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Prova Instituto Excelência - 2019 - Prefeitura de Catanduvas - PR - Auxiliar de Consultório Dentário


ID
3080860
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        A dor do mundo


      Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético. As aflições, as malandragens, as corrupções, os assassinatos absurdos, os piores aleijões morais, tudo é meu, seu, nosso pão de cada dia. Mas, de tempos para cá, comecei a achar que era lirismo sentimental meu. Estamos bem piores, sim. Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados. Nossos desejos não têm limite, nossos sonhos, por outro lado, andam ralinhos. Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele. Podemos ter mais saúde, mas nos intoxicamos com excesso de remédios. Drogas habituais não bastam, então usamos substâncias e doses cavalares.

      A sexualização infantil é um fato e começa em casa com mães amalucadas e programas de televisão pornográficos a qualquer hora do dia. O endeusamento da juventude a enfraquece, os adolescentes lidam sozinhos com a explosão de seus hormônios e a permissividade geral que anula limites e desorienta. A pressão social e até a insistência de governantes nos impõem o deus consumo, que nos deixa contentes até as primeiras, segundas, definitivas dívidas baterem à porta: a gente abre, e está atolado até o pescoço.

      Uma cantora pop, que me desinteressava pela aparência e por algumas músicas, morre, mata-se, por uso desmedido de drogas (álcool sendo uma delas) aos 27 anos. Logo se exibe (quase com orgulho, ou isso já é maldade minha?) uma lista de brilhantes artistas mortos na mesma idade pela mesma razão. Nas homenagens que lhe fizeram, de repente escuto canções lindas, com uma voz extraordinária: mais triste ainda, pensar que esse talento se perdeu. Um louco assassino prepara e executa calmamente a chacina de dezenas de crianças e adolescentes num acampamento em ilha paradisíaca das terras nórdicas, onde o índice de desenvolvimento humano é o maior do planeta, e quase não existe a violência, que por estas bandas nos aterroriza. Explode edifícios, depois vai até a ilha, mata todo mundo, confessa à polícia que fez coisas atrozes, mas que “era necessário”, e que não aceitará a culpa.

      Viramos assassinos ao volante, de preferência bêbados. Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados. Não há lugar nas prisões, então se solta a bandidagem, as penas são cada vez mais branda ou não há pena alguma. Pena temos nós, pena por nós, pela tão espalhada dor do mundo. Sempre falando em trilhões, brigando por quatrilhões, diante da imagem das crianças morrendo de fome na Etiópia, na Somália e em outros países, tão fracas que não têm mais força para engolir o mingau que alguma alma compadecida lhes alcança: a mãe observa apática as moscas que pousam no rostinho sofrido. Estou me repetindo, eu sei, talvez assim alivie um pouco a angústia da também repetida indagação: que sociedade estamos nos tornando?

      Eu, recolhida na ponta inferior deste país, sou parte dela e da loucura toda: porque tenho alguma voz, escrevo e falo, sem ilusão de que adiantará alguma coisa. Talvez, como na vida das pessoas, esta seja apenas uma fase ruim da humanidade, que conserva fulgores de solidariedade e beleza. Onde não a matamos, a natureza nos fornece material de otimismo: uma folha de outono avermelhada que a chuva grudou na vidraça, a voz das crianças que estão chegando, uma música que merece o termo “sublime”, gente honrada e produtiva, ou que cuida dos outros. Ainda dá para viver neste planeta. Ainda dá para ter esperança de que, de alguma forma, algum dia, a gente comece a se curar enquanto sociedade, e a miséria concreta não mate mais ninguém, enquanto líderes mundiais brigam por abstratos quatrilhões.

Crônica da escritora Luft Lya, publicada na Revista VEJA, de 03 de agosto de 2011.

“Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados.” Nesse trecho do texto, a autora faz uso de três figuras de linguagem, que são respectivamente :

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados.”

    Os edifícios precisam (=personificação ou prosopopeia, atribuição de ações de seres vivos a algo inanimado); logo após, temos a figura de linguagem que expressa um exagero (=mil artifícios → hipérbole); e por último o uso de uma conjunção subordinativa comparativa (=feito → visto como coloquial) trazendo um valor comparativo.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Para quem ficou na dúvida entre comparação e metafora, segue o link.

    http://educacao.globo.com/portugues/assunto/figuras-de-linguagem/comparacao-e-metafora.html

  • Resposta: alternativa b

     

    “Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados.”

