Texto II


STF decide que universidade pública pode cobrar por especialização


O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta (26) que as universidades públicas podem cobrar mensalidade em curso de especialização lato sensu (como pós-graduação).

Os cursos de mestrado e doutorado (stricto sensu) continuam com gratuidade garantida.

Oito ministros seguiram o voto do relator, Edson Fachin. O ministro Marco Aurélio votou contra, e Celso de Mello não estava presente no julgamento.

A decisão tem repercussão geral, ou seja, vai para todas as instâncias do Judiciário.

Outros 51 casos estão esperando a decisão do STF.

(CASADO, Letícia; SALDAÑA, Paulo. STF decide que universidade pública pode cobrar por especialização. Folha de S. Paulo. São Paulo, 26 de abril 2017. Disponível em:<www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 mai 2017.)


Considerando os textos I e II, assinale a alternativa que apresenta afirmativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  •  a) “Para o STF, cursos de extensão, como os de especialização e MBA, não se enquadram no conceito do ensino que o Estado está obrigado a prover, em condições de igualdade, para toda a população.” O artigo “a”, destacado nesta transcrição do 4º parágrafo do Texto I constitui partícula expletiva, de modo que sua ausência não prejudicaria o sentido original da frase.


    Toda a população "totalidade".
    Toda população "qualquer população".

    Gab.: "a"

     

  • Boa celso vargas , vamo q vamo.

  • O artigo definido "a" individualiza o substantivo "população", sua supressão alteraria o sentido da original da frase.

    GABARITO -> [A]

  • A letra D nao seria Zeugma?

  • (alternativa C) O ponto e vírgula presente no 8º parágrafo do Texto I separa orações justapostas que exprimem contrastes.

    Achei confusa a especificação do termo "orações". Quais? As do segundo período? No meu entendimento o parágrafo indicado tem quatro orações (não 2 "orações justapostas"), após os dois pontos. Elas são de 2 tipos diferentes. Então, apenas a segunda exprime um contraste dentro dela mesma, não entre os dois períodos.

    Por gentileza, alguém poderia me corrigir, se for o caso?

    Período 1
    (oração 1 - causa) - pobres recebem educação básica em escolas oficiais de má qualidade
    (oração 2 - consequência)- e conseguem poucas vagas nas universidades públicas;

    Período 2
    (oração 1) estas abrigam fatia desproporcional de alunos oriundos de colégios privados,
    (oração 2 - adversativa)- que têm seu curso superior custeado por toda a sociedade.

     

    iniquidade = ação ou coisa contrária à moral e à religião.

  • (alternativa C) O ponto e vírgula presente no 8º parágrafo do Texto I separa orações justapostas que exprimem contrastes.


    TAMBÉM ACHEI CONFUSA NESSE SENTIDO.

    USA-SE DOIS PONTOS PARA INDICAR: CITAÇÃO, EXPLICAÇÃO E ENUMERAÇÃO DEPOIS DOS DOIS PONTOS.

    USA-SE PONTO E VIRGULA PARA: UMA LEVE MUDANÇA DE ASSUNTO, QUANDO TEM VÁRIAS VÍRGULAS E SEPARA ITENS DE UMA ENUMERAÇÃO EM UM ENUNCIADO COM MUITAS VÍRGULAS.


    ENTÃO SERIA PONTO E VÍRGULA, NÃO DOIS PONTOS CORRETO ?


    ALGUEM PODERIA ME AJUDAR NESSA CONFUSÃO ?

  • Não 'enxerguei' a elipse na alternativa D. Alguém pode apontar, por gentileza?

  • Gabarito: A

    Ajudando o questionamento do Lucas Silva de Mattos, com relação a alternativa "D", a elipse está na palavra "cursos" entre o artigo "os" e a preposição "de":

    "Para o STF, cursos de extensão, como os_________ de especialização e MBA...(cursos).

    Espero ter ajudado!!

    Bons estudos!!

  • TODA SEM ARTIGO = QUALQUER

    TODA COM ARTIGO = TOTALIDADE

    “Para o STF, cursos de extensão,(AQUI) como os de especialização e MBA, não se enquadram no conceito do ensino que o Estado está obrigado a prover, em condições de igualdade, para toda a população.” Nesta reprodução do 4º parágrafo do Texto I, é possível verificar que o redator, buscando a concisão e evitando a redundância, valeu-se do ocultamento de uma expressão, por meio de recurso conhecido como elipse.

    CREIO QUE A ELIPSE ESTEJA

    COMO OS CURSOS

    USA-SE VIRGULA COM A CONJUNÇÃO E QUANDO UNIR 2 ORAÇÕES DIFERENTES

    FACULTA QUANDO FOR CONJUNÇÃO ADITIVA

    USA-SE REPETIDA OU INTERCALADA POR E

    VEDADA:EM TERMOS DE MESMO VALOR SINTÁTICO

    EX: TENHA MUITO CUIDADO COM MEUS FILHOS E FILHAS

    USA-SE EM QUALQUER POLISSINDÉTICO

    E,E/

    NEM,NEM/

    ORA,ORA/

    OU,OU