Gab. ERRADO
A fauna do solo, particularmente a macrofauna, exerce um papel fundamental na fragmentação dos resíduos vegetais e na regulação indireta dos processos biológicos do solo, estabelecendo interações em diferentes níveis com os microrganismos (SWIFT et al., 1979). Em poucos casos, essas simbioses são do tipo mutualista, sendo mais freqüentes as simbioses acidentais, onde os microrganismos são ingeridos junto com o solo ou serapilheira e encontram no tubo digestivo e/ou nas fezes um hábitat favorável. O efeito dos animais sobre os microrganismos podem tanto ser estimuladores quanto inibidores (THEENHAUS; SCHEU, 1996). É esse balanço que promove uma regulação dos processos de decomposição e conseqüentemente da liberação de nutrientes.
Os invertebrados do solo, por sua vez, possuem uma capacidade enzimática limitada, restringindo-se à digestão de proteínas, lipídios e glicídios simples. Como outras classes, a fauna de solo não é capaz de produzir enzimas que degradem compostos como a celulose ou a lignina. No entanto, as associações da fauna com microrganismos, tanto decorrentes da ingestão simultânea com o alimento, ou de simbioses mutualísticas, promovem um sinergismo no sistema de decomposição. Se, por um lado, os microrganismos, ao serem transportados pelos invertebrados do solo, obtêm uma maior dispersão no ambiente, os invertebrados do solo, ao utilizarem as enzimas produzidas pelos microrganismos, ampliam a gama de substratos energéticos a serem explorados. Além de atuarem como reguladores da atividade microbiana, os invertebrados do solo agem como fragmentadores do material vegetal e engenheiros do ecossistema, modificando-o estruturalmente (LAVELLE, 1997). De acordo com Lavelle et al.(1992), a interação da fauna de solo com microrganismos e plantas é capaz de modificar funcional e estruturalmente o sistema de solo, exercendo uma regulação sobre os processos de decomposição e ciclagem de nutrientes
FONTE: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/biotacap4ID-QOAsuHeSsM.pdf