    "Nossos edifícios precisam" -> personificação

    "mil artifícios contra invasores" -> hipérbole, denota exagero. Mil artifícios é um exagero.

    "andamos na rua feito coelhos assustados" -> Como há conectivo (feito) estabelecendo uma relação de comparação entre o modo de andar e um coelho assustado , é uma comparação.

     

    *A meu ver ainda tem uma metonímia: "portarias treinadas como segurança" -> substituiu um termo por outro sem comparar: portaria por porteiros.


ID
3080863
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        A dor do mundo


      Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético. As aflições, as malandragens, as corrupções, os assassinatos absurdos, os piores aleijões morais, tudo é meu, seu, nosso pão de cada dia. Mas, de tempos para cá, comecei a achar que era lirismo sentimental meu. Estamos bem piores, sim. Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados. Nossos desejos não têm limite, nossos sonhos, por outro lado, andam ralinhos. Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele. Podemos ter mais saúde, mas nos intoxicamos com excesso de remédios. Drogas habituais não bastam, então usamos substâncias e doses cavalares.

      A sexualização infantil é um fato e começa em casa com mães amalucadas e programas de televisão pornográficos a qualquer hora do dia. O endeusamento da juventude a enfraquece, os adolescentes lidam sozinhos com a explosão de seus hormônios e a permissividade geral que anula limites e desorienta. A pressão social e até a insistência de governantes nos impõem o deus consumo, que nos deixa contentes até as primeiras, segundas, definitivas dívidas baterem à porta: a gente abre, e está atolado até o pescoço.

      Uma cantora pop, que me desinteressava pela aparência e por algumas músicas, morre, mata-se, por uso desmedido de drogas (álcool sendo uma delas) aos 27 anos. Logo se exibe (quase com orgulho, ou isso já é maldade minha?) uma lista de brilhantes artistas mortos na mesma idade pela mesma razão. Nas homenagens que lhe fizeram, de repente escuto canções lindas, com uma voz extraordinária: mais triste ainda, pensar que esse talento se perdeu. Um louco assassino prepara e executa calmamente a chacina de dezenas de crianças e adolescentes num acampamento em ilha paradisíaca das terras nórdicas, onde o índice de desenvolvimento humano é o maior do planeta, e quase não existe a violência, que por estas bandas nos aterroriza. Explode edifícios, depois vai até a ilha, mata todo mundo, confessa à polícia que fez coisas atrozes, mas que “era necessário”, e que não aceitará a culpa.

      Viramos assassinos ao volante, de preferência bêbados. Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados. Não há lugar nas prisões, então se solta a bandidagem, as penas são cada vez mais branda ou não há pena alguma. Pena temos nós, pena por nós, pela tão espalhada dor do mundo. Sempre falando em trilhões, brigando por quatrilhões, diante da imagem das crianças morrendo de fome na Etiópia, na Somália e em outros países, tão fracas que não têm mais força para engolir o mingau que alguma alma compadecida lhes alcança: a mãe observa apática as moscas que pousam no rostinho sofrido. Estou me repetindo, eu sei, talvez assim alivie um pouco a angústia da também repetida indagação: que sociedade estamos nos tornando?

      Eu, recolhida na ponta inferior deste país, sou parte dela e da loucura toda: porque tenho alguma voz, escrevo e falo, sem ilusão de que adiantará alguma coisa. Talvez, como na vida das pessoas, esta seja apenas uma fase ruim da humanidade, que conserva fulgores de solidariedade e beleza. Onde não a matamos, a natureza nos fornece material de otimismo: uma folha de outono avermelhada que a chuva grudou na vidraça, a voz das crianças que estão chegando, uma música que merece o termo “sublime”, gente honrada e produtiva, ou que cuida dos outros. Ainda dá para viver neste planeta. Ainda dá para ter esperança de que, de alguma forma, algum dia, a gente comece a se curar enquanto sociedade, e a miséria concreta não mate mais ninguém, enquanto líderes mundiais brigam por abstratos quatrilhões.

Crônica da escritora Luft Lya, publicada na Revista VEJA, de 03 de agosto de 2011.

“Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos os mesmos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético.” Analisando a expressão sublinhada do trecho acima é CORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → Importante não fugir do comando da questão, ela quer que analisemos somente o termo em destaque:

    “Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos os mesmos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético.” 

