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Prova CIAAR - 2013 - CIAAR - Primeiro Tenente


ID
1556404
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Tendo em vista a construção de sentido no texto, a alternativa cujo conteúdo melhor sintetiza a mensagem proposta pelo texto é

Alternativas

ID
1556407
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Tendo em vista o seu foco fundamental, é adequado afirmar que o texto visa

Alternativas

ID
1556410
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



No primeiro parágrafo da crônica, o narrador se encontra fazendo a sua refeição e tem uma lembrança que desencadeia outras, apresentadas nos parágrafos seguintes. Acerca dos eventos que constituem essas lembranças só é correto afirmar, considerando os aspectos semântico-textuais, que

Alternativas

ID
1556413
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Analise sintaticamente a oração a seguir: “[...] eu era rapaz naquele tempo!” (8º§). Assinale a alternativa que apresenta a função, na oração anterior, desempenhada pela palavra destacada.

Alternativas
Comentários
  • Respposta: D.

    Na sintaxe do português, Predicativo é o termo essencial da oração que atribui uma característica, uma propriedade, um estado ou uma circunstância em que ocorre qualquer uma dessas ao sujeito


ID
1556416
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



O trecho “De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.” (1º§), possui uma pequena controvérsia, que não prejudica o texto, ao contrário, contribui para o entendimento de algo. Que controvérsia é essa?

Alternativas

ID
1556419
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Releia o último parágrafo do texto: “Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; ‘não é ninguém, é o padeiro!’”. Analise o papel do trecho destacado e assinale a alternativa que responde à pergunta: qual é a função desse excerto no parágrafo?

Alternativas

ID
1556422
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Embora não seja uma palavra muito utilizada no Português falado no Brasil, é possível, tendo em vista o contexto, aferir o sentido da palavra “abluções”. Considerando que a escolha de uma palavra para compor um texto não é algo aleatório, principalmente se tratando de um texto para ser publicado em um veículo da imprensa (caso da crônica anterior), assinale a alternativa cujo conteúdo apresenta uma explicação plausível para a escolha desse termo no texto.

Alternativas

ID
1556425
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



A crônica, enquanto texto que flutua “entre o literário e o jornalístico”, faz uso tanto de uma linguagem mais objetiva e direta (própria do jornalismo), quanto de uma linguagem mais figurativa e poética (comum a textos literários). Tendo em vista tal aspecto, indique a alternativa cujo conteúdo faz uso de linguagem conotativa.

Alternativas

ID
1556428
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Julgue os itens abaixo.


I. Em “[...] como tivera a ideia de gritar aquilo?" (4º§) a palavra destacada funciona como advérbio interrogativo.

II. No trecho “[...] eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno." (7º§), a forma “como" atua na função de advérbio de modo.

III. No excerto “[...] o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno." (7º§), “como" é uma conjunção coordenativa.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • I. Em “[...] como tivera a ideia de gritar aquilo?" (4º§) a palavra destacada funciona como advérbio interrogativo.

    II. No trecho “[...] eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno." (7º§), a forma “como" atua na função de conjunção (conforme os padeiros)

    III. No excerto “[...] o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno." (7º§), “como" é uma conjunção subordinativa.


ID
1556431
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder a questão.

                                                                O padeiro

      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo 
      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
      – Não é ninguém, é o padeiro!
      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
      “Então você não é ninguém?"
       Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém…
      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!"
      E assobiava pelas escadas.

                                      (Rubem Braga. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/100-
                                                                                                 anos-do-mestre-da-cronica-rubem-braga/
)



Releia o trecho: “Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante.” (7º§)

Qual é a relação entre a oração introduzida pela expressão sublinhada e a oração imediatamente anterior?

Alternativas
Comentários
  • muito bom.


ID
1556434
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Jovem chateado liga para a polícia após bronca da mãe e é preso.


