SóProvas


ID
2712529
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Texto II


                                    O Medo


Em verdade temos medo.

Nascemos no escuro.

As existências são poucas;

Carteiro, ditador, soldado.

Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.

Cheiramos flores de medo.

Vestimos panos de medo.

De medo, vermelhos rios

Vadeamos.

Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.

Há as árvores, as fábricas,

Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,

Este célebre sentimento,

E o amor faltou: chovia,

Ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...

Nevava. [...]

(Poema extraído da obra “A Rosa do Povo”. ANDRADE, Carlos Drummond de. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945)

Em relação ao texto II, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • A alternativa A está correta. Os dois-pontos foram utilizados para indicar uma explicação: o porquê o amor faltou. O sinal de pontuação pode sim ser substituído por “porque” (conjunção explicativa).

     

    https://blog.pontodosconcursos.com.br/concurso-trt-rj-prova-comentada-de-lingua-portuguesa/

  • a) Correto;

     

    b) Incorreto. A conjunção "conquanto" é concessiva e tem paridade com a conjunção "embora". Escolhendo uma ou outra, atestar-se-á que a construção carece de sentido: "Fazia frio em São Paulo, conquanto/embora nevava."

     

    c) Incorreto. A colocação pronominal enclítica (após o verbo) foi mera predileção do autor, a julgar pela inexistência de fator atrativo de próclise (pronome antes do verbo). Sendo assim, nesse caso, tanto a ênclise como próclise têm amparo da norma-padrão;

     

    d) Incorreto. Os dois verbos citados não são bitransitivos (possuem como complementos verbais dois objetos, um direto e outro indireto), mas sim transitivos diretos. O termo "de medo" é adjunto adnominal e não objeto;

     

    e) Incorreto. Drummond recorreu a uma figura de linguagem chamada "zeugma", uma espécie de elipse que caracteriza a omissão de um termo anteriormente expresso e que deve ser sinalizada com a presença da vírgula. No começo dos versos, o poeta deixa visível o verbo "ser": "As existências são poucas [...]". Contudo, logo em seguida o emite: "Nosso destino, incompleto". Note que se poderia escrever: "Nosso destino é incompleto". 

     

    Letra A

  • Meu Deus fui so eu que confundiu a transitividade dos veros cheirar e vestir na letra D???Eu me embolei pois eles podem ser transitivos diretos, indiretos ou até intransitivos, depende do contexto e do complemento que vou utilizar.Essa questão foi muito bem formualada para derrubar mesmo... 

  • Dois-pontos são utilizados para indicar um esclarecimento e podem ser substituídos pela conjunção “porque”. ??? 

  • 4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente a relação semântica
    entre elas é de oposição, explicação/causa ou consequência).
    – Ele já leu muitos livros: pode-se dizer que é um homem considerado culto.

     

    (A Gramática para Concursos, PESTANA, fernado)

  • GABA A.

    OS DOIS PONTOS INICIAM UM ESCLARECIMENTO, DESTARTE A CONJ. PORQUE PODE SER USADA PARA EXPLICAR.

    “E o amor faltou PORQUE chovia PORQUE Ventava PORQUE fazia frio em São Paulo.

  • a-

    O 2 pontos é usado para citação, enumeração, esclarecimento, ou resumo do enunciado anterior

  • “E o amor faltou:(Pois) chovia.....

     

    avente!....

    Sertão Brasil! 

  • Porque = pois

  • Na letra C a palavra "apenas" não seria uma palavra atrativa de próclise,já que ela é um advérbio ?

  • Fiquei com dúvida na letra C. "Apenas " não seria uma palavra atrativa de próclise? 

  • Depois de pronomes retos e substantivos, pode ser feita a próclise ou a ênclise, indiferentemente. 

  • Sobre a letra d) Em “Cheiramos flores de medo./ Vestimos panos de medo.”, os verbos vestir e cheirar são bitransitivos, ou seja, ambos apresentam um complemento com preposição e um complemento sem preposição.

     

    Cheirar é transitivo e intransitivo

    Vestir é transitivo.

  • A

     

    Substitui por ''pois''...

  • Sobre a C)


    Sujeito antes do verbo: caso facultativo de próclise/ênclise

  • Sobre a C)


    Sujeito antes do verbo: caso facultativo de próclise/ênclise

  • Entendi porque as outras estão erradas, mas não entendi porque a A está certa!

    Achei estranha a questãoo!!

