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Prova FACET Concursos - 2020 - Prefeitura de Capim - PB - Auxiliar de Consultório Dentário


ID
5045803
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • A questão é de interpretação de texto e quer que marquemos a opção CORRETA de acordo com o texto. Vejamos:

     . 

    A) Júlio teve a mesma intensidade de paixão por todas as mulheres que conheceu.

    Errado. As paixões de Júlio não tiveram a mesma intensidade. De acordo com o texto, em relação a Nevinha, Júlio "pensava nela e queria ir correndo encontrá-la"; por Teca ele "enamorou-se"; por Lúcia foi "amor a distância"; enlouqueceu mesmo foi pela Paula"; "conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos".

     . 

    B) Júlio se apaixonou, mais ardentemente, por Paula, que marcou toda a sua vida.

    Certo. De acordo com o texto, Júlio "enlouqueceu mesmo foi pela Paula".

     . 

    C) Lúcia foi a mulher que despertou a mais forte das paixões em Júlio.

    Errado. De acordo com o texto, Paula foi a mulher que despertou a mais forte das paixões em Júlio. Lúcia foi um "amor a distância".

     . 

    D) Camila, com quem Júlio acabou se casando, foi verdadeiramente a mulher por quem se apaixonou.

    Errado. De acordo com o texto, Júlio se casou com Camila, mas "enlouqueceu mesmo foi pela Paula".

     . 

    E) Nevinha foi a maior paixão da vida de Júlio.

    Errado. De acordo com o texto, Paula foi a maior paixão da vida de Júlio. Nevinha foi uma rápida paixão que Júlio teve aos oito anos de idade.

     . 

    Gabarito: Letra B

  • Que bonito esse texto, bem poético !

    Gabarito B

  • Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    Júlio teve a mesma intensidade de paixão por todas as mulheres que conheceu.

    B

    Júlio se apaixonou, mais ardentemente, por Paula, que marcou toda a sua vida.

    C

    Lúcia foi a mulher que despertou a mais forte das paixões em Júlio.

    D

    Camila, com quem Júlio acabou se casando, foi verdadeiramente a mulher por quem se apaixonou.

    E

    Nevinha foi a maior paixão da vida de Júlio.


ID
5045806
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • A questão é de interpretação de texto e quer que marquemos a opção INCORRETA de acordo com o texto. Vejamos:

     . 

    A) Bonetti, pai de Paula, reprovou a separação da filha e acabou morrendo por desgosto com esse fato.

    Errado. Em nenhum momento o texto traz essas afirmações. O que sabemos, de acordo com o texto, é que Bonetti morreu dormindo, e não de desgosto.

     . 

    B) A imagem de Paula passou a figurar como tema nas telas de pintura produzidas por Júlio.

    Certo. De acordo com o texto, Júlio "decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas.".

     . 

    C) Júlio tornou-se um pintor reconhecido.

    Certo. De acordo com o texto, "Os colegas gostaram [dos quadros de Júlio] e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios.".

     . 

    D) Paula, depois de separada e de ter morado nos Estados Unidos, regressa ao Brasil, fixando-se em São Paulo.

    Certo. De acordo com o texto, "quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.".

     . 

    E) Júlio e Bornetti permaneceram amigos por toda a vida.

    Certo. De acordo com o texto, Paula afirma: "Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.".

     . 

    Gabarito: Letra A

  • "Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois."

  • Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    Bonetti, pai de Paula, reprovou a separação da filha e acabou morrendo por desgosto com esse fato.

    B

    A imagem de Paula passou a figurar como tema nas telas de pintura produzidas por Júlio.

    C

    Júlio tornou-se um pintor reconhecido.

    D

    Paula, depois de separada e de ter morado nos Estados Unidos, regressa ao Brasil, fixando-se em São Paulo.

    E

    Júlio e Bornetti permaneceram amigos por toda a vida.


ID
5045809
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Marque a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva E

    loucura de Júlio por Paula

    Amor idealizado, que não se conclui fisicamente.

  • A questão é de interpretação de texto e quer que marquemos a opção CORRETA de acordo com o texto. Vejamos:

     . 

