SóProvas


ID
2793265
Banca
FCC
Órgão
Prefeitura de Macapá - AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                     Pensamento crítico de José Saramago


      Brilhante provocador intelectual, consciência insatisfeita, duro polemista e detonador de conformismos, além de refinado analista e observador atento de seu tempo, o escritor português José Saramago assumiu, com visível energia a partir da década de 1990, a função crítica do homem de cultura envolvido pelo pulsar de seu tempo. Concernido pelo mundo e pela natureza do ser humano, empreendeu a tarefa de desestabilizar, mediante o questionamento, uma realidade social que julgou opaca, confusa e injusta.

      Saramago destacava “a necessidade de abrir os olhos” e, como Aristóteles, apegava-se à obrigação de elevar o julgamento ao nível da maior lucidez possível. Essa busca exigente das facetas ocultas da verdade – “as verdades únicas não existem: as verdades são múltiplas, só a mentira é global”, garante – o conduziria a explorar o outro lado do visível, circulando por caminhos que escapavam ao costume. Tratava-se, em resumo, de procurar enxergar com clareza, para o que se tornava iniludível a tarefa de revelar e resgatar as omissões. Iluminar e desentranhar o real constituía uma aspiração central de seu pensamento.

      Com base nesses pressupostos, enfrentou o que chamava pensamento único – ou pensamento zero, como também o qualificava – opondo-lhe a resistência de uma autêntica barricada moral e intelectual. Suas visões alternativas foram expressas com a clareza e a autonomia de um livre-pensador que reage contra as deformações dos mitos e as limitações das versões oficiais. Praticou, como o filósofo francês Voltaire, a dúvida sistemática, reagindo com firmeza à indolência da frase que diz “sábio é aquele que se contenta com o espetáculo do mundo”, defendida pelo poeta Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.

(Comentário sem indicação autoral ao livro As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 453-454) 

Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na frase:

Alternativas
Comentários
  • Gab.

     

    E) Enquanto não se fazem as análises ...

     

    => SE (Part. apassivadora) + VTD (fazem) + Suj. é OD (as análises) 

    (voz passiva sintética)

     

    voz passiva =>  quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo

                         

    Pra saber se está na passiva sintética :

     

    1º -> olha se o verbo é VTD ou VTDI na 3ª do sing. ou plural.

    2º -> olha se o pronome ''se'' é particula apassivadora

    3º-> olha se o sujeito é o objeto direto do verbo.

     

    Q930826 parecida que a colega Queh comentou e meus créditos a ela.

     

    Bons estudos.

  • Esse foi meu raciocínio:

    a)A dúvida sistemática a que se entregou Saramago em seus textos mais maduros parecem derivar de suas leituras de Voltaire. 

    Saramago se entregou à dúvida sistemática. VOZ REFLEXIVA (entregou a si mesmo).

     b)A poucas pessoas costumam ocorrer que os dados da realidade vivem muito mais de uma aparência de verdade por trás da qual se oculta a verdade efetiva. 
    A poucas pessoas costuma ocorrer... (Concordância)

     c)Assim como Aristóteles se empenhava na clareza do pensamento, assim também sucedem aos grandes escritores espelhar-se na filosofia clássica. 
    Aprendi que Voz Passiva acontece quando há VTD ou VTDI. Então descartei a alternativa por ter "NA" após ambos os pronomes. Poís "em" é preposição e "em+a" = "na". E como, na voz passiva sintética, pronome apassivador antecede o sujeito paciente e esse não pode vir preposicionado, descartei a alternativa. 

    Ou seja, ao ler uma alternativa que venha a ser uma possível Voz Passiva Sintética, eu já observo se há concordância verbal e se o sujeito paciente está ou não preposicionado.

    Deixo claro que não li sobre esse raciocínio em lugar nenhum, mas é assim que eu tenho analisado as questões. Se alguém souber de uma regra que torne essa análise incorreta, me avise por favor.

     d)Em mais de um texto Saramago defendeu a ideia de que a História não é mais que uma narrativa parcial, uma vez que faltariam aos fatos a versão dos derrotados. 