    Ou seja, algo voltado à tecnologia, a única alternativa que apresenta algo com essa relação, é a letra "c" (=internet).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3080866
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        A dor do mundo


      Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético. As aflições, as malandragens, as corrupções, os assassinatos absurdos, os piores aleijões morais, tudo é meu, seu, nosso pão de cada dia. Mas, de tempos para cá, comecei a achar que era lirismo sentimental meu. Estamos bem piores, sim. Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados. Nossos desejos não têm limite, nossos sonhos, por outro lado, andam ralinhos. Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele. Podemos ter mais saúde, mas nos intoxicamos com excesso de remédios. Drogas habituais não bastam, então usamos substâncias e doses cavalares.

      A sexualização infantil é um fato e começa em casa com mães amalucadas e programas de televisão pornográficos a qualquer hora do dia. O endeusamento da juventude a enfraquece, os adolescentes lidam sozinhos com a explosão de seus hormônios e a permissividade geral que anula limites e desorienta. A pressão social e até a insistência de governantes nos impõem o deus consumo, que nos deixa contentes até as primeiras, segundas, definitivas dívidas baterem à porta: a gente abre, e está atolado até o pescoço.

      Uma cantora pop, que me desinteressava pela aparência e por algumas músicas, morre, mata-se, por uso desmedido de drogas (álcool sendo uma delas) aos 27 anos. Logo se exibe (quase com orgulho, ou isso já é maldade minha?) uma lista de brilhantes artistas mortos na mesma idade pela mesma razão. Nas homenagens que lhe fizeram, de repente escuto canções lindas, com uma voz extraordinária: mais triste ainda, pensar que esse talento se perdeu. Um louco assassino prepara e executa calmamente a chacina de dezenas de crianças e adolescentes num acampamento em ilha paradisíaca das terras nórdicas, onde o índice de desenvolvimento humano é o maior do planeta, e quase não existe a violência, que por estas bandas nos aterroriza. Explode edifícios, depois vai até a ilha, mata todo mundo, confessa à polícia que fez coisas atrozes, mas que “era necessário”, e que não aceitará a culpa.

      Viramos assassinos ao volante, de preferência bêbados. Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados. Não há lugar nas prisões, então se solta a bandidagem, as penas são cada vez mais branda ou não há pena alguma. Pena temos nós, pena por nós, pela tão espalhada dor do mundo. Sempre falando em trilhões, brigando por quatrilhões, diante da imagem das crianças morrendo de fome na Etiópia, na Somália e em outros países, tão fracas que não têm mais força para engolir o mingau que alguma alma compadecida lhes alcança: a mãe observa apática as moscas que pousam no rostinho sofrido. Estou me repetindo, eu sei, talvez assim alivie um pouco a angústia da também repetida indagação: que sociedade estamos nos tornando?

      Eu, recolhida na ponta inferior deste país, sou parte dela e da loucura toda: porque tenho alguma voz, escrevo e falo, sem ilusão de que adiantará alguma coisa. Talvez, como na vida das pessoas, esta seja apenas uma fase ruim da humanidade, que conserva fulgores de solidariedade e beleza. Onde não a matamos, a natureza nos fornece material de otimismo: uma folha de outono avermelhada que a chuva grudou na vidraça, a voz das crianças que estão chegando, uma música que merece o termo “sublime”, gente honrada e produtiva, ou que cuida dos outros. Ainda dá para viver neste planeta. Ainda dá para ter esperança de que, de alguma forma, algum dia, a gente comece a se curar enquanto sociedade, e a miséria concreta não mate mais ninguém, enquanto líderes mundiais brigam por abstratos quatrilhões.

Crônica da escritora Luft Lya, publicada na Revista VEJA, de 03 de agosto de 2011.

Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados.” As palavras sublinhadas são classificadas respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados.” 

    → Temos um pronome indefinido (=nenhum); um substantivo (=nomeia algo → maluquice) e um adjetivo (=traz uma qualificação → transtornados).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Complementando: Neste caso( nenhum )também podemos classificá-lo como pronome substantivo.. Os pronomes substantivos são aqueles que não aparecem ao lado de substantivos e retomam a algum substantivo dentro da frase.

    Meu pai é dedicado. ele passou horas em um salvamento aquático.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Assertiva A

    Pronome – substantivo- adjetivo.

  • A questão é sobre classe de palavras e quer que classifiquemos as palavras sublinhadas a seguir: "Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados.". Vejamos:

     .

    A) Pronome – substantivo- adjetivo.

    Certo. "Nenhum" é pronome indefinido. "Maluquice" é um substantivo. "Transtornados" é um adjetivo e qualifica "ídolos".