    A) O personagem Júlio sempre foi muito promíscuo em suas relações sentimentais.

    Errado. De acordo com o texto, não há que se falar em promiscuidade (imoralidade) nas relações sentimentais de Júlio, já que suas paixões foram "sadias".

     . 

    B) Teca é a personagem central da narrativa.

    Errado. De acordo com o texto, Paula é a personagem central da narrativa.

     . 

    C) Todas as atenções da narrativa estão centradas na personagem Nevinha.

    Errado. De acordo com o texto, todas as atenções da narrativa estão centradas na personagem Paula, por quem Júlio foi extremamente apaixonado.

     . 

    D) A personagem Camila está focalizada desde o início da narrativa, atraindo para si o olhar apaixonado de Júlio.

    Errado. De acordo com o texto, Camila aparece mais no fim da narrativa e foi Paula quem atraiu para si o olhar apaixonado de Júlio.

     . 

    E) A narrativa reconstitui as peripécias de sentimentos e paixões do personagem Júlio.

    Certo. A narrativa reconstitui as peripécias (aventuras) de sentimentos e paixões do personagem Júlio. De acordo com o texto, com relação a Nevinha, Júlio "pensava nela e queria ir correndo encontrá-la"; por Teca ele "enamorou-se"; por Lúcia foi "amor a distância"; "enlouqueceu mesmo foi pela Paula"; "conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos".

     . 

    Gabarito: Letra E

  • Marque a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    O personagem Júlio sempre foi muito promíscuo em suas relações sentimentais.

    B

    Teca é a personagem central da narrativa.

    C

    Todas as atenções da narrativa estão centradas na personagem Nevinha.

    D

    A personagem Camila está focalizada desde o início da narrativa, atraindo para si o olhar apaixonado de Júlio.

    E

    A narrativa reconstitui as peripécias de sentimentos e paixões do personagem Júlio.


ID
5045812
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

O texto, predominantemente, é:

Alternativas
Comentários
  • Texto predominantemente narrativo. Nesse tipo de texto, predomina o emprego do pretérito, contar um fato ficto ou não, que aconteceu em determinado tempo e lugar.

  • por isso amo estudar português em concursos, antes da metade do texto marquei o gabarito, porém voltei na questão pra terminar o texto e juro que quase chorei com o final... sinceramente é assim que acontece na vida real!! aquelas paixões de criança que nunca mais veremos... Quando temos mais idade surgem aqueles amores do 4° e 5°ano que deixam sdds e quando nos dermos conta estamos no ginásio (6°ao9°ano) e mais uma vez se disperta uma paixão, agora mais viável porém ainda não há maturidade e os amores logo se vão!! Ao chegar no ensino médio vc conhece a menina(o) dos seus sonhos mas depois se frustam e terminam. Daí vc começa estudar pra concurso e sem querer se apaixona de novo, agora, por uma princesa da igreja na qual vc fica pensando se um dia teriamos um "felizes para sempre", e enquanto isso acontece sigamos estudando para concursos!!! sobre a questão kkkkk: gabarito C (texto narrativo) AVANTE!!!
  • E eis que no final do texto surge a sua cola

    Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

  • PC-PR 2021

  • NARRATIVO: conta uma história, relata um acontecimento no pretérito perfeito ou no presente histórico.

    Há uma evolução cronológica: antes e depois.

    DESCRITIVO: caracteriza, qualifica cenas, paisagens e personagens. Ocorre no pretérito imperfeito ou presente.

    As ações são simultâneas, estáticas.

    DISSERTATIVO: discorre, discute. Pode ser:

    EXPOSITIVO/INFORMATIVO: fatos por si só.

    ARGUMENTATIVO: fatos para comprovar opinião.


ID
5045821
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Releia e responda: “Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.” Dê a classificação morfológica respectiva dos termos sublinhados, considerando a inserção na sentença:

Alternativas
Comentários
  • Gab letra C: " Louco para tomar-lhe as mãos (suas mãos, as mão dela), e dizer-lhe (dizer à ela)

  • Os pronomes possessivos são os tipos de pronomes que fazem uma referência às pessoas do discurso indicando uma relação de posse. Os pronomes possessivos mantêm uma estreita relação com os pronomes pessoais pois indicam aquilo que cabe ou pertence aos seres indicados pelos pronomes pessoais. 

    Exemplos:

    • Essa caneta é minha? (o objeto possuído é a caneta, que pertence à 1ª pessoa do singular)
    • O computador que está em cima da mesa é meu. (o objeto possuído é o computador, que pertence à 1ª pessoa do singular)
    • sua bolsa ficou na escola. (o objeto possuído é a bolsa, que pertence à 3ª pessoa do singular)
    • Nosso trabalho ficou muito bom. (o objeto possuído é o trabalho, que pertence à 1ª pessoa do plural)

  • O cão mordeu-lhe na perna.

    Refira-se que, na oração apresentada, o -lhe, pronome pessoal átono, assume o valor de possessivo, porque substitui, por exemplo, a sua ou é equivalente à construção possessiva a... dele: «o cão mordeu na sua perna» ou «o cão mordeu na perna dele». Este uso do possessivo é, no entanto, dispensável, porque quando nos referimos a partes do corpo, é possível omitir o pronome possessivo (é um caso de ). Neste caso, o pronome pessoal átono funciona como um possessivo: «o cão mordeu-lhe na perna» = «o cão mordeu na sua perna/na perna dele».

    assim ocorre na questão dada:

    Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.

    Louco para tomar as suas mãos e dizer para ela (dizer-lhe) ( pronome pessoal do caso reto) : Eu te amo, Paula.

    Estou retomando os estudos e confesso que foi uma novidade saber que o lhe, também, assume a função de pronome possessivo.

  • Louco para tomar as mãos dela ( adjunto adnominal) e dizer a ela ( objeto indireto ).

    A crase é proibida antes de pronomes pessoais.

    Lembrem-se: O "lhe" será adjunto adnominal, quando apresentar sentido de posse, logo terá valor de pronome possesivo.

    EX: Cortou-lhe o braço / Cortou o braço dele.

    Pega-lhe na mão / Pega na mão dele.

    Fonte: Fernando pestana.

  • Se a questão parecer muito fácil, fique com um pé atrás!

  • Resposta correta: A

    O enunciado pede análise MORFOLÓGICA e morfologicamente o -LHE só pode ser PRONOME PESSOAL.

  • Releia e responda: “Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.” Dê a classificação morfológica respectiva dos termos sublinhados, considerando a inserção na sentença:

    Alternativas

    A

    pronome pessoal / pronome pessoal

    B

    pronome possessivo / pronome possessivo

    C

    pronome possessivo / pronome pessoal

    " Louco para tomar-lhe as mãos (suas mãos, as mão dela), e dizer-lhe (dizer à ela)

    Os pronomes possessivos são os tipos de pronomes que fazem uma referência às pessoas do discurso indicando uma relação de posse. Os pronomes possessivos mantêm uma estreita relação com os pronomes pessoais pois indicam aquilo que cabe ou pertence aos seres indicados pelos pronomes pessoais. 

    Exemplos:

    • Essa caneta é minha? (o objeto possuído é a caneta, que pertence à 1ª pessoa do singular)
    • O computador que está em cima da mesa é meu. (o objeto possuído é o computador, que pertence à 1ª pessoa do singular)
    • sua bolsa ficou na escola. (o objeto possuído é a bolsa, que pertence à 3ª pessoa do singular)
    • Nosso trabalho ficou muito bom. (o objeto possuído é o trabalho, que pertence à 1ª pessoa do plural)

    O cão mordeu-lhe na perna.

    Refira-se que, na oração apresentada, o -lhe, pronome pessoal átono, assume o valor de possessivo, porque substitui, por exemplo, a sua ou é equivalente à construção possessiva a... dele: «o cão mordeu na sua perna» ou «o cão mordeu na perna dele». Este uso do possessivo é, no entanto, dispensável, porque quando nos referimos a partes do corpo, é possível omitir o pronome possessivo (é um caso de ). Neste caso, o pronome pessoal átono funciona como um possessivo: «o cão mordeu-lhe na perna» = «o cão mordeu na sua perna/na perna dele».

    assim ocorre na questão dada:

    Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.

