SóProvas


ID
5451004
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Formiga - MG
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    A rotina nos atrapalha e até nos limita, mas é tão confortável e tão segura que nos acostumamos a ela tão cedo que a ignoramos. No entanto, o conto da vaca é uma daquelas histórias que funcionam como um toque de atenção, um despertar para o que não vemos em nossas vidas diárias, mas que nos afeta mais do que pensamos. Graças a essa história, descobrimos o que essa vaca realmente significa, o que obtemos dela e o quão dependentes podemos nos tornar daquilo que ela nos dá. 
    Certa vez, um mestre caminhava pelo campo com seu discípulo. Um dia eles encontraram uma humilde casa de madeira, buginganga habitada por um casal e seus três filhos. Eles estavam todos _______ vestidos, seus pés estavam descalços e o ambiente denotava extrema pobreza. O mestre perguntou ao pai da família como eles sobreviveram, já que não _______ indústrias, comércio e nem mesmo riqueza naquele lugar. Calmamente, o pai respondeu: “olha, nós temos uma vaca que nos fornece vários litros de leite todos os dias. Uma parte nós vendemos e com o dinheiro compramos outras coisas; a outra parte usamos para nosso próprio consumo. Desta forma nós sobrevivemos”. O mestre agradeceu a informação, despediu-se e foi embora. Ao se afastar, disse ao seu discípulo: “procure a vaca, leve-a para o penhasco e empurre-a para dentro da ravina”. O jovem ficou assustado, já que a vaca era o único meio de subsistência daquela família humilde. Com grande pesar, levou o animal ao precipício e o empurrou. Essa cena ficou gravada em sua mente por muitos anos. 
    Depois de um tempo, o discípulo decidiu deixar o mestre e voltar _______ lugar para pedir desculpas _______ família a quem causara tantos danos. Ao se aproximar, ele observou que tudo havia mudado. Uma bela casa foi cercada por árvores onde muitas crianças brincavam e havia um carro estacionado. O jovem inicialmente sentiu-se triste e desesperado porque achava que aquela família humilde teria vendido tudo para tentar sobreviver. Foi apenas um susto, pois em seguida percebeu que o local era habitado pela mesma família de outrora. Então, ele perguntou ao pai o que tinha acontecido, e este, com um sorriso largo, respondeu: “tivemos uma vaca que nos fornecia leite e com a qual sobrevivemos, mas ela caiu de um penhasco e morreu. Fomos forçados a desenvolver outras habilidades que nunca imaginávamos possuir. Assim, começamos a prosperar e nossa vida mudou”.
    Como o discípulo, podemos ter ficado chocados com a decisão do mestre pelo aniquilamento da vaca. Esta história, entretanto, é uma metáfora sobre as limitações geradas pelo conforto em nossa vida. No momento em que aquela pobre família ficou sem o sustento ao qual estava apegada para sobreviver, ela não teve outro caminho senão procurar alternativas. Mas, em vez de descobrir mais pobreza, encontrou uma maneira de prosperar, algo que nunca havia imaginado. Se a vaca nunca tivesse desaparecido de sua vida, continuaria a viver na pobreza, sem acreditar que poderia ir mais longe.
    Muitas pessoas agradecem que existam momentos em sua vida que, apesar de dolorosos e difíceis, levam-nas a sair da zona de conforto em que se instalaram e permaneceram presas. O conto da vaca nos impele a superar o que nos limita, seja, por exemplo, um trabalho de que não gostamos, mas cujo salário no final do mês nos dá segurança, ou a satisfação de poupar para viajar, cuja incerteza em relação a possíveis imprevistos nunca faz com que esta viagem se torne realidade… Trata-se de uma excelente história que nos permite refletir sobre a maneira como vivemos, especialmente se vivemos nos queixando a respeito da nossa existência. Não é necessário esperar que um mestre chegue para ser lançada de um precipício aquela pequena vaca que nos limita muito. Podemos, a partir de hoje, olhar além de nossos confortos para nos conscientizarmos do potencial que temos. Porque não estamos limitados. Somos nós que colocamos obstáculos.

(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em: https:// www.contioutra.com/o-conto-da-vaca-quando-a-rotina-nos-limita/. Acesso em: 25/07/ 2019.)