    Pronome: palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. Pronomes indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada. Alguns deles: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, qualquer, tudo, algo, nada, ninguém, cada...

    Substantivo: palavra que usamos para nomear seres, coisas e ideias. Por ser variável, apresenta flexões em gênero, número e grau.

    Adjetivo: palavra variável em gênero, número e grau que expressa qualidade, defeito, origem, estado do substantivo ou de qualquer palavra substantivada.

     .

    B) Advérbio- adjetivo- substantivo.

    Errado.

    Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio.

     .

    C) Substantivo- conjunção- verbo.

    Errado.

    Conjunção: palavra invariável que une orações ou termos semelhantes (de mesma função sintática).

    Verbo: palavra variável que exprime um processo. Ao indicar um fato situado no tempo, o verbo pode exprimir ação, estado, mudança de estado ou fenômeno da natureza.

     .

    D) Nenhuma das alternativas.

    Errado.

     .

    Gabarito: Letra A

  • Nenhum, nenhuma, todos, todas, tudo, vários = são pronomes INDEFINIDOS


ID
3080869
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        A dor do mundo


      Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético. As aflições, as malandragens, as corrupções, os assassinatos absurdos, os piores aleijões morais, tudo é meu, seu, nosso pão de cada dia. Mas, de tempos para cá, comecei a achar que era lirismo sentimental meu. Estamos bem piores, sim. Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados. Nossos desejos não têm limite, nossos sonhos, por outro lado, andam ralinhos. Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele. Podemos ter mais saúde, mas nos intoxicamos com excesso de remédios. Drogas habituais não bastam, então usamos substâncias e doses cavalares.

      A sexualização infantil é um fato e começa em casa com mães amalucadas e programas de televisão pornográficos a qualquer hora do dia. O endeusamento da juventude a enfraquece, os adolescentes lidam sozinhos com a explosão de seus hormônios e a permissividade geral que anula limites e desorienta. A pressão social e até a insistência de governantes nos impõem o deus consumo, que nos deixa contentes até as primeiras, segundas, definitivas dívidas baterem à porta: a gente abre, e está atolado até o pescoço.

      Uma cantora pop, que me desinteressava pela aparência e por algumas músicas, morre, mata-se, por uso desmedido de drogas (álcool sendo uma delas) aos 27 anos. Logo se exibe (quase com orgulho, ou isso já é maldade minha?) uma lista de brilhantes artistas mortos na mesma idade pela mesma razão. Nas homenagens que lhe fizeram, de repente escuto canções lindas, com uma voz extraordinária: mais triste ainda, pensar que esse talento se perdeu. Um louco assassino prepara e executa calmamente a chacina de dezenas de crianças e adolescentes num acampamento em ilha paradisíaca das terras nórdicas, onde o índice de desenvolvimento humano é o maior do planeta, e quase não existe a violência, que por estas bandas nos aterroriza. Explode edifícios, depois vai até a ilha, mata todo mundo, confessa à polícia que fez coisas atrozes, mas que “era necessário”, e que não aceitará a culpa.

      Viramos assassinos ao volante, de preferência bêbados. Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados. Não há lugar nas prisões, então se solta a bandidagem, as penas são cada vez mais branda ou não há pena alguma. Pena temos nós, pena por nós, pela tão espalhada dor do mundo. Sempre falando em trilhões, brigando por quatrilhões, diante da imagem das crianças morrendo de fome na Etiópia, na Somália e em outros países, tão fracas que não têm mais força para engolir o mingau que alguma alma compadecida lhes alcança: a mãe observa apática as moscas que pousam no rostinho sofrido. Estou me repetindo, eu sei, talvez assim alivie um pouco a angústia da também repetida indagação: que sociedade estamos nos tornando?

      Eu, recolhida na ponta inferior deste país, sou parte dela e da loucura toda: porque tenho alguma voz, escrevo e falo, sem ilusão de que adiantará alguma coisa. Talvez, como na vida das pessoas, esta seja apenas uma fase ruim da humanidade, que conserva fulgores de solidariedade e beleza. Onde não a matamos, a natureza nos fornece material de otimismo: uma folha de outono avermelhada que a chuva grudou na vidraça, a voz das crianças que estão chegando, uma música que merece o termo “sublime”, gente honrada e produtiva, ou que cuida dos outros. Ainda dá para viver neste planeta. Ainda dá para ter esperança de que, de alguma forma, algum dia, a gente comece a se curar enquanto sociedade, e a miséria concreta não mate mais ninguém, enquanto líderes mundiais brigam por abstratos quatrilhões.

