SóProvas


ID
3129490
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Serrana - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        Uma amiga me disse que em alguns cursos da Universidade de Princeton o celular e o iPad foram proibidos porque os estudantes filmavam e fotografavam as aulas, ou simplesmente brincavam com joguinhos eletrônicos. A proibição do uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula numa das maiores universidades dos Estados Unidos e do mundo não é nada desprezível. O celular na palma da mão desconcentra o estudante e abole uma prática antiga: a caligrafia.
      Dos milenares hieróglifos egípcios gravados em pedra e palavras escritas em pergaminho à mais recente prescrição médica, a caligrafia tem uma longa história. Mas essa história – que marca uma forte relação da palavra com o gesto da mão – parece fenecer com o advento do minúsculo teclado e sua tela.
        Lembro uma entrevista radiofônica com Roland Barthes, em que o grande crítico francês dizia que as correções das provas tipográficas dos romances de Balzac pareciam fogos de artifícios. É uma bela imagem do efeito estético da caligrafia no papel impresso, da relação do corpo com a escrita, as letras que vêm da mão, e não da máquina. Quando pude ver essas páginas numa exposição de manuscritos, fiquei impressionado com a metáfora precisa de Barthes, e admirado com a obsessão de Balzac em acrescentar, cortar e substituir palavras e frases, e alterar a pontuação, como se a respiração e o tempo da leitura fossem – como de fato são – importantes para o ritmo da escrita.
       Mas há beleza também na caligrafia torta e hesitante de uma criança, numa carta de amor escrita a lápis ou à tinta, na mensagem pintada à mão no para-choque de um caminhão, nas paredes de banheiros públicos, no muro grafitado da cidade poluída, nada impoluta.
       Na mão que move a escrita há um gesto corporal atávico, um desejo da nossa ancestralidade, que a maquininha subtrai, ou até mesmo anula. Ainda escrevo alguns textos à mão, antes de digitá-los no computador. No trabalho diário de um jornalista, isso é quase impossível, mas na escrita de uma crônica, pego a caneta e o papel e exercito minha pobre caligrafia.
(Milton Hatoum. “Linguagem da mão”. https://oglobo.globo.com, 11.08.2017. Adaptado)

Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que está escrita de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    A) Não podemos achar que uma caligrafia ruim é necessariamente sinal de um aluno mau preparado. ? o correto é "mal" equivalente a "bem"; mau/bom.

    B) Há muitas poucas discussões sobre o uso da tecnologia e o espaço da escrito à mão na sociedade hoje ? o correto é "muito", pois trata-se de um advérbio de intensidade.

    C) Há diversos tipos de letra, como a bastão e a cursiva, mais nem todo mundo escreve do mesmo jeito. ? o coreto é "mas" (conjunção coordenativa adversativa).

    D) Uma metáfora quando usada errado pode alcançar objetivo contrário ao daquele que originalmente se pretendia. ? uma metáfora.... errada.

    E) A escrita à mão foi consolidada há séculos e permanecerá assim independentemente das tecnologias que surjam. ? correto.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Arthur, na assertiva D, "errada" deveria concordar com usada, não?

  • errada é um adjetivo Que se refere a metafora, porriso errada varia

  • Gabarito E

    Mas - conjunção adversativa

    Mais - quantidade

  • Gabarito: Letra E

    a) Não podemos achar que uma caligrafia ruim é necessariamente sinal de um aluno mau preparado.

    Comentário: O correto seria mal

    b) Há muitas poucas discussões sobre o uso da tecnologia e o espaço da escrito à mão na sociedade hoje

    Comentário: O correto seria escrita.

    c) Há diversos tipos de letra, como a bastão e a cursiva, mais nem todo mundo escreve do mesmo jeito.

    Comentário: O correto seria mas, pois é uma oração adversativa que se segue.

    d) Uma metáfora quando usada errado pode alcançar objetivo contrário ao daquele que originalmente se pretendia.

    Comentário: O trecho "quando usada errado" deveria estar isolado entre virgulas, pois é uma oração temporal intercalada. Além disso, acredito que o correto seria erradamente, pois altera o verbo "usar"

    e) A escrita à mão foi consolidada há séculos e permanecerá assim independentemente das tecnologias que surjam.

    Comentário: Alternativa perfeita e sem erros gramaticais.

    Em caso de erros, favor entrar em contato.

  • quando a questão nao exemplifica exatamente e muito f...

    pode ser qualquer coisa

    erro de concordância, regência, pronomes, vírgula, crase, morfologia, sintaxe, etc etc etc ....

    aff

    perdemos mais tempo nisto que na própria matemática !!!!

  • MAIS é diferente de MAS. Eu li numa rapidez e acabei não prestando atenção, porém quando errei vi meu erro. bons estudos!