SóProvas


ID
5357752
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Câmara de Teresina - PI
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana?

Lilian Ferrari

   É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins.

   A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.

   Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos. Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta.

  No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...]


Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020.

Qual é a relação sintático-semântica estabelecida em “[...] faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.”?

Alternativas
Comentários
  • Não apenas... Mas também... ADIÇÃO

  • Gabarito na alternativa D

    Solicita-se classificação da relação sintático-semântica presente em:

    “[...] faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.”

    Temos construção munida da conjunção correlativa "não apenas...mas também" de caráter nitidamente aditivo.

  • As expressões correlativas "não só...como também", "não apenas...como também", "não só...mas também" e "não apenas...mas também" encerram sentido de adição, muito embora tragam conjunções que podem se confundir com contraste (mas) e comparação (como).

    Letra D

  • Cheguei no "MAS" parei de ler e fui logo marcar, o resto é história.. ;c

  • Só olhei a conjunção e deu certo rs

  • Essa é uma questão basicamente sobre locução conjuntiva/conjunção e seu funcionamento no período.

     Nesse trecho específico, cabe analisar o funcionamento da locução “não apenas... mas também" e perceber que ela pode facilmente ser substituída pela conjunção “e": “[...] faz sentido que os textos literários e a nossa linguagem cotidiana sejam permeados de metáforas". Dessa forma, sabendo que a conjunção “e" é aditiva por excelência, já podemos estabelecer a alternativa D como a correta.

    Além disso, sem fazer tal substituição conjuntiva, percebe-se que a locução “não apenas... mas também" já traz a ideia de que algo não é suficiente (“não apenas") e que algo deve ser adicionado ao discurso (“mas também"). Dessa forma, é sempre bom recordar que as locuções “não apenas... mas também"/"não só... como (também)" pode ser substituída por “e" e têm valor aditivo.

    Gabarito do Professor: Letra D.

  • Não apenas... Mas também... ADIÇÃO

  • Qual é a relação sintático-semântica estabelecida em “[...] faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.”?

    X Causa.

    “faz sentido que os textos literários sejam assim, pois a nossa linguagem cotidiana é permeada de metáforas.”

    X Contraste.

    “faz sentido que os textos literários sejam assim, mas não podemos levá-lo a nossa linguagem cotidiana permeadas de metáforas.”

    X Finalidade.

    “faz sentido que os textos literários sejam assim para que possamos levá-lo a nossa linguagem cotidiana permeadas de metáforas.”

    Adição.

    “faz sentido que não apenas os textos literários, como também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.”

    X Conclusão.

    “faz sentido que os textos literários sejam assim, logo, a nossa linguagem cotidiana será permeada de metáforas.”