SóProvas


ID
2611531
Banca
COPERVE - UFSC
Órgão
UFSC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Diferentes teorias vêm sendo desenvolvidas buscando compreender a dinâmica das organizações ao longo do tempo e enfatizando diferentes aspectos, prescrições e análises, quer sejam opostas ou complementares. Em relação a esse tema, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.


I. A teoria da dependência de recursos tem fortes vínculos com o modelo da economia política das organizações e com a abordagem do intercâmbio da dependência. Ela também incorpora a abordagem das organizações segundo a teoria da contingência.

II. Em relação às contradições e aos paradoxos organizacionais a respeito da burocracia, temos discussões que salientam os conflitos entre burocrata e público, cujas fontes estruturais estão relacionadas com a tendência ao tratamento formal e impessoal por parte do primeiro, quando o segundo deseja uma atenção especial e individualizada.

III. De acordo com Max Weber, nas burocracias, a seleção, a promoção e o avanço na carreira devem ser regulados por normas claras e devem se basear em critérios objetivos de competência, não em favoritismos. As relações pessoais podem ser usadas para a obtenção de informações que ajudem a diferenciar candidatos e empregados em processos avaliativos.

IV. Apesar de sofrer algumas críticas, a teoria da contingência persiste como uma parte importante da literatura acerca das organizações. Pode-se dizer que sua maior contribuição tenha sido a de enfatizar a importância do ambiente para as organizações. Esse foco ambiental veio a dominar a teoria organizacional contemporânea.

V. O movimento toyotista de produção foi caracterizado por práticas como gestão participativa, integração horizontal, estabilidade e cidadania corporativa, cultura organizacional forte, empregabilidade, ferramentas como Kanban e Just in time, círculos de qualidade e qualidade total, melhoria de processos e mudança (Kaizen).

Alternativas
Comentários
  • I. A teoria da dependência de recursos tem fortes vínculos com o modelo da economia política das organizações e com a abordagem do intercâmbio da dependência. Ela também incorpora a abordagem das organizações segundo a teoria da contingência.

      Para Hall (1984), o modelo de dependeência de recursos tem fortes vínculos com a economia política das organizações, com a abordagem do intercâmbio da dependência e com a teoria da contingência - neste último caso por considerar as contigências ambientais e a inexistência e uma única maneira melhor de administrar, embora divirja dessa perspectiva no que diz respeito ao papel ativo das organizações.

     

    II. Em relação às contradições e aos paradoxos organizacionais a respeito da burocracia, temos discussões que salientam os conflitos entre burocrata e público, cujas fontes estruturais estão relacionadas com a tendência ao tratamento formal e impessoal por parte do primeiro, quando o segundo deseja uma atenção especial e individualizada.

    Burocracia e sociedade
    ► Aproximação e intermediação com grupos de interesse especializados: informação e
    cooperação (grupos secundários, corpos intermediários).
    ► Conselhos consultivos: canalização de influências, diminuição da fragmentação de
    fóros.
    ► Regramento: conflitos de interesses, corrupção,...

    ► Autoridade permanece nas mãos do poder público.
    ► Influências do passado e contexto de cada país no formato das relações.

     

    IV. Apesar de sofrer algumas críticas, a teoria da contingência persiste como uma parte importante da literatura acerca das organizações. Pode-se dizer que sua maior contribuição tenha sido a de enfatizar a importância do ambiente para as organizações. Esse foco ambiental veio a dominar a teoria organizacional contemporânea.

    A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto, ou seja, tudo é relativo nas organizações ou na teoria administrativa. Existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos nas organizações.

     

  • III. De acordo com Max Weber, nas burocracias, a seleção, a promoção e o avanço na carreira devem ser regulados por normas claras e devem se basear em critérios objetivos de competência, não em favoritismos. As relações pessoais podem ser usadas para a obtenção de informações que ajudem a diferenciar candidatos e empregados em processos avaliativos.

    Segundo Weber, a Burocracia deve evitar lidar com elementos humanos, como a raiva, o ódio, o amor, ou seja, as emoções e as irracionalidades. As pessoas devem ser promovidas por mérito, e não por ligações afetivas. O poder é ligado não às pessoas, mas aos cargos – só se tem o poder em decorrência de estar ocupando um cargo.

     

    V. O movimento toyotista de produção foi caracterizado por práticas como gestão participativa, integração horizontal, estabilidade e cidadania corporativa, cultura organizacional forte, empregabilidade, ferramentas como Kanban e Just in time, círculos de qualidade e qualidade total, melhoria de processos e mudança (Kaizen).

    Toyotismo sustentado pelos princípios da “autonomação” e do “Just In Time”, com orientação da produção por demanda (ou seja, só é produzido a quantidade exata requisitada pela procura) e flexibilização do trabalho e da mão-de-obra. O Sistema Toyota de Produção quebra o paradigma da produção em massa, desenvolvida por Ford, típica da grande indústria com seus excessos, e traz a racionalidade e economia para o processo de produção.

  • O que tem de errado com a V

  • o movimento toyotista não fala de gestão participativa, de cidadania corporativa nem de empregabilidade

  • Deu para perceber que nem o professor do QC soube responder a questão.

    A questão saiu do livro Teoria Geral da Administração (MOTTA; VASCONCELOS, 2006).

    O erro da assertiva III é a última parte. O examinador inventou aquilo.

    O erro da assertiva V é somente a palavra "empregabilidade". Veja:

    No livro tem uma figura mostrando as características do Modelo Toyotista de Produção, que são:

    • Gerência participativa
    • Integração horizontal
    • Estabilidade e "cidadania corporativa"
    • Cultura organizacional forte
    • Ferramentas como Kanban e Just in time
    • Círculos de qualidade e qualidade total
    • Melhoria de processos e mudança (Kaizen)

    Note que o único elemento que não foi citado aqui é empregabilidade.

    MOTTA, F. C. P.; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria Geral da Administração. São Paulo: CENGAGE, 2006.