Considere as seguintes proposições baseadas em elementos encontrados no texto.

I. Para manter a coerência textual, o termo “ravina” (3º§) pode ser substituído por seu homônimo “alabastro”.
II. O termo “metáfora” (4º§) corresponde a uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando-se uma pela outra.
III. A forma verbal “impele” (5º§), devidamente conjugada na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “impelir”, é substituível pelo seu sinônimo “credita”, que está devidamente conjugado na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “creditar”.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • I. Para manter a coerência textual, o termo “ravina” (3º§) pode ser substituído por seu homônimo “alabastro”. (E)

    ravina: enchurrada, aluvião, torrente, barranco, escavação grota.

    II. O termo “metáfora” (4º§) corresponde a uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando-se uma pela outra. (V)

    III. A forma verbal “impele” (5º§), devidamente conjugada na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “impelir”, é substituível pelo seu sinônimo “credita”, que está devidamente conjugado na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “creditar”.= Impelir não é sinônimo de creditar acertiva E.

  • Gabarito: A

    II, apenas.

  • Assertiva I: Errada. Ravina e Alabastro não são homonimos

    Parônimos: grafia e sons parecidos, mas sentidos diferentes.

    Ex: comprimento, cumprimento / eminente, iminente

    Homônimos (grafia ou sons iguais mas sentidos diferentes) São classificados em:

    Homógrafos (mesma grafia, mas som e sentidos diferentes)

    Ex: Estou com sede.

    A sede da empresa é em Belo Horizonte.

    Homófonos (mesmo som, mas grafia e sentidos diferentes)

    Ex: Jesus ascendeu aos céus

    A moça acendeu a vela

    Homônimos Perfeitos (mesma grafia e mesmo som, mas sentidos diferentes)

    Ex: Hoje cedo eu fiz a prova

    Eu cedo a você a vaga.

    Não confunda: Sinônimos são palavras que possuem o mesmo significado.

    Homônimo # Sinônimo

    Assertiva II: Correta. O termo “metáfora” (4º§) corresponde a uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando-se uma pela outra.

    A banca considerou essa assertiva correta, mas fiquei com dúvida na parte final ("empregando-se uma pela outra"). Mas no meu entendimento, metáfora não utiliza uma palavra pela outra, a figura de linguagem que faz isso é a metononíia. A metáfora é responsável por fazer uma comparação implícita entre as palavras. A metonímia é que faz a substituição de um termo pelo outro, desde que haja uma relação entre eles.

    vide: https://www.portugues.com.br/gramatica/figuras-estilo-ou-linguagem.html

    Alguém poderia, por gentileza, esclarecer essa dúvida?

    Assertiva III: Errada. A forma verbal “impele” (5º§), devidamente conjugada na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “impelir”, é substituível pelo seu sinônimo “credita”, que está devidamente conjugado na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “creditar”.

    Impelir e creditar não são sinônimos.

    Impelir: fazer avançar à força; empurrar, impulsionar. Arremessar com força; atirar, lançar.

    Creditar: dar ou atribuir-se crédito ('confiança') a; garantir. atribuir(-se) a causa ou autoria de (algo); considerar(-se) como móvel ou agente de (determinado fato, processo etc.), ou apresentar(-se) como detentor de (determinado traço ou característica).

    Ademais, impele está na terceira pessoa do singular do presente do indicativo

    A conjugação na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo seria: "que ele/ela impila"

    Por fim, "credita" está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo

    O verbo creditar na tercceira pessoa do singular do presente do subjentivo seria: "que ele/ela

    credite

    OBS: O texto que o QC colocou como correspondente à questão está errado. Por gentileza, notifiquem o site.

  • A assertiva II está incorreta

    "Uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando-se uma pela outra."

    Essa é a definição de Metonímia!

    Exemplo quando eu troco o autor pela obra: Ler Machado de Assis.

    Já a metáfora é uma figura de linguagem de comparação, a qual se estabelece de forma implícita e sem o uso de conectivo comparativo.

    Exemplo: Maria é uma flor. (Maria é linda como uma flor).

    FONTE: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/metafora.htm