  • Gabarito letra A

    Você economiza muito tempo se decorar as conjunções. Mas cuidado há conjunções muito parecidas (Conquanto, Porquanto, por conseguinte) que podem te confundir, por isso atenção. Meus bizus

    CONquanto: CONsessiva

    PORQuanto: (lembrar do PORQue) = explicativa

    POR CONSEguinte: (lembrar de POR CONSEquência) = consecutiva

    PORQUES

    por que:

    ---Usado para introduzir perguntas;

    ---Usado quando subentende a palavra motivo;

    ---Usado quando equivale a pelo qual, pelas quais

    porque:

    --- introduz ideias de causa e explicação, equivale a pois, uma vez que, já que

    porquê:

    --- Usa-se o substantivo quando equivale a motivo razão. é o porquê substantivado.

    por quê:

    --- utiliza-se no fim de frase, para concluir uma pergunta.

    por que tem acento?

    porque sim

    Mas porquê?

    O por quê eu não sei.

  • a letra "e" é elipse e não zeugma

  • E - A figura de linguagem  se dá quando uma palavra ou expressão é omitida da sentença, mas mesmo assim pode ser identificada. O termo fica subentendido e sua ausência na oração não prejudica a compreensão do que está sendo dito.

    Nosso destino, incompleto.

    Nosso destino é incompleto.

  • D - Em “Cheiramos flores de medo./ Vestimos panos de medo.”, os verbos vestir e cheirar são bitransitivos, ou seja, ambos apresentam um complemento com preposição e um complemento sem preposição.

    Cheirar e Vestir são VTD

    Cheiramos o quê? Flores

    Vestimos o quê? panos

    de medo - Adjunto Adnominal (é o termo acessório da oração que tem a função de caracterizar ou determinar um substantivo. Isso pode ser feito através de artigos, adjetivos e outros elementos que desempenhem a função adjetiva.

  • C - Em “Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.”, o poeta utiliza de forma equivocada a colocação do pronome “nos”, o que só é possível devido à licença poética própria desse gênero.

    PRÓCLISE OU ÊNCLISE - O pronome pode ficar antes ou depois do verbo quando houver sujeito explícito antes do verbo.

  • estranho, eu entendi que chovia pois faltou amor e não faltou amor porque chovia...

  • Qual o erro da E?

  • 1° caso: SEM VÍRGULA

    “Nosso destino incompleto.” A palavra sublinhada funciona como qualificador da palavra "destino". Nesse caso é um adjetivo.

    2° caso: COM VÍRGULA

    “Nosso destino, incompleto.” Quando o adjetivo é separado por vírgula, terá a função sintática de predicativo do sujeito. Desse modo, podemos reescrever a frase desse jeito: "Nosso destino é incompleto.”

    GABARITO: A

  • muita atenção nessa hora;;;;;;

  • a) Correto;

     b) Incorreto. A conjunção "conquanto" é concessiva e tem paridade com a conjunção "embora". Escolhendo uma ou outra, atestar-se-á que a construção carece de sentido: "Fazia frio em São Paulo, conquanto/embora nevava."

     c) Incorreto. A colocação pronominal enclítica (após o verbo) foi mera predileção do autor, a julgar pela inexistência de fator atrativo de próclise (pronome antes do verbo). Sendo assim, nesse caso, tanto a ênclise como próclise têm amparo da norma-padrão;

     d) D - Em “Cheiramos flores de medo./ Vestimos panos de medo.”, os verbos vestir e cheirar são bitransitivos, ou seja, ambos apresentam um complemento com preposição e um complemento sem preposição.

    Cheirar e Vestir são VTD

    Cheiramos o quê? Flores

    Vestimos o quê? panos

    de medo - Adjunto Adnominal (é o termo acessório da oração que tem a função de caracterizar ou determinar um substantivo. Isso pode ser feito através de artigos, adjetivos e outros elementos que desempenhem a função adjetiva.

     e) Incorreto. Drummond recorreu a uma figura de linguagem chamada "zeugma", uma espécie de elipse que caracteriza a omissão de um termo anteriormente expresso e que deve ser sinalizada com a presença da vírgula. No começo dos versos, o poeta deixa visível o verbo "ser": "As existências são poucas [...]". Contudo, logo em seguida o emite: "Nosso destino, incompleto". Note que se poderia escrever: "Nosso destino é incompleto". 

     Letra A

  • As existências são poucas;

    Carteiro, ditador, soldado.

    Nosso destino, incompleto.

    O ERRO DA ALTERNATIVA "e" é que a vírgula foi empregada por causa da supressão do verbo ser.

    As existências são poucas;

    Carteiro, ditador, soldado.

    Nosso destino é incompleto.