    Saramago defendeu a ideia. ​Voz ativa. 

     e)Enquanto não se fazem as análises possíveis de um acontecimento, é importante que se desconfie das omissões e lacunas de quem o registra. GAB

  • Enquanto análises não são feitas. 

  • d)  uma vez que faltariam aos fatos a versão dos derrotados. 

     

    ORDEM DIRETA

    uma vez que a versão dos derrotados FALTARIA aos fatos 

  • a) A dúvida sistemática a que se entregou Saramago em seus textos mais maduros parecem derivar de suas leituras de Voltaire. 

    A dúvida parece derivar de suas leituras de Voltaire.

     

    b) A poucas pessoas costumam ocorrer que os dados da realidade vivem muito mais de uma aparência de verdade por trás da qual se oculta a verdade efetiva. 

    Costuma ocorrer a poucas pessoas que os dados...

     

    c) Assim como Aristóteles se empenhava na clareza do pensamento, assim também sucedem aos grandes escritores espelhar-se na filosofia clássica. 

    Sucede aos grandes escritores espelhar-se...

     

    d) Em mais de um texto Saramago defendeu a ideia de que a História não é mais que uma narrativa parcial, uma vez que faltariam aos fatos a versão dos derrotados. 

    A versão dos derrotados faltaria aos fatos...

     

    e) Enquanto não se fazem as análises possíveis de um acontecimento, é importante que se desconfie das omissões e lacunas de quem o registra. 

  • Gabarito: E


    A) A dúvida sistemática a que se entregou Saramago em seus textos mais maduros parecem derivar de suas leituras de Voltaire. 

    A dúvida sistemática parece derivar de suas leituras de Voltaire a que se entregou Saramago em seus textos mais maduros. ( o se é reflexivo);

    B) A poucas pessoas costumam ocorrer / que os dados da realidade vivem muito mais de uma aparência de verdade por trás da qual se oculta a verdade efetiva. 

    Isso costuma ocorrer a poucas pessoas. ( sujeito oracional, deixando o verbo necessariamente na 3ª pessoa do singular);

    C) Assim como Aristóteles se empenhava na clareza do pensamento, assim também sucedem aos grandes escritores espelhar-se na filosofia clássica. ( Se é parte integrante do verbo);

    D) Em mais de um texto Saramago defendeu a ideia de que a História não é mais que uma narrativa parcial, uma vez que faltariam aos fatos a versão dos derrotados. (oração na voz ativa)

    E) Enquanto não se fazem as análises possíveis de um acontecimento, é importante que se desconfie das omissões e lacunas de quem o registra. ( fazer VTD+ Se-> partícula apassivadora).


    Gente, qualquer erro é só avisar! Bons estudos!

  • e) Enquanto não se fazem as análises possíveis de um acontecimento, é importante que se desconfie das omissões e lacunas de quem o registra. 

     o

  • Alguém me explica por que a letra "E" é a correta, se o verbo "desconfiar" é VTI. Logo, não deveria caber voz passiva.

  • Dudu,

    Na primeira oração ("Enquanto não se fazem as análises possíveis de um acontecimento"), o verbo FAZER é VTD, concordando no plural com o termo "as análises possíveis". Assim, o SE desse trecho é da partícula apassivadora, caracterizando a voz passiva ==> não se fazem = não são feitas

    SE como partícula apassivadora: VTD e VTDI

    SE como índice de indeterminação do sujeito: VL, VI e VTI (verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular)

  • Inspire...expire...e vá em frente!

  • "se oculta" não é P.A (Questão B) ?

  • Letra-E

    voz passiva ==> não se fazem = não são feitas

  • c) parte integrante do verbo

    e) Enquanto não se fazem(VTD) as análises possíveis de um acontecimento, é importante que se desconfie das omissões e lacunas de quem o registra. 

    Se-> partícula apassivadora