    Louco para tomar as suas mãos e dizer para ela (dizer-lhe) ( pronome pessoal do caso reto) : Eu te amo, Paula.

    Estou retomando os estudos e confesso que foi uma novidade saber que o lhe, também, assume a função de pronome possessivo.

    Louco para tomar as mãos dela ( adjunto adnominal) e dizer a ela ( objeto indireto ).

    A crase é proibida antes de pronomes pessoais.

    Lembrem-se: O "lhe" será adjunto adnominal, quando apresentar sentido de posse, logo terá valor de pronome possesivo.

    EX: Cortou-lhe o braço / Cortou o braço dele.

    Pega-lhe na mão / Pega na mão dele.

    D

    pronome relativo / pronome pessoal

    E

    pronome pessoal / pronome relativo


ID
5045824
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Releia e responda: “Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou.” Qual é a relação que o conectivo grifado estabelece com a construção antecedente?

Alternativas
Comentários
  • GAB B

    Guarde as conjunções adversativas mais usadas!

    Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante.

  • A questão é sobre conjunções e quer saber o valor semântico da conjunção destacada em Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou.”. Vejamos:

     . 

    Conjunções coordenativas são as que ligam termos ou orações de mesmo valor. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

    Conjunções subordinativas são as que tornam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Com exceção das conjunções integrantes (que introduzem orações substantivas), essas conjunções introduzem orações adverbiais e exprimem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, fim, tempo e proporção).

     . 

    A) finalidade

    Errado.

    Conjunções subordinativas finais: têm valor semântico de finalidade, objetivo, intenção, intuito...

    São elas: a fim de que, para que, que e porque (= para que)

    Ex.: Fazemos tudo, a fim de que você passe nas provas.

     . 

    B) adversidade

    Certo. "Mas" tem valor semântico de adversidade.

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

    Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.

     . 

    C) negação

    Errado. Não há conjunção com valor de negação.

     . 

    D) tempo

    Errado.

    Conjunções subordinativas temporais: têm valor semântico de tempo, relação cronológica...

    São elas: logo que, quando, enquanto, até que, antes que, depois que, desde que, desde quando, assim que, sempre que...

    Ex.: Enquanto todos saíam, eu estudava.

     . 

    E) condição

    Errado.

    Conjunções subordinativas condicionais: têm valor semântico de condição, pré-requisito, algo supostamente esperado...

    São elas: se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, dado que...

    Ex.: Se você estudar muito, passará no concurso.

     . 

    Gabarito: Letra B

  • ~> POrCO ENTRE NO MATO

    1. PORÉM,
    2. CONTUDO
    3. ENTRETANTO,
    4. NO ENTANTO
    5. MAS,
    6. TODAVIA,

  • Releia e responda: “Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou.” Qual é a relação que o conectivo grifado estabelece com a construção antecedente?

    Alternativas

    A

    finalidade

    B

    adversidade

    C

    negação

    D

    tempo

    E

    condição


ID
5045827
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Releia e responda: “Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.” Dê a classificação respectiva das palavras grifadas, quanto à acentuação gráfica:

Alternativas
Comentários
  • E - CreScente: SV + Vogal -- Tá crescendo e aprendendo as vogais

    Decrescente: V + SV

    Velório e Cemitério: I(SV) + O(vogal)

    Semivogais: I e U

    Vogais: A< E< O

  • réguas das vogais

    a

    o

    e

    i/u

    velório -----> do i para o O sobre ( crescente)

  • Questão polêmica, pois envolve duas proparoxítonas eventuais, é quando uma palavra termina em ditongo crescente e pode ser analisada como formação de hiato ou como ditongo crescente, mas é acentuada em ambos os casos.

    Vamos analisar:

    ve-ló-rio (nesse caso recebe acento por ser paroxítona terminada em ditongo)

    ve-ló-ri-o (nesse caso recebe acento por ser uma proparoxítona, pois o hiato formou mais uma silaba)

    O mesmo ocorre na palavra cemitério.

    Bons estudos, colegas!

  •  o ditongo pode ser classificado em:

    a) Ditongo decrescente: ocorre quando a vogal vem antes da semivogal.

    b) Ditongo crescente: ocorre quando a semivogal vem antes da vogal.

  • Semivogais: I e U

    Vogais: A< E< O

  • velório - Ditongo crescente (Semivogal para vogal). Semivogais: I e U

    Cemitério - Ditongo crescente (Semivogal para vogal). Semivogais: I e U

    GAB. E

  • Comentário de um colega aqui do QCONCURSO e que pra mim deu certo.

    Numerar as vogais de acordo com seu grau:

    A = 3

    E / O = 2

    I / U = 1

    então, sempre que vcs se depararem com questões iguais a essas, faz por enumeração, se for do 3 para o 2 ou 1, decrescente, se for do 1 para o 2 ou 3, crescente.

    Ex: ve-ló-rio ( ve-ló-r12) - crescente.

  • Releia e responda: “Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.” Dê a classificação respectiva das palavras grifadas, quanto à acentuação gráfica:

    Alternativas

    A

    oxítona / proparoxítona

    B

    paroxítona terminada em ditongo decrescente / paroxítona terminada em ditongo crescente

    C

    paroxítona terminada em ditongo decrescente / paroxítona terminada em ditongo decrescente

    D

    paroxítona terminada em ditongo crescente / paroxítona terminada em ditongo decrescente

    E

    paroxítona terminada em ditongo crescente / paroxítona terminada em ditongo crescente


ID
5045830
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda a questão pertinente:

Louco amor
(Ferreira Gullar)

    Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las. “No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.
    Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida.
    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revê-la. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.
    Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.
    Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.
    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, entranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada.
    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixando-se em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.
    Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.
    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”
    Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.

Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

Releia e responda: “Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes.” Considerando a aplicação das regras relativas ao uso dos sinais de pontuação, marque a alternativa que indica o papel desempenhado pela assinalação das vírgulas na sentença sublinhada:

Alternativas
Comentários
  • GAB E

    Um dos usos "obrigatórios" da vírgula é para separar enumerações e certa repetições.

    Se ele falar que separa termos de mesma função ESTÁ CERTO TAMBÉM.

    Adendo:

    Vírgula no final da enumeração e tipo um "etc".

    Exemplos:

    Gosto de maça, banana, uvaabacate.

  • Assertiva D

    separação de termos ordenados numa sequência lógica

    o perfil bem desenhado,

    1 o nariz,

    2 os lábios,

    3 os olhos inteligentes

  • Acertei, porém a Letra D não está errada

  • Releia e responda: “Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes.” Considerando a aplicação das regras relativas ao uso dos sinais de pontuação, marque a alternativa que indica o papel desempenhado pela assinalação das vírgulas na sentença sublinhada:

    Alternativas

    A

    marcação de pausa entre vocábulos incoerentes

    B

    marcação de pausa entre termos opositivos

    C

    separação de expressão apositiva

    D

    separação de termos ordenados numa sequência lógica

    E

    separação de palavras antônimas

    Antónimo ou antônimo é a palavra cujo significado seja contrário, oposto ou inverso ao de outra. O emprego de antónimos na construção de frases é um dos recursos estilísticos que conferem ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que chame atenção do leitor ou do ouvinte.


ID
5297836
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Louco amor

(Ferreira Gullar)


     Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las.

“No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.

     Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida. 

     Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revêla. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.

     Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.

     Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.

    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, estranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada. 

    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixandose em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.

     Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.

    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”

     Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.


Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

A passagem adiante servirá de base para a próxima questão:

A coisa nasceu sem que ele se desse conta, que a via como uma menina.”


A que se refere o termo destacado “coisa”?

Alternativas
Comentários
  • LETRA D.

    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina.

  • A passagem adiante servirá de base para a próxima questão:

    A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina.”

    A que se refere o termo destacado “coisa”?

    Alternativas

    A

    profissão de pintor de Júlio

    B

    visita de Júlio à casa de Teca

    C

    amor de Júlio por Camila

    D

    loucura de Júlio por Paula

    Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina.

    E

    atração de Júlio por Nevinha


ID
5297839
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Louco amor

(Ferreira Gullar)


     Era dado a paixões, desde menino. Na escola, aos oito anos, sentava-se ao lado de Nevinha, que tinha a mesma idade que ele e uns olhos que pareciam fechados: dois traços no rosto redondo e sorridente. Quando se vestia, de manhã cedo, para ir à escola, pensava nela e queria ir correndo encontrá-la. Puxava conversa a ponto da professora ralhar. Mas, chegaram as férias de dezembro, perguntou onde ela ia passá-las.

“No inferno”, respondeu. Ele se espantou, ela riu. “É como minha mãe chama o sítio de meus avós em Codó.” No ano seguinte, sua mãe o matriculou numa escola mais perto de sua casa e ele nunca mais viu Nevinha.

     Na nova escola, enamorou-se de Teca, que tinha duas tranças compridas caídas nos ombros. Era engraçada e sapeca, brincava com todo mundo e não dava atenção a ele. Já no ginásio, foi a Lúcia, de olhos fundos, silenciosa, quase não ria. Amor à distância. Uma vez ela deixa cair o estojo de lápis e ele, prestimoso, o juntou no chão, e lhe entregou. Ela riu, agradecida. 

     Enlouqueceu mesmo foi pela Paula, de 15 anos, quando ele já tinha 22 e se tornara pintor. Era filha de Bonetti, seu professor na Escola de Belas Artes e cuja casa passou a frequentar, bem como outros colegas de turma. A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina. Mas, certo dia, acordou com a lembrança dela na mente, o perfil bem desenhado, o nariz, os lábios, os olhos inteligentes. Ela era muito inteligente, falava francês, já que vivera com os pais em Paris e lá estudara. A partir daquela manhã, quando visitava o professor era, na verdade, para revêla. De volta a seu quarto, no Catete, sentia sua falta e inventava pretextos para visitas. Ficava a olhá-la, o coração batendo forte, louco para tomar-lhe as mãos e dizer-lhe: “Eu te amo, Paula”.

     Mas não se atrevia, embora já não conseguisse pintar nem sair com os amigos sem pensar no momento em que declararia a ela o seu amor. Mas não o fazia e já agora custava a dormir e, quando dormia, sonhava com ela. Mas eis que, numa das visitas à casa do professor, não a encontrou. Puxou conversa com a mãe dela e soube que havia ido ao cinema com um primo. Quando chegou, foi em companhia dele, de mãos dadas. Era o Eduardo, que chegara dos Estados Unidos, onde se formara.

     Sentiu que o mundo ia desabar sobre sua cabeça, mal conseguia ver os dois, sentados no divã da sala, cochichando e rindo, encantados um com o outro.

    Agora, acordar de manhã era um suplício, já que a lembrança dela não lhe saía da cabeça. Evitava agora ir à casa de Bonetti, que, estranhando-lhe a ausência, telefonava para convidá-lo. Temia ir lá, mas terminava indo, porque pelo menos podia revê-la, mas voltava para casa arrasado. Muitas vezes nem entrava em casa, com medo de se defrontar com a insuportável realidade. Ficava pela rua andando à toa, até altas horas da noite. Decidiu entregar-se totalmente a sua pintura, comprou telas novas, tintas novas, mas postado em frente ao cavalete, tudo o que conseguia era pensar nela. “Então, vou fazer dela o tema de meus quadros”, decidiu-se e iniciou uma série de retratos dela, que eram antes alegorias patéticas e dolorosas. Os colegas gostaram e contaram ao Bonetti, que pediu para vê-los. Levou-lhe alguns dos quadros, que mereceram dele entusiasmados elogios. Paula, depois de elogiá-los, observou: “Ela parece comigo!”. Ele a fitou nos olhos: “Ela é você”. Sem entender, ela sorriu lisonjeada. 

