SóProvas


ID
2999446
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Concórdia - SC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                          Infolatria tecnofágica: a era do smartphone


A cibercultura e as realidades virtuais estão transformando radicalmente a nossa experiência psicossocial coletiva: a forma como vivemos, nos comportamos, nos sentimos, nos compreendemos e a própria realidade ao nosso redor.

Toda essa cultura cibernético-informacional é, de fato, incrivelmente cômoda, útil, funcional, sedutora, mas, ainda assim, afirmamos que mais informação circulando nas redes e mídias não significa de modo algum mais conhecimento assimilado, educação, cidadania; e que muito menos a tecnologia, por si, seja sinal seguro de mais esclarecimento, humanidade, erudição e desenvolvimento cultural. O que vale dizer que mais disponibilidade – de dados, conteúdos, twit-ters, posts, zaps e congêneres – não determina, por si só, qualquer tipo de evolução cognitiva e intelectual.

Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. O que é – diga-se – uma balela. Pois nós – que pesquisamos a referida matéria há quase uma década – chegamos à dura conclusão de que as tecnologias sempre acabam servindo primeiro aos poderes hegemônicos já dominantes e, tardiamente, à sociedade de uma maneira mais ampla. Sim, pois os investidores que apostam nesses projetos só o fazem com vistas – é óbvio – ao retorno financeiro que eles possam proporcionar, e não num altruísmo improvável que não tem lugar no mundo materialista e venal que aí está. Mesmo porque vivemos numa realidade mercantilista, cuja lógica comercial rege grande parte das relações sociais humanas e assim molda a realidade factual, consuma o presente e vai plasmando também o próprio futuro.

Ipso facto, podemos afirmar que a cibercultura e o ciberespaço seguem as mesmas leis, operam no mesmo meio societal, sob o mesmo regime econômico, e, por isso mesmo, estão sujeitos às mesmas dinâmicas. E essa fixação – que hoje se observa em relação, por exemplo, aos smartphones, seu culto e massiva utilização – reflete exatamente essa exploração das massas por meio das tecnologias e da própria cultura que se cria em torno delas. Em pouquíssimas palavras, a pessoa paga uma verdadeira fortuna para comprar o aparelho, e ainda adquire um custo fixo considerável para o fornecimento de um serviço – frise-se – que é executado, em sua maioria, por máquinas e sequências algorítmicas. Sim, pois mais uma linha telefônica conectada à rede de qualquer operadora significa, na prática, apenas um comando de computador.

QUARESMA, Alexandre.

<http://sociologiacienciaevida.com.br/infolatria-tecnofagicaera-do-smartphone/>Acesso em 27/março/2018. [Adaptado]

Assinale a alternativa correta, com base no texto.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    Em “Sim, pois os investidores que apostam nesses projetos só o fazem com vistas – é óbvio – ao retorno financeiro que eles possam proporcionar, e não num altruísmo improvável que não tem lugar no mundo materialista e venal que aí está.” (3°parágrafo), as quatro ocorrências de “que” introduzem oração subordinada adjetiva restritiva.

    ===> RESTRITIVA ===> sem vírgulas

    ===> EXPLICATIVA ===> com vírgulas

    ===> ambos "quês" são pronomes relativos dando início a orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Alguém, por gentileza, poderia explicar o erro da letra B?

    Grato!

  • @Carlos Eduardo

    A letra B está incorreta porque o verbo Estar não é um verbo de ligação. Ele faz parte da locução verbal "estão transformando", atuando como verbo auxiliar.

  • ☠️ Arthur Carvalho  muito show suas explicações nos comentários, ajuda muito guerreiro, valeu msm.

  • Apenas cuidado que a palavra AMBOS quer dizer DOIS. Exemplo: ambos ou "os dois".

    E no texto são três exemplos de "que". Acredito que o ideal seria substituir o ambos por "todos" os quês.

    Obrigada pela excelente contribuição nas questões.

  • Alguém poderia explicar as duas últimas ocorrências do "por" na letra E? Fiquei com uma pulguinha atrás da orelha...

  • Regina Mills

    Em “por isso mesmo, estão sujeitos às mesmas dinâmicas”, “por meio das tecnologias e da própria cultura” e “por máquinas e sequências algorítmicas” (4° parágrafo), a preposição “por” introduz adjunto adverbial de causa, de instrumento e agente da passiva, respectivamente.

  • Nem sempre ter verbo de ligação vai caracterizar predicado nominal. É importante analisar o sentido.