Crônica da escritora Luft Lya, publicada na Revista VEJA, de 03 de agosto de 2011.

“Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele.” Assinale a alternativa CORRETA referente a qual figura de sintaxe o trecho apresenta:

Alternativas
Comentários
  • ✅ Gabarito: B

    ✓ “Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele.” 

    ➥ Observa-se que temos a repetição da conjunção coordenativa adversativa MAS. É uma figura de sintaxe; representa a repetição do conectivo coordenativo, que liga termos ou orações coordenadas.

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3080872
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A respeito do acento indicativo de crase assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → Queremos a alternativa incorreta:

    → Não me dirijo à pessoas estranhas (=dirijo-me a alguém, preposição "a" presente + uso facultativo do artigo definido "as" → às pessoas OU a pessoas).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3080875
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em relação à concordância verbal, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → Queremos a alternativa incorreta:

    → Durante muitos anos, a construção das estradas pavimentadas eram feitas pelos governos municipais → o quê era feita? A construção das estradas pavimentos, núcleo do sujeito é o substantivo "construção", logo, singular (=era feita).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Alguém poderia, por gentileza, explicar por que a alternativa B está correta?

    Grato.

  • os verbos dar, bater, soar, na indicação de horas, concordam normalmente com o seu sujeito. Assim, concluímos que a forma correta é “Bateram dez horas no relógio”.


ID
3080878
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

 “ Calmamente, o homem caminhava pelo jardim e relembrava seu passado muito pensativo.”
Em relação a frase acima assinale a alternativa CORRETA quanto a estrutura sintática.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    “ Calmamente, o homem caminhava pelo jardim e relembrava seu passado muito pensativo.”

    Adjunto adverbial de modo (=calmamente, modo calmo); quem caminhava? O homem (=sujeito); relembrava alguma coisa (=seu passado → objeto direto); pensativo (=predicativo do sujeito).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Calmamente (adjunto adverbial de modo), o homem (sujeito simples) caminhava (VI) pelo jardim (adjunto adverbial de lugar) e relembrava (VTD) seu passado (objeto direto) muito pensativo (predicativo do sujeito).”

    A questão não menciona quais as orações serão observadas as estruturas sintáticas, logo, para mim, a questão não possui gabarito correto ou então a alternativa correta seria esta: nenhuma das alternativas (d).

  • Concordo com o João Batista.


ID
3080881
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“Naquele dia, a manhã estava tão fria que a água congelou. ” A oração apresenta sentido de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    “Naquele dia, a manhã estava tão fria que a água congelou. ” 

    Depois do Tesão vem a consequência (=temos uma correlação que forma uma conjunção subordinativa consecutiva).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)


ID
3080884
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Quanto a regência verbal assinale a alternativa INCORRRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → Queremos a alternativa incorreta:

    No Brasil, os idosos aspiram uma justa aposentadoria → "aspirar" com sentido de almejar é um verbo transitivo indireto (=aspirar a algo → a uma justa aposentadoria).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3080887
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A respeito do processo de formação das palavras grifadas assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → Queremos a alternativa incorreta:

    → O fidalgo emudeceu, conservando uma expressão de desapontamento desdenhoso. (composição por justaposição) → composição por aglutinação, nesse tipo de composição, há perda de elementos estruturais e fonéticos nos radicais (não são separados por hífen): fidalgo (filho de algo).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Aos que marcaram as outras:

    b) des+alento (des+ânimo) - derivação prefixal (na frente, primeiro).

    c) é um adjetivo que foi substantivado (O inútil).

    Gabarito: A

  • Fidalgo- Filho de algo, houve mudança na palavra logo é Aglutinação.


ID
3080923
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Sobre a história do município de Catanduvas – SC analise as afirmativas abaixo:


I- Em 1917 o local foi elevado à categoria de distrito, na época, com o nome Catanduva, no singular.

II- Em 1928 o nome voltou a ser pronunciado no plural e em 1963 Catanduvas obteve sua emancipação política.