    Paula e o primo se casaram e foram morar nos Estados Unidos. Júlio ganhou um prêmio de viagem ao exterior e foi conhecer os museus da Europa, fixandose em Paris, que era na época o centro irradiador de arte e literatura. De volta ao Brasil, conheceu Camila, com quem se casou e teve dois filhos, uma menina e um menino, que hoje estão casados e lhe deram netos. Quanto a Paula, de que nunca mais tivera notícias, soube que se separara do marido e voltara ao Brasil, indo morar em São Paulo.

     Júlio e Bonetti continuaram amigos. Já sem a mesma frequência, ia visitá-lo naquele mesmo apartamento de Botafogo, onde viveu com a mesma mulher, mãe de Paula. Morreu dormindo, como queria. Júlio foi ao velório, no Cemitério de São João Batista, onde ele encontrou Paula, quarenta anos depois.

    Ela estava sentada junto ao caixão, ao lado de uma moça. “Júlio foi amigo de meu pai a vida toda... Me conheceu menina.”

     Falou aquilo com toda a naturalidade. “Que estranha é a vida”, pensou ele, fitando o rosto da mocinha que jamais poderia ter sido filha sua.


Gullar, Ferreira. A alquimia na quitanda: artes, bichos e barulhos nas melhores crônicas do poeta. São Paulo: Três Estrelas, 2016.

A passagem adiante servirá de base para a próxima questão:

A coisa nasceu sem que ele se desse conta, que a via como uma menina.”


Aponte a relação de sentido fixado pelo convectivo grifado em relação à construção antecedente:

Alternativas
Comentários
  • ôh pegadinha marota!!

    Recordam-se dos conectivos:

    Serão usados para indicar as consequências do que foi afirmado.

    Conectivos: De forma que, tanto que, tal que, de maneira que, de modo que, de sorte que.

    Ex.: Os valores para participar do evento foram caros. De modo que poucas pessoas puderam participar.

    Ex.: A velocidade do desenvolvimento tecnológico é enorme. De forma que as pessoas deixaram de se surpreender com o surgimento de novas tecnologias.

    Por outro lado,

    Esses conectivos indicam uma relação de causa e efeito.

    Conectivos: Porque, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, pois.

    Ex.: Uma vez que os homens possuem o mesmo potencial intelectual que as mulheres, os seus salários deveriam ser equivalentes.

    Ex.: As campanhas contra a obesidade infantil são importantes já que elas podem ajudar efetivamente na conscientização dos pais sobre a doença.

    POR FIM (Gabariito)

    Servem para indicar ou passar a ideia de explicação.

    Conectivos: Que, porque, pois.

    Ex.: A proposta de redução da maioridade penal é inadequada, pois ela não afeta efetivamente as causas do aumento da criminalidade.

    Ex.: O governo deveria investir mais em saúde pública porque este é um direito básico da população.

    fonte: https://blog.enem.com.br/voce-sabe-usar-conectivos/

  • A passagem adiante servirá de base para a próxima questão:

    A coisa nasceu sem que ele se desse conta, já que a via como uma menina.”

    Aponte a relação de sentido fixado pelo convectivo grifado em relação à construção antecedente:

    Alternativas

    A

    explicação

    B

    concessão

    C

    finalidade

    D

    adição

    E

    consequência


ID
5297854
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Sobre a técnica de lavar as mãos, assinale a opção incorreta:

Alternativas

ID
5297857
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia

O NaOH é um composto químico de uso comum na odontologia. Diferentes concentrações são utilizadas em diferente funções, desde sanificação de condutos endodônticos, até como desinfecção de superfícies no consultório. Que nome pode ser dado a esse composto? Marque a alternativa correta:

Alternativas

ID
5297860
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Qual dos equipamentos abaixo é utilizado para a esterilização em vapor saturado de água? Marque a opção correta: 

Alternativas

ID
5297863
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

“A dentição permanente humana, se completa, contará com um total de ___ dentes.” Dentre as opções abaixo marque aquela que completa corretamente a lacuna do trecho citado.

Alternativas
Comentários
  • A dentição permanente humana, se completa, contará com um total de 32 dentes.

    Alternativa D


ID
5297866
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre as opções abaixo, qual aquela que corresponde a um pré-molar inferior, na notação odontológica?