      Um jovem de 19 anos, morador de Vero Beach, na Flórida (EUA), acabou preso depois de ligar duas vezes para _____ polícia ao ficar chateado por tomar uma bronca da própria mãe.
       Vicent Valvo ligou para o serviço de emergência alegando que não tinha gostado da forma como a mãe havia se dirigido a ele, de acordo com um relatório da polícia do condado de Indian River. Por volta das 4h30m, um policial foi _____ casa de Vicent para responder ao chamado e prender o jovem.
      O rapaz acabou preso por abuso do serviço de emergência, e solto após pagar fiança de R$ 1 mil. Não _____ informações sobre o tipo de coisas que a mulher teria falado ao filho.

                                                      (Disponível em: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/0....
                                                                                                                                                              Adaptado.)
 

Assinale a alternativa que completa, de forma adequada, as lacunas do texto.

Alternativas
Comentários
  • Letra C


    1- Não pode crase após preposição "para". Apenas se admite crase (facultativa) após preposição "até".


    2- Verbo "ir" pede preposição "a". A palavra casa é feminina e está especificada (de Vicent). Crase obrigatória.


    Já deu para matar a questão.


    ** casa, terra e distância têm peculiaridades no uso da crase.



ID
1556437
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Analise as afirmativas a seguir.


I. O verbo da frase “Vendem-se apartamentos na beira da praia" está na voz passiva.

II. Na frase “Era-se feliz naquele tempo" o verbo encontra-se na voz reflexiva, ou média.

III. Em “Nos abraçamos por um longo tempo" o verbo está na voz ativa.


Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • B

    I, apenas.

  • Era-se feliz naquele tempo ---> "se" como pronome indefinido 3°Psingular

    Nos abraçamos por um longo tempo --> Voz em reflexivo recíproco (abraçamos entre nós)

  • I passiva sintética

    II passiva sintética

    III voz reflexiva

    Letra B

  • Na verdade, na segunda alternativa, o SE (junto de verbo de ligação) não é partícula apassivadora, mas sim índice de indeterminação do sujeito. Logo, há voz ativa com sujeito indeterminado.

  • Na verdade, Lucas Ferreira, na segunda alternativa, o SE (junto de verbo de ligação) não é partícula apassivadora, mas sim índice de indeterminação do sujeito. Logo, há voz ativa com sujeito indeterminado.

  • I passiva

    II índice de indeterminação do sujeito

    IIl reflexiva

    Gab B


ID
1556440
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa cujo conteúdo apresenta problemas de concordância.

Alternativas
Comentários
  • B

    Cerca de cem pessoas morreu no acidente aéreo na África.

  • quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.

    Cerca de cem pessoas morreu no acidente aéreo na África.

  • bizu: expressão aproximada+numeral+substantivo= verbo concordará com o substantivo.


ID
1556443
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Indique a alternativa em que todas as palavras estão corretas quanto à separação de suas sílabas.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra B

    A- XI - O - MA

    PAS -SA - RE - LA

    GE - RI - A -TRA

    DER-RA - DEI-RO


ID
1556446
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Analise a frase: “Não sei como ela chegou até aqui”. Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta para o trecho destacado.

Alternativas
Comentários
  • Não sei ISSO


ID
1556449
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Um texto argumentativo é aquele em que o autor se posiciona em relação a um determinado tema, defendendo tal posição com argumentos (de diferentes naturezas, como estatísticas, fatos, analogias) e concluindo-o com uma reflexão, uma solução, dentre outros. Tendo em vista a organização das ideias, assinale a alternativa que apresenta uma subdivisão adequada para as informações contidas no texto.

Alternativas
Comentários
  • Por que a alternativa C encontra-se incorreta?

  • Correção da banca:

    A formalização da tese (“o esquerdo-direitismo está errado”) demarca o final da introdução, portanto, esta é composta pelo conteúdo dos quatro primeiros parágrafos, em que é oferecida uma explanação básica sobre o tema (o que é e com quais posturas/figuras estão associadas). A partir do 5º parágrafo inicia-se a argumentação, apresentando, no caso, os fatos que fazem a visão do autor ser sustentada. Essa apresentação vai até o final do 8º parágrafo, visto que ali se encontram os últimos fatos apresentados pelo autor, que sustentam o seu ponto de vista. O 9º parágrafo já apresenta uma síntese dos argumentos que relaciona-os ao tema central, enquanto o 10º parágrafo relaciona o tema à realidade sócio-política na qual está inserido o público leitor do texto, o Brasil. Dessa forma, esses dois últimos parágrafos circunscrevem a conclusão.  


ID
1556452
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Considerando as informações levadas ao texto e a forma como são articuladas, é possível aferir que o principal objetivo do texto é

Alternativas

ID
1556455
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Acerca do conteúdo dos dois primeiros parágrafos, é correto afirmar que

Alternativas

ID
1556458
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


É possível aferir, em diversos momentos do texto, a perspectiva sobre o tema sendo discutido com a qual o autor se alinha, no entanto isso não é estabelecido logo de princípio. Em qual parágrafo o autor apresenta de forma explícita e direta a sua perspectiva sobre o tema?

Alternativas

ID
1556461
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Releia a primeira oração do penúltimo parágrafo do texto: “O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo [...]”. Indique a alternativa que apresenta uma paráfrase adequada para a oração, que mantém, em plenitude, o seu sentido.

Alternativas

ID
1556464
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Releia o trecho a seguir, extraído do terceiro parágrafo do texto: “Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo.” A palavra destacada é utilizada com o intuito de

Alternativas
Comentários
  • ECA:

    Disposições Gerais

    Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

    Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

    Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

    Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.


ID
1556467
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Assinale a alternativa cujo conteúdo não apresenta um argumento utilizado pelo autor do texto para sustentar o seu ponto de vista.

Alternativas

ID
1556470
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Em “As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la.” (8º§). O termo destacado é utilizado como um pronome anafórico, retomando um termo/expressão já mencionado dentro do trecho recortado. Que termo ou expressão é essa?

Alternativas

ID
1556473
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Sobre o uso da palavra “mágica” no trecho “Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos.” (10º§), é correto afirmar que o autor do texto lança mão dela para

Alternativas

ID
1556476
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Os trechos abaixo tiveram sua pontuação (ou parte dela) alterada. Em qual deles essa alteração de pontuação acarretou problema quanto ao sentido proposto?

Alternativas
Comentários
  • Repare bem: o comando da questão pede qual alternativa acarretou problema quanto ao SENTIDO proposto. De fato, B) e C) deveriam ter o adjunto adverbial deslocado separado por vírgula, mas isso quanto à sintaxe. Estamos tratando de SEMÂNTICA.

    No trecho original da Alternativa D), temos uma oração subordinada adjetiva explicativa. "[...]a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone[...]". Apenas explicou o que foi essa tal Bíblia.

    No trecho adaptado, sem a pontuação, tem-se uma oração subordinada adjetiva restritiva, que vai restringir o sentido do termo anterior.

    Gabarito: Alternativa D).

    Ad Astra.

  • Oração adverbia adjetival expliCatiVa ---> com vírgula

    Oração adverbial adjetiva reStritiVa --> sem vírgula

    Retirando a vírgula na alternativa D você muda de um tipo para outro.


ID
1556479
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Analise os trechos abaixo e assinale a alternativa que apresenta a função correta para a forma “se”.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → “Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade.” (2º§) – pronome reflexivo

    → transformaram a si mesmo (é um pronome reflexivo, o sujeito pratica e sofre a ação).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ♣


ID
1556482
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Releia o excerto a seguir, extraído do segundo parágrafo do texto: “[...] alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.” O trecho destacado apresenta uma ambiguidade semântica (causada pelo(s) sentido(s) de uma ou mais palavras), embora a possibilidade de dupla leitura só emirja se o trecho for isolado. Considerando esse aspecto, assinale a alternativa cujo conteúdo da primeira parte não apresenta tal duplicidade de leitura, nem compromete o sentido do enunciado como um todo.

Alternativas

ID
1556485
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Ao finalizar o texto, o autor utiliza o seguinte trecho: “em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.” Uma paráfrase pertinente para o trecho destacado, tendo em vista toda a discussão empreendida no texto, é

Alternativas

ID
1556488
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Ao final do sexto parágrafo, o autor enquadra Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia como aqueles países que tomaram medidas políticas exemplares. No entanto, a partir daí, o mesmo autor se utiliza de expressões substantivas no singular para se referir aos diferentes âmbitos desses países, como “o estado” (7º§ e 8º§), “a burocracia” (7º§), “o governo” (8º§), “a população” (8º§). Considerando as informações disponíveis no texto, assinale a alternativa que apresenta uma justificativa pertinente para esse modo de referenciação.

