SóProvas


ID
464068
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Transpetro
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                       Um pouco de silêncio
Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.
Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.
Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.
O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho.
Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hamsters que se alimentam de sua própria agitação.
Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa, ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.
Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse" em loja. [...]
Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem participa de atividades frenéticas está com algum problema.
O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou campo.
Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?
No susto que essa ideia provoca, queremos ruí- do, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa: é pela distração.
Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento com nossa alma sem máscaras.
Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.
Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse: — Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas fases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos. LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 41. Adaptado.

Complete as frases da segunda coluna com a expressão adequada à norma-padrão.

I – por que                             P – As pessoas ficaram tranquilas ______ não tiveram de refazer o trabalho. 
II – porque                             Q – Não sei o ______ de tanta preocupacão com a pressa.
III – porquê                            R – Afinal, tantas dúvidas com a terapia, ______?                    
                                              S – Ignoro ______ razão as pessoas não se habituam à solidão.


O preenchimento dos espaços com as expressões que tornam as sentenças corretas resulta nas seguintes associações:

Alternativas
Comentários
  • P – As pessoas ficaram tranquilas porque não tiveram de refazer o trabalho. (para explicar, responder)
    Q – Não sei o porquê de tanta preocupacão com a pressa. (substantivo, o "o" está determinando)
    R – Afinal, tantas dúvidas com a terapia por quê? (final de frase - com acento)
    S – Ignoro por que  razão as pessoas não se habituam à solidão.  (Por que -> pelo qual motivo

    logo,

    b) I ( por que) – S ( Podemos trocar o “por que” por “pelo qual motivo”, sem alterar o sentido)
        II (porque) – P (Utilizamos esse formato para responder perguntas; É possível trocar o “porque” por “pois”, sem alterar o sentido
        III ( porquê) - Q ( Essa forma é utilizada quando o “porquê” tem função de substantivo)

    Não precisa ser sábio para entender as "coisas", basta ser sensato - frase extraída de um conto de minha autoria

  • LETRA B:

    P: porque
    conjunção
    equivale a uma vez que


    Q: porquê
    substantivo

    R: por quê
    não está entre as opções
    prep. por + pron. que
    pergunta
    final de frase

    S: por que
    prep. por + pron. que
    equivale a por qual razão
  • Correta B - Emprego dos Porquês

    POR QUE
    A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":

    Exemplos: Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
    Por que você comprou este casaco?

    Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).

    Exemplos: Estes são os direitos por que estamos lutando.
    O túnel por que passamos existe há muitos anos.

    POR QUÊ

    Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.

    Exemplos: Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
    Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

    PORQUE

    A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.

    Exemplos: Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
    Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

    PORQUÊ

    A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).

    Exemplos: Não consigo entender o porquê de sua ausência.
    Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
    Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

    Veja abaixo o quadro-resumo:

     

    Forma

    Emprego

    Exemplos

    Por que

    Em frases interrogativas (diretas e indiretas)

    Em substituição à expressão "pelo qual" (e suas variações)

    Por que ele chorou? (interrogativa direta)
    Digam-me por que ele chorou. (interrogativa indireta)

    Os bairros por que passamos eram sujos.(por que = pelos quais)

    Por quê

    No final de frases

    Eles estão revoltados por quê?
    Ele não veio não sei por quê.

    Porque

    Em frases afirmativas e em respostas

    Não fui à festa porque choveu.

    Porquê

    Como substantivo

    Todos sabem o porquê de seu medo.

    http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono26.php



     

  • Só para Completar:

    porque = explicativo - pois, já que, a fim de que, como;

    por que = pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual motivo, por qual razão;

    porquê = razão - motivo, causa;

    por quê = final de frase
  • USO DO PORQUE

    Na língua portuguesa, existem quatro tipos de “porquês”. Eles são utilizados em ocasiões diferentes, mas é muito fácil se enganar em uma redação. Veja a diferença entre eles:
     

    Por que (separado sem acento)
    Usa-se esta forma para iniciar perguntas:

    - Por que fizeste isso?

    Podemos trocar o “por que” por “pelo qual motivo”, sem alterar o sentido:

    - Pelo qual motivo fizeste isso?

    Por que -> pelo qual motivo

    Porque (junto sem acento)
    Utilizamos esse formato para responder perguntas, exemplo:

    - Fiz isso porque era necessário

    É possível trocar o “porque” por “pois”, sem alterar o sentido:

    - Fiz isso pois era necessário

    Porque -> pois

    Por quê (separado com acento)
    Utiliza-se o “por quÊ” em final de frases:

    - Sabemos que você não compareceu à reunião, por quê?

    Porquê (junto com acento)
    Essa forma é utilizada quando o “porquê” tem função de substantivo:

    - Se ele fez isso, teve um porquê (motivo)
    - Gostaria de entender o porquê eu tenho que ir

    FONTE: infoescola
     

  • Por que 

    Pode ser usado com o sentido de “por qual razão” ou “por qual motivo”, e trata-se da junção da preposiçãopor + o pronome interrogativo que:

    Exemplos: Não sei por que não quis ficar até mais tarde.
    Por que ficar até mais tarde?