Alternativas
Comentários
  • Dente 44 Primeiro pré-molar inferior direito.

    Alternativa E


ID
5297869
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

A temperatura é um fator que interfere nos materiais restauradores odontológicos durante sua manipulação em consultório. Qual a contribuição do resfriamento da Placa de Vidro, para o uso do Cimento de Ionômero de Vidro em Consultório odontológico? Marque a opção correta:

Alternativas

ID
5297872
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre os elementos dentáriosabaixo, em qual deles podemos encontrar o Tubérculo de Carabelli? Marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • Primeiros molares superiores - Letra E


ID
5297875
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Após exame clínico de uma criança de 8 anos, foi constatada uma inconsistência na notação do odontograma. Diante de seu conhecimento das etapas eruptivas dos elementos dentários, qual opção abaixo deve ser o erro?

Alternativas
Comentários
  • Elemento 18 apenas dos 17-21 anos


ID
5297878
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Um paciente que venha à USF, e após exame clínico seja diagnosticado o acúmulo de tártaro nos elementos 26, 27, 32, 31, 41 e 42, o paciente necessitará de raspagem em quais sextantes? Marque a opção correta:

Alternativas

ID
5297881
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Se dissermos que dado elemento 45 possui uma cárie em sua face que está voltada para o primeiro molar inferior direito, podemos dizer que a face cariada é a:

Alternativas

ID
5297884
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

A radiografia de um elemento dentário é importante exame complementar para diagnóstico de lesões de polpa e de raiz. Dentre as opções abaixo, qual a sequencia correta de processamento do filme radiografado? Marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • Seu comentário está desatualizada.

    LEI Nº 13.869/2019

    Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

  • Pronto, simples assim. Muito bom Steven.


ID
5297887
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre os materiais odontológicos abaixo, qual aquele mais indicado para a obturação de cavidade como curativo odontológico?

Alternativas

ID
5297890
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre as opções abaixo, marque aquela que corresponde a um instrumental utilizado no isolamento absoluto.

Alternativas
Comentários
  • INSTRUMENTAL....


ID
5297893
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre as opções abaixo qual o EPI mais recomendado para evitar a contaminação da mucosa nasal pelos aerossóis produzidos nos procedimentos odontológicos? Marque a opção correta:

Alternativas

ID
5297896
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Para verificar os contatos oclusais nas restaurações feitas nas faces oclusais, faz-se uso de papel carbono articular. Dentre as opções abaixo, qual representa o instrumental apropriado para manuseio do papel carbono articular? Marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • É Pinça de "Muller" e não Miller


ID
5297899
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

A ANVISA é o órgão que regulamenta o descarte de resíduos perfuro-cortantes. Dentre as opções abaixo, qual deve ser o destino de agulhas e bisturis utilizados na clínica odontológica? Marque a opção correta:

Alternativas

ID
5297902
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Um preparo cavitário realizado na face lingual de um elemento incisivo central deve ser classificado em qual classe, segundo Black? Marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • cicatrículas e fissuras, da face oclusal de pré-molares e molares e face lingual dos incisivos superiores.


ID
5297905
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Dentre as opções abaixo, qual representa o material odontológicos mais apropriado para a realização do tratamento restaurador atraumático? Marque a opção correta:

Alternativas

ID
5297908
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

“Trata-se de uma doença relacionada com a quantidade de flúor ingerido e o período de desenvolvimento dental em que houve essa ingestão. Os elementos afetados podem apresentar regiões do esmalte branco-opaco e sem brilho, com aspecto de giz. Pode também apresentar zonas de pigmentação amarelada ou marrom-escura.” Marque a opção de que trata esse trecho:

Alternativas

ID
5297911
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Capim - PB
Ano
2020
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Sabemos que os instrumentais de uso odontológico podem ser classificados, a partir de seu potencial de transmissão de infecção, em crítico , semicrítico, e não-crítico. Dentre as opções abaixo, qual melhor representa, respectivamente a sequência de instrumentais não-crítico, semi-crítico, e crítico? Marque a opção correta:

Alternativas