Alternativas

ID
1556491
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II para responder a questão.

                                                    A maldição do esquerdo-direitismo 

       O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas – aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade – alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist declara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify). 
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.

                                (Denis Russo Burgierman.Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/mundo-                                                                                   novo/2013/04/15/a-maldicao-do-esquerdodireitismo/                        utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super) 


Releia o trecho apresentado a seguir: “O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa [...]." (1º§) Julgue os itens abaixo, tendo em vista o uso da palavra semirreligiosa no excerto apresentado.


I. Associada ao substantivo “crença" serve para caracterizar o sujeito da oração.

II. Atua como parâmetro para uma comparação explícita entre política e religião.

III. Serve também ao fim de construir uma avaliação do sujeito da oração.

Estão corretas as afirmativas 

Alternativas
Comentários
  • C- I e III, apenas.

  • Gabarito da banca:

    A afirmativa II está incorreta, pois uma comparação explícita dá-se necessariamente através do uso de um articulador, como a conjunção “como”. Diferentemente, a afirmativa I procede, pois sintaticamente “crença semirreligiosa” é predicativo do sujeito e o que um predicativo faz é enquadrar o sujeito em uma categoria, caracterizando-o como outros membros dessa mesma categoria. Da mesma forma procede III, pois, ao enquadrar um sistema político como (semi) religião, atribui-se ao primeiro algumas características do segundo, que, embora normais para uma religião, não são bem vistas na política, como fanatismo, adoração, crença com base em dogmas. Afinal, no ocidente, a política deve se pautar por aspectos mais materiais, como as necessidades básicas de um povo (alimento, moradia, saneamento, lazer etc.). Dessa forma, uma avaliação negativa está implícita nessa caracterização e deve ser notada pelo leitor, afinal ela já o encaminhará à tese que o autor buscará defender no decorrer do texto.


ID
1996900
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Na seleção dos materiais para ferramentas de corte, uma série de fatores devem ser considerados, tais como o processo de usinagem e as condições de operação. Uma determinada peça deve ser submetida a um processo de fresamento. Devido às condições de corte interrompido, deve ser selecionada uma ferramenta de material que possua tenacidade e resistência ao choque térmico elevadas. O material para ferramenta de corte mais adequado ao processo, considerando as propriedades citadas, é o(a)

Alternativas

ID
1996903
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Durante os processos de usinagem, as ferramentas de corte estão sujeitas a vários tipos de desgaste e avarias. Existem diversos mecanismos que atuam como causadores dos diferentes tipos de desgaste e avarias. As condições de corte influenciam diretamente estes mecanismos. Uma determinada ferramenta de corte foi analisada e observou-se um grande desgaste de flanco. Sabendo-se que essa ferramenta de corte trabalha a baixas velocidades de corte, assinale a alternativa que associa uma causa provável para esse tipo de desgaste à respectiva solução adequada.

Alternativas
Comentários
  • http://www.grima.ufsc.br/cnc/transparencias/usinagem/Aula7_DesgasteDeFerramentas_v1.pdf

    o slide 4 diz que é abrasão, e não adesão

    https://www.sandvik.coromant.com/pt-pt/knowledge/materials/pages/wear-on-cutting-edges.aspx

    e o fabricante Sandvik diz que o desgaste de flanco é devido à abrasão também, portanto, gabarito errado.

    o correto seria letra A

  • Como o trabalho da ferramenta ocorre em baixas velocidades de corte ,o que ocorre é a aderência.

    a letra A a definição está correta ,porém abrasão mecânica ocorre em altas velocidades e promove desgaste da peça EX: Retificação , Lapidadação ....


ID
1996912
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

A usinabilidade pode ser entendida como o grau de dificuldade em se usinar um determinado material. São vários os elementos que podem afetar a usinabilidade de um material, desde suas propriedades até fatores metalúrgicos. Assinale a alternativa que relaciona, incorretamente, o fator metalúrgico com sua influência sobre a usinabilidade do aço.