    Ainda pode ser empregado quando se tratar da preposição por + pronome relativo que e, neste caso, será relativo à “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou ainda “para que”:

    Exemplos: A rua por que passei ontem não era parecida com essa!
    Quando votarmos, que seja por que nos próximos anos possamos ver mais obras.


    Por quê 

    O uso do por quê é equivalente ao “por que”, porém, é acentuado quando vier antes de um ponto, seja final, de interrogação ou exclamação:

    Exemplos: Ficar na festa até mais tarde, por quê?
    Não sei por quê.


    Porque 

    O termo porque é uma conjunção causal ou explicativa e o seu uso tem significado aproximado de “pois”, “já que”, “uma vez que” ou ainda indica finalidade e tem valor aproximado de “para que”, “a fim de”.

    Exemplos: Vou fazer mais um trabalho porque tenho que entregar amanhã. (conjunção)
    Não faça mal a ninguém porque não façam a você. (finalidade)


    Porquê 

    Quando aparece nessa forma o porquê é um substantivo e denota o sentido de “causa”, “razão”, “motivo” e vem acompanhado de artigo, adjetivo ou numeral:

    Exemplos: Diga-me o porquê de sua contestação.
    Tenho um porquê para ter contestado: meu cartão bancário foi clonado.

  •  - Ignoro por que razão as pessoas não se habituam à solidão. 

    Por que: tem dois empregos diferenciados. 

    1º) Quando for a junção da preposição "por" + pronome interrogativo ou indefinido "que" possuirá o significado de "por qual razão" ou "por qual motivo"

    Exemplo (frase do exercício): Ignoro por que razão (por qual motivo) as pessoas não se habituam à solidão. 

    2º) Quando for a junção da preposição "por" + pronome relativo "que" possuirá o significado de "pelo qual" e poderá ter as flexões "pelos quais", "pela qual" e "pelas quais". 

     - As pessoas ficaram tranquilas porque não tiveram de refazer o trabalho. 

    Porque: É uma conjunção causal ou explicativa, com o valor aproximado de "pois", "uma vez que" ou "para que". 

    Exemplo (frase do exercício): As pessoas ficaram tranquilas porque (uma vez que) não tiveram de refazer o trabalho. 

    - Não sei o porquê de tanta preocupação com a pressa. 

    Porquê: é um substantivo e pode ser substituído por "o motivo" ou "a razão". Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral. 

    Exemplo (frase do exercício): Não sei o porquê (o motivo) de tanta preocupação com a pressa. 

    Observação: 

    Temos ainda: por quê -> Usado antes de pontos como o interrogativo e o exclamativo, geralmente no final da frase. 

    Continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

    Exemplo:  Vocês não comeram tudo? Por quê?



  •  

    VIDE   Q831992      Q424574    Q452366    Q555513     Q438698

     

    1-           PORQUE Conjunção     CAUSA / EXPLICAÇÃO / FINAL

     

    - CAUSAL:  POIS -  ideia de causa

     

                Ela foi elogiada porque chegou cedo

     

    - EXPLICATIVA:     JÁ QUE,  uma vez que    SIC POR causa de que )

     

               Chegou cedo, porque temos muito trabalho

     

    -   FINAL:  PARA QUE

    Siga o regulamento, porque = PARA QUE tudo FUNCIONE (VERBO SUBJUNTIVO) bem.

             Não julgues, porque = PARA QUE não te JULGEM (VERBO SUBJUNTIVO)

    ...........................

     

    2-       PORQUÊ SUBSTANTIVO Acompanhado de ARTIGO, palavras determinantes, Pronome ou Numeral 

     

             SEUS PORQUÊS, DO PORQUÊ, UM PORQUÊ, O PORQUÊ

     

             .........................

     

    3-      POR QUE Orações Interrogativas DIRETA OU INDIRETA, e como Pronome Relativo (PELO QUAL)

     

               3.1 -  Por (preposição)   Que (PRONOME INTERROGATIVO)

     

    Interrogativa INDIRETA:         POR QUE = POR QUAL RAZÃO, POR QUAL MOTIVO

     

    Desejo saber POR QUE não veio.

                                                         

    Interrogativa  Direta:   Por que faltou à reunião ?

     

     

    3.2-       Por (preposição)  QUE (PRONOME RELATIVO)

     

                       POR QUE =   PELOS QUAIS     POR QUAIS

     

                Conheço o caminho POR QUE =   PELOS QUAIS/POR QUAIS passastes

                      

     

    4-        POR QUÊ ATENÇÃO: NÃO É SÓ NO FINAL DA FRASE PODE SER JUNTO COM PONTUAÇÃO ou ao final de orações interrogativas.

     

                       Ex.  Fiz isso por quê, mormente fui obrigado...

     

     

     

     

     

     

     

     

  • b-

    porque - resposta

    por que = por qual

    porquê - sempre o porquê

  • Essa questão ficou embaralhada, não consegui entender direito.

  • 30 minutos pra entender qual foi a criptografia usada, 1 minuto pra responder