O cientista social deve agir com neutralidade e a imparcialidade, se afastar do senso comum.
A sociologia deve prezar pelo rigor para consolidar-se enquanto ciência. Assim sendo, é necessário desfazer-se do conhecimento de e da tradição para poder entender cientificamente as estruturas sociais que ordenam o mundo humano.
Dessa maneira, o método científico e o afastamento do senso comum, da opinião e da tradição são essenciais para a consolidação da sociologia. Para que tal distanciamento seja possível, o sociólogo deve afastar-se o tanto quanto puder da sociedade em que ele está estabelecendo o seu estudo de campo. Somente assim é possível que o obtido pelo sociólogo seja cientificamente comprovável e confiável.
Afastando-se do seu campo de análise por questões metodológicas, o cientista social deve-se colocar a observar os fatos sociais que moldam uma sociedade. Os fatos sociais são maiores que os indivíduos, que as consciências individuais e que as ações humanas. Eles são exteriores aos indivíduos, coercitivos, porque moldam as ações individuais e independentes. Também tendem a repetir-se mesmo quando comparamos sociedades diferentes.
Um fato social que Durkheim toma como exemplo é a coesão social, que mesmo de forma diferente, repete-se em diferentes sociedades. Temos, com isso, formas de coesão que formam diferentes tipos de solidariedade em sociedades pré-capitalistas e pós-capitalistas.
As sociedades pré-capitalistas são menores e de maior facilidade de controle. Há também um maior contato entre os membros desse tipo sociedade, o que leva ao desenvolvimento de uma forma de solidariedade mecânica, que junta as pessoas em prol de um objetivo comum, pois a noção de comunidade garante uma maior união dos indivíduos.
As sociedades da era pós-industrial tendem a comportarem-se como organismos, já que a população não é coesa por inteiro, mas é formada por vários núcleos de indivíduos que estabelecem vínculos solidários entre si. É como se a sociedade capitalista mais complexa fosse composta de diversos mecanismos internos. O conjunto desses mecanismos coesos constitui a chamada solidariedade orgânica.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/emile-durkheim.htm