Alternativas
Comentários
  • a) CORRETA - Por exemplo, quando se passa de uma liga com 10% de ferrita e 90% de perlita para uma liga com 35% de ferrita e 65% de perlita, a vida da ferramenta cresce substancialmente. Apesar da dureza da peça ter decrescido somente cerca de 6 % . 
    b) CORRETA - O carbono, quando presente em teores entre 0,3 a 0,6 %, tende a melhorar a usinabilidade. Mais baixo que 0,3% o cavaco é muito dúctil...
    c) CORRETA -  Inclusões desejáveis (em altas velocidades de corte) = os silicatos (Si). Em altas temperaturas, eles perdem muito de sua dureza, formando na zona de corte uma camada que retarda o desgaste da ferramenta. 
    d) INCORRETA - Alguns elementos (como o chumbo, o enxofre e o fósforo) têm efeito positivo na usinabilidade. Por outro lado, os elementos formadores de carbonetos (como o vanádio,o molibdênio, o nióbio, o tungstênio) e outros (como manganês, níquel, cobalto e cromo) têm efeito negativo na usinabilidade.

  • O Silício (Si), proveniente dos Silicatos (óxidos de silício), é um dentre os elementos (Ni, Al, Cu e Ti) que são grafitizantes. Esta característica facilita a usinagem.

  • Junto com as SEM.


ID
1996915
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

A deformação plástica pode ocorrer a frio, a morno e a quente, dependendo das temperaturas aplicadas. Uma referência é a temperatura de recristalização do metal ou da liga, o que pode definir a existência ou não de encruamento. Nesse tipo de conformação há mudanças das propriedades. Em relação à deformação plástica, é incorreto afirmar que

Alternativas

ID
1996918
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

 A promoção de melhorias nas propriedades dos metais pode ser obtida por alguns meios, como os tratamentos térmicos, termoquímicos ou superficiais e, ainda, os termomecânicos, onde há também a associação de deformação. São mecanismos para aumento de resistência em metais, exceto:  

Alternativas

ID
1996921
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Segundo diversos autores, a fadiga do material está entre as principais causas de falha de componentes mecânicos. A fadiga é uma redução gradual da capacidade de carga do componente, caracterizada pela ruptura do material, em consequência do avanço das fissuras que se formam no seu interior. As trincas crescem até atingir um tamanho crítico, suficiente para a ruptura final. São características do processo de falha por fadiga, exceto:

Alternativas

ID
1996924
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

As fraturas têm aspectos dúcteis ou frágeis, com especificidades que podem ser constatadas numa avaliação microscópica ou até mesmo em um comportamento apresentado durante os ensaios mecânicos. São características do processo de ruptura por fratura dúctil em ensaio de tração, exceto:

Alternativas

ID
1996927
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

A transição de tenacidade dúctil-frágil pode ser avaliada pela execução de um simples ensaio de impacto, como o Charpy, submetendo o material em estudo a condições fragilizantes, como grande velocidade de deformação, presença de entalhes e abaixamento de temperatura. A curva de transição de tenacidade dúctil-frágil pode ser obtida a partir do gráfico de

Alternativas

ID
1996930
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Ensaios mecânicos são fundamentais na obtenção de referenciais para a seleção e o devido emprego de diversos materiais, justamente porque fornecem informações baseadas em seu desempenho diante das solicitações que lhes são impostas. O mais utilizado dentre eles, seja na indústria ou no próprio meio acadêmico, é o ensaio de tração. A partir do teste de tração obtém-se as seguintes propriedades físicas, exceto:

Alternativas

ID
1996933
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Dentre as propriedades mecânicas, a resiliência pode ser citada como uma das que possui um papel importante. Em relação à propriedade resiliência, no que se refere à energia, é correto afirmar que