Assinale a alternativa CORRETA

Alternativas

ID
3180193
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

O uso indiscriminado do flúor odontológico causa uma alteração chamada de:

Alternativas

ID
3180196
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Problema causado pela má formação do esmalte dentário:

Alternativas

ID
3180199
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Aparelho utilizado para medir as doses de radiação a que se submetem os profissionais que lidam com radiação:

Alternativas

ID
3180202
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Parte da ficha odontológica do paciente referente aos problemas gengivais:

Alternativas

ID
3180205
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

São materiais odontológicos de uso provisório, exceto:

Alternativas

ID
3180208
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Constitui a radiografia odontológica utilizada em documentação ortodôntica:

Alternativas
Comentários
  • Telerradiografia Lateral: a técnica é principalmente utilizada para o planejamento de tratamentos ortodônticos, pois permite a avaliação do crescimento e do desenvolvimento de maxila e mandíbula em relação à base do crânio.

    GABARITO: B


ID
3180211
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Assinale a alternativa que corresponde somente a anestésicos odontológicos:

Alternativas

ID
3180214
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Durante a instrumentação, o cirurgião dentista pede a auxiliar o fórceps 150, para quais dentes este e utilizado?

Alternativas

ID
3180217
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Qual a frequência ideal do monitoramento biológico de autoclaves?

Alternativas
Comentários
  • Idealmente diária e no mínimo semanalmente


ID
3180220
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Todos os materiais citados a seguir são materiais de moldagem, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Godiva não é um material de moldagem anelástico?

  • Claro que a Godiva é um material de moldagem. É de baixa reprodução de detalhes, mas continua sendo de moldagem.


ID
3180223
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

O município de Catanduvas – SC possui uma área da unidade territorial de aproximadamente:

Alternativas

ID
3180229
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Sobre a o município de Catanduvas – SC analise as afirmativas abaixo:

I- O nome Catanduvas tem origem tupi: kaá (mato), atã (duro) e nduva (variação fonética de tyba = reunião, ajuntamento), ou seja ajuntamento de mata dura. Esse nome dado à cidade derivou-se de um mato rasteiro ou campo cerrado que havia, quando a cidade foi fundada.

II- Os moradores mais antigos contam que essa vegetação era abundante na região e que com a passagem das tropas por aqui, a localidade começou a ser chamada de Catanduva devido a esse vegetal.

Assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas

ID
3180232
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Leia a noticia abaixo :

9ª Festa do Chimarrão - O Grande Sucesso Superando as expectativas, a 9ª Festa do Chimarrão, aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de 2019,no Parque de Exposições Prefeito Sestílio Bortolon, em Catanduvas - SC.

Recorde de Público, na sexta-feira passaram pelo parque mais de 10 mil pessoas, e puderam aproveitar o Rodeio Country, os Shows de Diego e Gabriel, Bruna Viola, DJ Celso, também as exposições da Indústria e Comércio, que através de parcerias ajudaram a abrilhantar ainda mais a Festa, e ainda mostrar seus produtos concretizando grandes negócios, e tudo isso apreciando um bom chimarrão.

Fonte: https://www.catanduvas.sc.gov.br/Redação adaptada.

Em que mês ocorreu essa festa ?

Alternativas

ID
3180235
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

São cidades que pertence ao estado de Santa Catarina, EXCETO:

Alternativas

ID
3180238
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Quantos municípios o estado de Santa Catarina possui ?

Alternativas

ID
3180241
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Assinale a alternativa que representa a bandeira do Estado de Santa Catarina:

Alternativas
Comentários
  • a) Bandeira do estado do Rio Grande do Sul. ITEM INCORRETO.

    b) ITEM CORRETO.

    c) Bandeira do estado do Paraná. ITEM INCORRETO.

    d) ITEM INCORRETO.

    Resposta: B


ID
3180244
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o trecho abaixo e complete a lacuna: O Brasil República é o período da História do Brasil, que teve início com a Proclamação da República. A República foi proclamada em 15 de novembro de _________e vigora até os dias atuais.

Alternativas
Comentários
  • 15 de novembro de 1889 é uma data importante no Brasil, pois nesse dia comemora-se a Proclamação da República. Esse evento foi resultado de uma longa insatisfação dos militares com o governo monárquico. 

  • ^Nem precisa estudar pra fazer uma prova dessa


ID
3180247
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais

Rio Branco e Macapá são as capitais de quais estados Brasileiro ?

Alternativas

ID
3180250
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Catanduvas - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

O desmatamento da Floresta Amazônica é um dos principais problemas ambientais do mundo atual, em função de sua grande importância para o meio ambiente. Este desmatamento causa extinção de espécies vegetais e animais, trazendo danos irreparáveis para o ecossistema amazônico. Sobre algumas das principais consequências assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas