SóProvas


ID
3039931
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Concórdia - SC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Infolatria tecnofágica: a era do smartphone


A cibercultura e as realidades virtuais estão transformando radicalmente a nossa experiência psicossocial coletiva: a forma como vivemos, nos comportamos, nos sentimos, nos compreendemos e a própria realidade ao nosso redor.


Toda essa cultura cibernético-informacional é, de fato, incrivelmente cômoda, útil, funcional, sedutora, mas, ainda assim, afirmamos que mais informação circulando nas redes e mídias não significa de modo algum mais conhecimento assimilado, educação, cidadania; e que muito menos a tecnologia, por si, seja sinal seguro de mais esclarecimento, humanidade, erudição e desenvolvimento cultural. O que vale dizer que mais disponibilidade – de dados, conteúdos, twitters, posts, zaps e congêneres – não determina, por si só, qualquer tipo de evolução cognitiva e intelectual.


Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. O que é – diga-se – uma balela. Pois nós – que pesquisamos a referida matéria há quase uma década – chegamos à dura conclusão de que as tecnologias sempre acabam servindo primeiro aos poderes hegemônicos já dominantes e, tardiamente, à sociedade de uma maneira mais ampla. Sim, pois os investidores que apostam nesses projetos só o fazem com vistas – é óbvio – ao retorno financeiro que eles possam proporcionar, e não num altruísmo improvável que não tem lugar no mundo materialista e venal que aí está. Mesmo porque vivemos numa realidade mercantilista, cuja lógica comercial rege grande parte das relações sociais humanas e assim molda a realidade factual, consuma o presente e vai plasmando também o próprio futuro.

Ipso facto, podemos afirmar que a cibercultura e o ciberespaço seguem as mesmas leis, operam no mesmo meio societal, sob o mesmo regime econômico, e, por isso mesmo, estão sujeitos às mesmas dinâmicas. E essa fixação – que hoje se observa em relação, por exemplo, aos smartphones, seu culto e massiva utilização – reflete exatamente essa exploração das massas por meio das tecnologias e da própria cultura que se cria em torno delas. Em pouquíssimas palavras, a pessoa paga uma verdadeira fortuna para comprar o aparelho, e ainda adquire um custo fixo considerável para o fornecimento de um serviço – frise-se – que é executado, em sua maioria, por máquinas e sequências algorítmicas. Sim, pois mais uma linha telefônica conectada à rede de qualquer operadora significa, na prática, apenas um comando de computador.

QUARESMA, Alexandre.

<http://sociologiacienciaevida.com.br/infolatria-tecnofagicaera-do-smartphone/> Acesso em 27/março/2018.[Adaptado]

Assinale a alternativa correta, considerando o texto.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    → Os pares de palavras “útil/improvável”, e “altruísmo/aí” acentuam-se pela mesma regra, respectivamente: paroxítona terminada em –l, e “i” tônico, em hiato, formando sílaba sozinho ou com -s.

    → correto: útil e improvável (paroxítonas terminadas em -l); altruísmo e aí (hiatos, o "i" tônico forma hiato com vogal anterior, regra de acentuação dos hiatos).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Arthur Carvalho, você está de parabéns!

  • Arthur, você é o cara!

  • a - No terceiro parágrafo, o duplo travessão é usado para isolar aposto explicativo, nas três ocorrências. apenas o segundo é explicativo.

    A expressão “Ipso fato” (4° parágrafo) é um vício de linguagem, pois seu uso vai de encontro às normas gramaticais da língua escrita. Não é um erro, pode ser usado

    Em “Toda essa cultura cibernético-informacional é, de fato, incrivelmente cômoda” (2° parágrafo) e “significa, na prática, apenas um comando de computador” (4° parágrafo), as expressões intercaladas por vírgula indicam o modo como as ações se realizaram. "na prática" é advérbio de modo, "de fato" não.

    Em “vivemos numa realidade mercantilista, cuja lógica comercial rege grande parte das relações sociais humanas” (3° parágrafo), o pronome relativo sublinhado pode ser substituído por “que a”, sem desvio gramatical de regência.

    poderia ser substituída por "na qual a" (CUJO -> nã tem artigo depois; concorda com a palavra que vem depois)

    Os pares de palavras “útil/improvável”, e “altruísmo/aí” acentuam-se pela mesma regra, respectivamente: paroxítona terminada em –l, e “i” tônico, em hiato, formando sílaba sozinho ou com -s. (correto)

  • ANTHONY seu comentário foi bastante I-NÚ-TIL !

  • SE NÃO FOSSE O ARTHUR AQUI O QUE SERIA DE NÓS

  • ú - til ----- paroxítona

  • DICA: O aposto NUNCA começa com pronome relativo. Só por aí já teria como identificar um erro na alternativa (a). Algumas bancas tentam confundir o aposto explicativo com a oração subordinada adjetiva explicativa, já que as duas podem ser isoladas por vírgulas, travessões... Cuidado!!

  • Em “vivemos numa realidade mercantilista, cuja lógica comercial rege grande parte das relações sociais humanas” (3° parágrafo), o pronome relativo sublinhado pode ser substituído por “que a”, sem desvio gramatical de regência.

    O CUJO pode ser substituído?

  • O problema está em interpretar o enunciado da questão!!!!!!

  • aí, não seria oxítona terminada em hiato?