Alternativas

ID
1996936
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Os valores obtidos em ensaios mecânicos, como o de tração, permitem uma avaliação apurada das propriedades dos materiais, especialmente os metálicos. Após o teste de tração em um corpo de prova cilíndrico de alumínio, até a ruptura, o diâmetro encontrado na seção reta no momento da fratura foi de 7 mm. Se a ductilidade em termos de redução de área foi de 61,5%, o diâmetro inicial do corpo de prova era, aproximadamente, de

Alternativas

ID
1996942
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

O lingotamento contínuo é um processo alternativo ao lingotamento convencional. Em linhas gerais da fabricação, consiste de um distribuidor, um molde refrigerado à água e um sistema de endireitamento e corte dos tarugos. O aço líquido é vazado, depois passa pelo molde refrigerado, de onde é continuamente extraído utilizando-se um sistema de rolos, seguido de um resfriamento. Em relação à estrutura de um lingote de aço produzido via lingotamento contínuo, é incorreto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • a solidificação ocorre de fora (parte mais fria) para dentro (parte mais quente)


ID
1996945
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Propriedades que apresentam anisotropia em monocristais podem ser isotrópicas em policristais. Isto ocorre porque todas as direções são equivalentes, visto que em todas elas há um grande número de grãos aleatoriamente orientados. Assinale a afirmativa correta sobre os monocristais anisotrópicos.

Alternativas

ID
1996948
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

O conceito de solução sólida compreende uma distribuição entre átomos ou moléculas de um componente poder se acomodar na estrutura do outro componente. Uma solução sólida pode ser substitucional (o átomo do soluto pode substituir um átomo do solvente) ou intersticial (o átomo do soluto pode ocupar uma posição intersticial entre átomos do solvente). São características dos átomos do soluto e do solvente que determinam o grau, conforme o qual o primeiro se dissolve no segundo em uma solução sólida, exceto a(s)

Alternativas

ID
1996951
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Os átomos podem se difundir mais rapidamente em determinadas regiões, especialmente se são de alta concentração de energia. Do ponto de vista energético, a energia de ativação necessária para a difusão varia consideravelmente em diferentes regiões. São regiões em um estado de maior energia, exceto:  

Alternativas

ID
1996957
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

A segregação de átomos, um dos fenômenos metalúrgicos mais importantes, ocorre em determinadas regiões sob a influência de alguns fatores. A região em que os átomos de impureza se segregam preferencialmente é

Alternativas

ID
1996960
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

O tratamento de envelhecimento em uma liga Al-4%Cu é muitas vezes empregado para melhorar suas propriedades mecânicas. Analise os fatores abaixo que podem afetar diretamente o resultado desse tratamento.

I. Tempo.

II. Temperatura.

III. Composição química.

Estão corretos os fatores

Alternativas

ID
1996963
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

O conhecimento dos parâmetros cristalinos é de fundamental importância para a ciência e engenharia de materiais. Assinale a alternativa que apresenta a definição de célula unitária.

Alternativas

ID
1996966
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

A estrutura cristalina cúbica de face centrada está presente em diversos materiais de grande uso, inclusive no campo industrial. Utilizando o modelo atômico de esfera rígida e considerando o raio atômico de 0,1445 nm, o volume da célula unitária da prata será de

Alternativas
Comentários
  • Volume de uma célula CFC = 16 x R^3 x 2^1/2 = 0,068 nm³


ID
1996972
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade na qual os átomos se dispõem em relação a seus vizinhos, sendo divididos em categorias, como cristalinos, em que existe um ordenamento de longo alcance, ou amorfos, onde este ordenamento inexiste. Os cristalinos se subdividem em monocristalinos e policristalinos. São características dos materiais policristalinos, exceto:

Alternativas

ID
1996984
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Materiais cerâmicos são amplamente empregados na siderurgia, inclusive na constituição dos fornos utilizados no processo de produção. A característica destes materiais que possibilita esta aplicação é a baixa

Alternativas

ID
1996987
Banca
CIAAR
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Metalurgia

Uma importante e amplamente usada classe de materiais na indústria, e mesmo no cotidiano, é a de materiais poliméricos, justamente pela ótima aplicabilidade, ou seja, uma vasta gama de utilizações em função das propriedades que oferecem. São características dos materiais poliméricos, exceto:

Alternativas